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Sabugueiro é muito utilizado para tratar os sintomas da gripe e do resfriado, mas dependendo do modo de uso, pode ser nocivo

O sabugueiro, com ocorrência natural na Europa e Norte da África, é uma das plantas medicinais mais utilizadas no mundo. Tradicionalmente, os nativos americanos o utilizavam para tratar infecções, e os antigos egípcios para curar queimaduras e cuidar da beleza. Hoje, o sabugueiro é um arbusto muito usado para tratar os sintomas de gripes e resfriados.

No entanto, seus frutos não amadurecidos, casca e folhas também são conhecidos por serem altamente tóxicos e causarem problemas estomacais. Entenda:

O que é sabugueiro?

A palavra “sabugueiro” refere-se às variedades pertencentes ao gênero Sambucus. O tipo mais comum é o Sambucus nigra, também conhecido como sabugueiro-europeu ou ancião-negro. Apesar de ser uma espécie nativa da Europa, o sabugueiro é amplamente cultivado em várias partes do mundo, incluindo no Brasil (confira aqui estudos a respeito: 1, 2).

Ele cresce até nove metros de altura e tem cachos de flores pequenas, que nascem nas cores branca e creme. O fruto é encontrado nas cores preta e azul-escuro, e também cresce em cachos.

A fruta do sabugueiro é bastante azeda e precisa ser cozida para o consumo. As flores têm um aroma delicado e podem ser consumidas nos formatos cru e cozido.

Usos tradicionais

Historicamente, as flores e folhas do sabugueiro têm sido usadas para alívio da dor, inchaço, inflamação e para estimular a produção de urina e induzir a transpiração. A casca era muito utilizada como diurético, laxante e indutor de vômitos (confira aqui estudo a respeito: 1).

Na medicina popular, a fruta seca ou o seu suco são usados ​​para tratar os sintomas da gripe, infecções, dor ciática, dor de cabeça, dor de dente, dor no coração e dor nos nervos, bem como para obter efeitos laxativo e diurético (confira aqui estudo a respeito: 2).

Além disso, os frutos maduros do sabugueiro podem ser cozidos e usados para fazer geleias, chutneys, tortas e vinho. As flores brancas são cozidas com açúcar para fazer xarope ou chá de sabugueiro. E também podem ser consumidas frescas em saladas (confira aqui estudo a respeito: 1).

Benefícios para a saúde

sabugueiro
Imagem sob Domínio público em PxHere

Há muitos benefícios no sabugueiro. Ele não é apenas nutritivo, mas também pode combater os sintomas do resfriado e da gripe, dar suporte à saúde do coração e combater inflamações e infecções, entre outros benefícios.

Nutrientes

Os frutos do sabugueiro são alimentos de baixa caloria e repletos de antioxidantes.

Cem gramas do fruto do sabugueiro contêm 73 calorias, 18,4 gramas de carboidratos e menos de 1 grama de gordura e proteína (confira aqui estudo a respeito: 3).

Antioxidante
Antioxidante: o que é e onde encontrá-lo?

Além disso, ele contém:

  • Vitamina C elevada: existem 6–35 mg de vitamina C por 100 gramas de fruto do sabugueiro, o que representa até 60% da ingestão diária recomendada – IDR (confira aqui estudos a respeito: 3, 4);
  • Rico em fibra dietética: há 7 gramas de fibra a cada 100 gramas do fruto do sabugueiro, o que representa mais de um quarto da IDR de fibra (confira aqui estudo a respeito 4);
  • É fonte de ácidos fenólicos: esses compostos são poderosos antioxidantes que podem ajudar a reduzir os danos do estresse oxidativo no corpo (confira aqui estudos a respeito: 4, 5);
  • Boa fonte de flavonóis: o sabugueiro contém os flavonóis antioxidantes quercetina, kaempferol e isorhamnetin. As flores contêm até 10 vezes mais flavonóis do que o fruto (confira aqui estudo a respeito: 4);
  • Rico em antocianinas: esses compostos dão à fruta sua característica cor preto-púrpura escuro e são uma fonte de antioxidantes com efeitos anti-inflamatórios (confira aqui estudos a respeito: 4, 6).
Antocianinas: o que são e onde estão presentes

A composição nutricional exata do sabugueiro depende da variedade da planta, da maturação do fruto e das condições ambientais e climáticas. Portanto, sua composição nutricional pode variar (confira aqui estudos a respeito: 4, 7).

Pode melhorar os sintomas do resfriado e da gripe

Um estudo concluiu que o extrato do fruto da planta medicinal sabugueiro e a infusão de suas flores reduziu a gravidade e a duração da gripe (confira aqui o estudo: 8).

Outro estudo com 60 pessoas que estavam gripadas descobriu que aquelas que tomaram 15 ml de xarope de sabugueiro quatro vezes por dia apresentaram melhora nos sintomas em dois a quatro dias, enquanto o grupo controle demorou sete a oito dias para melhorar (confira aqui o estudo: 9).

Outro estudo com 64 pessoas descobriu que tomar pastilhas de 175 mg de extrato de sabugueiro por dois dias resultou em melhora significativa nos sintomas da gripe, incluindo febre, dor de cabeça, dores musculares e congestão nasal, após apenas 24 horas (confira aqui o estudo: 10).

Além disso, um estudo com 312 viajantes que tomaram cápsulas contendo 300 mg de extrato de sabugueiro três vezes por dia descobriu que aqueles que ficaram resfriados tiveram uma menor duração da doença e sintomas menos graves (confira aqui o estudo: 11).

Rico em antioxidantes

As flores, frutos e folhas do sabugueiro são excelentes fontes de antioxidantes. As antocianinas encontradas no fruto têm 3,5 vezes o poder antioxidante da vitamina E (confira aqui estudos a respeito: 4, 15, 16, 17).

Um estudo comparando 15 diferentes variedades de fruto de sabugueiro e outro estudo comparando tipos de vinho descobriram que o sabugueiro contém um dos antioxidantes mais eficazes (confira aqui os estudos a respeito: 18, 19).

Pode ser bom para a saúde do coração

O sabugueiro pode ter efeitos positivos em alguns marcadores de saúde do coração e vasos sanguíneos.

Estudos mostraram que o suco de sabugueiro pode reduzir o nível de gordura no sangue e diminuir o colesterol. Além disso, uma dieta rica em flavonóides como antocianinas reduz o risco de doenças cardíacas (confira aqui os estudos a respeito: 17, 22).

Em contrapartida, um outro estudo realizado com 34 pessoas que receberam 400 mg de extrato de sabugueiro (equivalente a 4 ml de suco) três vezes ao dia durante duas semanas não encontrou redução significativa nos níveis de colesterol (confira aqui o estudo a respeito: 23).

Um estudo descobriu que as flores do sabugueiro inibem a enzima α- glucosidase, o que pode ajudar a diminuir os níveis de açúcar no sangue. Além disso, pesquisas realizadas em ratos diabéticos que receberam sabugueiro mostraram melhor controle do açúcar no sangue (confira aqui os estudos a respeito: 4, 15).

Apesar desses resultados promissores, uma redução direta nos ataques cardíacos ou outros sintomas de doença cardíaca ainda não foi demonstrada, e mais estudos em humanos são necessários.

Outros benefícios para a saúde

Há muitos outros benefícios do sabugueiro, apesar da maioria deles ter evidências científicas limitadas:

  • Combate bactérias nocivas: descobriu-se que o sabugueiro inibe o crescimento de bactérias como a Helicobacter pylori e pode melhorar os sintomas de sinusite e bronquite (confira aqui estudo a respeito: 8);
  • Melhora o sistema imunológico: Em ratos, verificou-se que os polifenóis de sabugueiro melhoram a defesa imunológica aumentando o número de glóbulos brancos (confira aqui estudo a respeito: 30);
  • Protege contra a radiação UV: Um produto da pele contendo extrato de sabugueiro apresentou fator de proteção solar (SPF) de 9,88 (confira aqui estudo a respeito 31);
  • Tem efeito diurético: As flores do sabugueiro aumentam a frequência de micção e a excreção de sal em ratos (confira aqui estudo a respeito: 32);
  • Tem propriedades antidepressivas: Um estudo descobriu que camundongos alimentados com 544 mg de extrato de sabugueiro (1.200 mg por kg) tiveram melhor desempenho em marcadores de humor (confira aqui estudo a respeito: 33).

Embora esses resultados sejam significativos, são necessárias mais análises em humanos para determinar se os efeitos do sabugueiro são realmente efetivos.

Além disso, é importante notar que não há um método padronizado para medir o número de componentes bioativos como antocianinas nesses produtos comerciais.

Um estudo mostrou que, dependendo do método usado para medir as antocianinas, um suplemento poderia alegar conter 762 mg / L, mas na verdade contém apenas 4 mg / L. Portanto, determinar os efeitos dos produtos atualmente disponíveis pode ser difícil (confira aqui o estudo a respeito: 17).

Riscos à saúde e efeitos colaterais

A casca, o fruto e as sementes imaturos do sabugueiro contêm pequenas quantidades de substâncias conhecidas como lectinas, que podem causar problemas estomacais (confira aqui estudo a respeito: 2).

Além disso, o sabugueiro contém substâncias chamadas glicosídeos cianogênicos, que podem liberar cianeto em algumas circunstâncias.

Existem 3 mg de cianeto em cada 100 gramas de frutos do sabugueiro e 3 a 17 mg por 100 gramas de folhas frescas. Isso representa 3% da dose fatal estimada para uma pessoa de 60 kg (confira aqui estudos a respeito: 2, 35).

No entanto, as preparações comerciais e as frutas cozidas não contêm cianeto. Os sintomas ao ingerir de frutos, folhas, cascas ou raízes do sabugueiro não cozidos incluem náuseas, vômitos e diarreia (confira aqui estudo a respeito: 2).

Há um relato de oito pessoas que adoeceram após tomarem suco de frutas frescas colhidas na hora, incluindo as folhas e ramos, da variedade S. mexicana. Elas experimentaram náuseas, vômitos, fraqueza, tontura, dormência e letargia (confira aqui estudo a respeito: 36).

Felizmente, substâncias tóxicas encontradas no fruto podem ser removidas com segurança por meio do cozimento. No entanto, os ramos, casca ou folhas não devem ser utilizados na culinária ou no suco (confira aqui estudo a respeito: 2).

Se você estiver coletando flores ou frutos de sabugueiro, certifique-se de ter identificado corretamente a planta como sabugueiro americano ou europeu, já que outros tipos podem ser mais tóxicos. Além disso, certifique-se de remover qualquer casca ou folhas antes de usar.

O sabugueiro não é recomendado para crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos ou mulheres grávidas ou lactantes. Embora nenhum evento adverso tenha sido relatado nesses grupos, não há dados suficientes para confirmar que é seguro ingeri-lo (confira aqui estudo a respeito: 2).


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