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Segundo cientistas, trata-se de um movimento normal das geleiras

Imagem: ESA

Ao longo dos últimos meses, um imenso bloco de gelo da plataforma Larsen C, na Antártida, esteve precariamente ligado ao continente enquanto uma profunda fenda o atravessava. Entre 10 e 12 de julho, a ruptura completa aconteceu. O bloco de gelo tem mais de um trilhão de toneladas e área de 6 mil km², o equivalente ao território de Luxemburgo, na Europa, ou ao do Distrito Federal, no Brasil. Trata-se de um dos maiores icebergs já registrados e que mudou o contorno da Península Antártida para sempre.

Batizado de A68, o iceberg já estava boiando na água antes da ruptura total, portanto, estima-se que não haverá impacto ambiental imediato na região. O perigo é o de as plataformas de gelo desestabilizarem as geleiras na Antártida Ocidental, o que poderia aumentar consideravelmente o nível do mar no mundo – mas essa é uma possibilidade ainda distante de se concretizar.

Fissura
Imagem: NASA MODIS

A fissura

A fenda apareceu há anos, mas parecia relativamente estável até janeiro de 2016, quando começou a aumentar. Em janeiro de 2017, ela percorreu “viajou” 20 km, atingindo um comprimento total de cerca de 175 km. Após algumas semanas de calmaria, a fenda propagou mais 16 km no final de maio, e depois prolongou-se ainda no final de junho.

À medida em que a rachadura crescia, ela se ramificava para a borda da plataforma, enquanto que antes ela “corria” paralelamente ao Mar de Weddell. No início de julho, o destino do bloco já estava selado.

Cientistas do Projeto Midas, um consórcio de pesquisa antárctico liderado pela Universidade de Swansea, no Reino Unido, usaram imagens de radar da missão Copernic Sentinel-1 para observar de perto a situação em rápida mudança.

O que acontecerá com o iceberg é difícil de prever. Ele pode permanecer na área por décadas, mas também pode se romper, dispersando suas partes.

Não há ligação comprovada com aquecimento global

Há uma tentação de atribuir esse evento dramático à mudança climática, mas cientistas têm ressaltado que o surgimento do iceberg provavelmente é uma ocorrência natural. As plataformas de gelo crescem até o ponto de colapso, e então o ciclo se repete. Segundo o pesquisador-líder do Projeto Midas, Adrian Luckman:

“Este evento também tem sido amplamente, e de forma muito simplista, ligado às mudanças climáticas. Isso não é surpreendente porque mudanças notáveis ​​nas geleiras e nas placas de gelo são normalmente associadas a temperaturas ambientais crescentes. Os colapsos de Larsen A e B já foram associados ao aquecimento regional, e o surgimento do iceberg deixará Larsen C em sua posição mais recuada em registros que remontam há mais de centenas de anos. No entanto, em imagens de satélite da década de 1980, a fenda já era claramente uma característica há muito estabelecida, e não há evidências diretas para vincular seu crescimento recente ao aquecimento atmosférico, o que não é sentido de forma suficientemente profunda dentro da plataforma de gelo, ou ao aquecimento do oceano, o que é uma fonte improvável de mudança, dado que a maioria do gelo de Larsen C recentemente está engrossando. Provavelmente é muito cedo para culpar as mudanças climáticas por este evento diretamente.”


Fontes: Gizmodo, ESA

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