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E-book gratuito traz a experiência de parceria entre o Instituto de Pesquisas Tecnológicas e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP para gestão da poda urbana no campus universitário e produção de móveis e produtos de madeira

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Por Jornal da USP | Você sabia que é possível fabricar móveis e brinquedos a partir dos resíduos de podas de árvores da cidade? E que diversos negócios de design estão surgindo a partir de produtos sustentáveis? Para expandir o conhecimento sobre o reaproveitamento de galhos e troncos, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP se uniram em 2021 para pensar em formas de agregar valor a estes resíduos e um dos resultados desta parceria é a publicação do e-book Resíduo de poda urbana: como reaproveitar? A publicação está disponível gratuitamente para download, basta fazer um breve cadastro neste link.

A aproximação entre a FAU e o IPT teve início em 2020 com a aprovação de um projeto de pesquisa submetido por pesquisadores junto à Superintendência de Gestão Ambiente (SGA) da USP, chamado Valorização de resíduos lenhosos provenientes do manejo arbóreo: contribuição à gestão para a sustentabilidade no Campus Armando Salles de Oliveira da Universidade de São Paulo.

Ambas as instituições buscavam alternativas de uso para os resíduos da poda de árvores urbanas com maior agregação de valor e geração de serviços ambientais. Nesse processo, o IPT executaria projetos que contam com o conhecimento acumulado sobre madeira, florestas urbanas e tratamento de resíduos sólidos e a FAU desenvolveria projetos em que aplica sua experiência em ensino, pesquisa e extensão.

Nessa época, o IPT já tinha os primeiros resultados do projeto de capacitação Soluções técnicas para gestão de resíduos de árvores urbanas de Bertioga/SP, que foram apresentados no 13º Seminário Internacional do Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo (Nutau) da USP.

“A partir do desenvolvimento das atividades do projeto no campus da USP, do conhecimento prévio do envolvimento do IPT com o tema e sabendo da sua competência relacionada à área de ensaios de caracterização e identificação de propriedades de madeiras, a equipe coordenadora convidou o IPT para uma reunião. Houve então a constatação de interesses comuns e a efetiva aproximação das equipes”, explica Cyntia Santos Malaguti de Sousa, professora do Departamento de Tecnologia da Arquitetura da FAU. Depois de executado, o projeto foi premiado e o Jornal da USP produziu um texto sobre o trabalho realizado no campus universitário.

Publicação disponível para download gratuito explica o passo a passo para reaproveitamento de podas urbanas – Foto: Divulgação IPT

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Explicando o processo

O desenvolvimento de um e-book pelo IPT e a FAU foi uma das ideias que surgiram durante as discussões pelas duas equipes no decorrer da parceria. A publicação lançada agora traz reflexões dos pesquisadores e professores sobre o tema e apresenta opções para superar os desafios relacionados à gestão de resíduos de poda, auxiliando gestores da arborização urbana em diversas escalas.

“O e-book foi concebido como um passo a passo para possibilitar o reaproveitamento dos resíduos de poda e mostra que é preciso primeiramente conhecer minimamente as árvores da área de interesse, que pode ser a arborização de um município, de um bairro, de um parque, de um condomínio ou de outro território definido”, explica a pesquisadora e gerente do projeto no IPT, Caroline Almeida Souza.

Nesse trabalho, é necessário fazer a quantificação da composição física e gravimétrica média dos resíduos de poda: esta determinação possibilita a realização de estudos de aplicação de tecnologias de tratamento, reaproveitamento e reciclagem dos materiais, reduzindo assim o desperdício de um material nobre e a sua disposição em aterros.

Outro passo é a caracterização tecnológica das espécies de árvores analisadas, por meio de ensaios físicos e mecânicos realizados em amostras de resíduos de poda. A caracterização é importante na indicação do potencial de uso da madeira desses resíduos para finalidade estrutural e na fabricação de móveis e pequenos objetos de madeira.

As etapas foram colocadas em prática pelas equipes durante o projeto piloto realizado na cidade litorânea de Bertioga e o e-book traz uma série de exemplos do reaproveitamento de resíduos levantados durante a sua execução, com informações das espécies em fichas técnicas contendo um resumo de suas características e usos potenciais.

Resíduos de poda de árvores no campus da USP da capital, no bairro do Butantã – Foto: Divulgação/Dapoda


Modelo para cidades brasileiras

“O público principal do e-book são municípios brasileiros que podem se inspirar na metodologia construída com Bertioga e concluir que utilizar resíduos das podas urbanas de uma forma mais inteligente e sustentável não é uma meta impossível de ser atingida. Profissionais que utilizam madeira para desenvolver produtos, como artesãos e designers, também podem se interessar pela publicação”, explica Souza. Concessionárias de energia elétrica também já se interessaram pelo estudo, visando um melhor destino para as podas realizadas por eles e por suas terceirizadas.

Os números levantados no trabalho corroboram a importância da destinação correta dos resíduos: a Prefeitura Municipal de São Paulo estima recolher de 3,5 a 4 mil toneladas de resíduos da poda de árvores por mês – ou seja, o volume anual pode chegar a quase 50 mil toneladas de galhos e troncos. Já a cidade litorânea de Bertioga, no Estado de São Paulo, gera 180 toneladas de resíduos de poda por mês, o que totaliza pouco mais de duas mil toneladas por ano – ou seja, os números mostram que a quantidade desse tipo de resíduo é expressiva, seja para um município grande ou pequeno.

“Esperamos que a publicação colabore para lembrar que o resíduo gerado pelas podas urbanas deve ser reconhecido como material nobre e de grande importância, podendo ter um uso adequado, fechando um ciclo mais sustentável e evitando o aterro sanitário como destino final”, completa a pesquisadora da Seção de Planejamento Territorial, Recursos Hídricos, Saneamento e Florestas do IPT, Giuliana Del Nero Velasco.

A parceria entre o IPT e a FAU deve continuar com a ampliação do campo de atuação e desenvolvimento de projetos de pesquisa e extensão universitária que tenham maior amplitude e impacto, e a intenção dos pesquisadores da Universidade é captar recursos em agências de fomento e consolidar parcerias com outras instituições públicas e privadas.

“Neste momento, há um projeto em andamento (2022-2025), do qual técnicos do IPT também participam, que conta com apoio científico e financeiro de chamada CNPq, intitulado Prototipagem em design de produtos: processos produtivos experimentais com resíduos arbóreos urbanos”, explica o professor da FAU, Tomás Queiroz Ferreira Barata.

Este projeto tem como objetivo principal promover a experimentação e o desenvolvimento de protótipos de produtos com emprego de materiais locais de base florestal associando processos convencionais de marcenaria e tecnologias subtrativas de Fabricação Digital (FD). Os participantes esperam assim definir rotas tecnológicas e identificar as melhores potencialidades de emprego de madeiras provenientes de podas urbanas em produtos e componentes.

Para fazer download do guia Resíduo de poda urbana: como reaproveitar? clique aqui (é preciso fazer um cadastro para baixar).

Texto adaptado do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de SP

Este texto foi originalmente publicado por Jornal da USP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.


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