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Nova espécie de libélula, batizada com o nome de Ana, tem mancha marrom na ponta das asas e o corpo revestido por uma cera azulada

Uma espécie de libélula, com uma mancha marrom na ponta das asas e o corpo revestido por uma cera azulada, foi descrita por pesquisadores brasileiros em um artigo publicado no periódico Zootaxa. Encontrada em 2011 às margens de uma nascente na Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó, no município de Uberlândia, em Minas Gerais, a nova espécie foi batizada de Erythrodiplax ana.

A identificação da nova espécie ocorreu durante o doutorado de Rhainer Guillermo Ferreira, que teve apoio da Fundação de Amparo à Pesaquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

“A descoberta é importante especialmente pelo local onde a espécie foi encontrada”, explica Ferreira, primeiro autor do artigo e professor adjunto do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). “Nessa reserva há uma vereda de onde parte da água do município é extraída. Achar uma espécie nova em um centro urbano, numa nascente utilizada para extração de água, demonstra que sabemos pouco da biodiversidade do país”, disse ele à Agência Fapesp.

O pesquisador explica que as libélulas são predadoras naturais de mosquitos e importantes indicadores ambientais. “Quando se encontram esses insetos na vegetação próxima a um curso d’água significa que a água é boa.”

De 2011 a 2014, os pesquisadores compararam a morfologia da libélula azul com a de 57 outras espécies do mesmo gênero. Ao final desse período, confirmaram que se tratava de uma nova espécie e iniciaram o trabalho de descrição.

A combinação de duas características diferencia a E. ana das demais espécies desse gênero. A mais importante é que o macho tem o corpo todo revestido por uma cera azulada – a fêmea não produz cera e tem cor alaranjada. “Machos de várias espécies desse gênero produzem essa cera, algumas apenas nas asas, que ficam azulzinhas”, explica Ferreira. A segunda característica da E. ana é a presença de uma mancha marrom na ponta das asas, rara nesse gênero.

Atualmente Ferreira investiga se a cera atua como protetor solar do corpo do macho, que passa muito tempo exposto ao sol. Segundo ele, estudos anteriores já avaliaram as propriedades da cera encontrada em outras espécies e constataram que a coloração azul reflete os raios ultravioleta.

Os pesquisadores acreditam que a E. ana seja característica das veredas do Cerrado. Além da reserva em Uberlândia, ela também foi encontrada pelo grupo no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso.

Assinam o estudo, além de Ferreira, o seu orientador no doutorado, o pesquisador Pitágoras C. Bispo, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Assis, Diogo S. Vilela, da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, e Kleber Del-Claro, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

O artigo Erythrodiplax ana sp.nov. (Odonata: Libellulidae) from Brazilian plams swamps pode ser acessado aqui.



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