Pesquisadores constatam presença de microplásticos em sedimento dos rios Negro, Solimões e Amazonas
Diminutos fragmentos de material plástico, os microplásticos são poluentes ambientais onipresentes produzidos pelo ser humano. Eles já foram encontrados no fundo dos oceanos, no alto de cadeias montanhosas e no ar das metrópoles. Agora, sua presença foi confirmada também no interior da maior floresta tropical contínua do planeta.
Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em Diadema, e da Universidade de São Paulo (USP) acharam microplásticos no sedimento dos rios Negro, Solimões e Amazonas a até 110 quilômetros de distância de Manaus, cidade de 2,2 milhões de habitantes com um moderno parque industrial.
As maiores concentrações – variando de 5,7 mil a 8,2 mil partículas por quilograma (kg) de sedimento – foram medidas na areia e na lama do rio Negro, nas proximidades da capital amazonense, situada na confluência do Negro com o Solimões.
Os pesquisadores encontraram quantidades intermediárias (1,2 a 1,7 mil partículas/kg) no rio Solimões à montante de Manaus, possivelmente por influência de cidades como Manacapuru.
A menor proporção ocorreu no Amazonas, a 34 metros de profundidade e 110 quilômetros rio abaixo da capital (Science of the Total Environment, 10 de agosto). “Nossos resultados apontam que devemos avançar no conhecimento sobre as fontes e o destino dos microplásticos para inferir seus impactos nos ecossistemas amazônicos”, escreveram o ecólogo Décio Semensatto, da Unifesp, e seus colaboradores.