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Por Agência FAPESP* | Os atuais níveis de pressão sobre o sistema planetário poderão levar a uma emergência humanitária, caracterizada pelo aumento das crises ambientais, econômicas, sanitárias e sociais em escala global. É necessário, neste momento, uma grande mobilização social para enfrentar esses problemas e buscar as transformações necessárias para melhorar a vida em sociedade.

Nesse contexto, é fundamental que as pesquisas científicas não apenas analisem as transformações necessárias para a sustentabilidade como, também, contribuam ativamente para que elas aconteçam. A ciência da transformação busca inovações em diferentes âmbitos, como nas metodologias de pesquisa, na produção participativa de conhecimentos e na capacitação dos pesquisadores e instituições para essas formas de fazer ciência.

Para discutir com a comunidade científica, atores institucionais e sociedade as potencialidades e os desafios dessa abordagem, o Programa BIOTA-FAPESP realizou, no dia 25 de outubro, o webinário “Transformação e coprodução de conhecimento para a sustentabilidade“.

“O objetivo deste evento é procurar entender como a biodiversidade e seus processos podem ser solução para problemas socioambientais e como podemos construir soluções juntamente com a sociedade e os órgãos ambientais”, explica Jean Paul Metzger, professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) e membro da coordenação do BIOTA-FAPESP.

A temática é um dos eixos centrais do Plano Estratégico de Ação – Biota 2030 e, segundo Metzger, “tem como objetivo principal uma expansão do conhecimento sobre o papel da biodiversidade como elemento central da transição para a sustentabilidade de sistemas sociecológicos”.

Nesse processo, a coprodução de conhecimento é reconhecidamente uma via importante. “Compreendida como um modo de interação entre atores científicos e não científicos, visando a identificação de problemas que demandam processos colaborativos para avançar no conhecimento e a proposição e implementação de soluções, a coprodução estrutura-se na integração de diferentes saberes e na aprendizagem coletiva”, reforça Gabriela Di Giulio, que é professora da Faculdade de Saúde Pública (FSP-USP) e também integra a coordenação do BIOTA-FAPESP.

Dentre as características da ciência da transformação está a possibilidade de produzir conhecimentos acionáveis. Segundo a palestrante Maria Carmen Lemos, professora da School for Environment and Sustainability, University of Michigan (Estados Unidos), conhecimento acionável é aquele que pode ser incorporado dentro de decisões e varia entre o que o cientista acredita que é útil e o que o tomador de decisão sabe que precisará.

“Para ser acionável, o conhecimento precisa estar acessível na época, no lugar e no meio de comunicação que o tomador de decisão utiliza”, explica a pesquisadora.

Entre as formas para aumentar a possibilidade de uso dos conhecimentos destacadas por Lemos está a utilização de mecanismos de participação na criação conjunta desse conhecimento, a disseminação do conhecimento criado e agregação de impacto por meio da coprodução envolvendo tomadores de decisão cujas ações impactam uma grande parcela da sociedade.

O palestrante Lucas Garibaldi, professor da Universidad Nacional de Río Negro (Argentina) e co-chair do Transformative Change Assessment do Painel Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), analisou a implementação de transições produtivas sustentáveis com ênfase na biodiversidade e na produção de alimentos saudáveis destacando a importância da inclusão nos processos de transformação da sociedade.

“Em nossa experiência, percebemos que as transformações são feitas de forma gradativa, foram importantes a abertura para a inclusão de novos agricultores e empresas ao longo do tempo e a compreensão de que esse é um processo que nunca acaba, vai melhorando e ampliando”, analisa Garibaldi.

Chamada de propostas

Além de conhecer diferentes iniciativas de abordagem da ciência de transformação, o evento também teve como objetivo iniciar o debate para a construção de uma chamada na área, a ser lançada no âmbito do Programa BIOTA no primeiro semestre de 2023. Para Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP, a convocação da sociedade como um todo, e não só da comunidade científica, é essencial para um endereçamento das questões socioambientais.

“E seguindo uma tradição já de várias décadas, a FAPESP tem buscado ouvir a sociedade e os especialistas de maneira a construir as melhores formulações de chamadas e de editais de pesquisa”, reforça Luiz Mello.

O webinário pode ser assistido na íntegra em: https://youtu.be/TDQc4lmwQvQ.

* Com informações de Érica Speglich, do boletim BIOTA Highlights.

Este texto foi originalmente publicado pela Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.


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