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Segundo Luciano Drager, o sono é importante para prevenir uma série de doenças cardiometabólicas e deve ser o mais regular possível

Por Jornal da USP | Segundo um estudo realizado pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (InCor), o sono irregular aumenta o risco de hipertensão em 48%. O resultado faz parte de pesquisas realizadas por meio do projeto denominado Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa) para doenças crônicas e saúde populacional do País. O período de sono essencial para adultos se localiza entre sete e nove horas, contudo esses números não vêm sendo respeitados, fator que pode estar atrapalhando a qualidade de vida de grande parcela da população. 

O médico Luciano Drager, do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e presidente da Associação Brasileira do Sono, explica que a regularidade do padrão de sono é fundamental para o pleno desenvolvimento e funcionamento do corpo humano. 

Pesquisa 

Em primeiro lugar, o professor reforça que, há um certo tempo, observava-se que pessoas que apresentam um padrão muito irregular de sono frequentemente apresentam queixas acerca de eventuais problemas metabólicos. Contudo, o estudo da relação entre a importância do sono e o desenvolvimento de hipertensão alta é relativamente recente. 

A pesquisa em questão utilizou como base a utilização de um relógio de pulso que conseguiu estimar a duração do sono de cada um dos participantes. “Nós escolhemos uma semana típica de trabalho dessas pessoas, e nós avaliamos não só a duração do sono, mas também o padrão de regularidade do dia a dia. Assim, nós avaliamos aquilo que chamamos de desvio padrão, ou seja, o quanto o sono variou ao longo da semana”, explica Drager. 

Luciano Ferreira Drager – Foto: Arquivo Pessoal

O especialista adiciona ainda que, em pacientes que apresentam apneia do sono, o padrão de sono irregular não foi associado à hipertensão. Assim, é necessário pensar não só em quantidade, mas também em regularidade. 

Sono irregular 

A irregularidade do sono é caracterizada pela ausência de horários estabelecidos para ir para a cama e para acordar. “Na verdade, na maioria das vezes, as pessoas apresentam um horário definido para acordar, contudo, o horário de ir para a cama é muito variável. As pessoas ficam conectadas na internet, nas redes sociais, assistindo programas de televisão e acabam empurrando o sono”, adiciona o especialista. 

Com isso, a irregularidade de horários pode provocar o desequilíbrio de diversos hormônios, desencadeando uma série de componentes inflamatórios que afetam a saúde do indivíduo de forma geral. Drager adiciona que o número de horas não é o suficiente para garantir a qualidade do sono, sendo necessário o controle da apneia do sono e de sua regularidade. 

Consequências e soluções 

A irregularidade do sono é um potencial novo fator de risco para o desenvolvimento da hipertensão arterial, unindo-se a fatores como: idade, genética, hábitos inadequados, etc. Dessa forma, ela é um contribuinte direto do AVC e de outras doenças cardiometabólicas, sendo essencial prevenir os fatores de risco que podem levar a essas enfermidades. 

A adoção de um sono mais regular contribui para o desenvolvimento de um maior desempenho de cognição, de memória e de irritabilidade. Sendo assim, adotar melhorias na qualidade do sono pode auxiliar na recuperação dos pacientes, mesmo que o quadro não consiga ser revertido por completo.


Jornal da USP no Ar 
Jornal da USP no Ar é uma parceria da Rádio USP com a Escola Politécnica e o Instituto de Estudos Avançados. No ar, pela Rede USP de Rádio, de segunda a sexta-feira: 1ª edição das 7h30 às 9h, com apresentação de Roxane Ré, e demais edições às 14h, 15h e às 16h45. Em Ribeirão Preto, a edição regional vai ao ar das 12 às 12h30, com apresentação de Mel Vieira e Ferraz Junior. Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do Jornal da USP no celular. 

Este texto foi originalmente publicado pela Jornal da USP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.


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