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Solução desenvolvida por startup paulista combina ação fungicida com o retardo no amadurecimento; pesquisadores participaram da 17ª turma do Treinamento PIPE de Empreendedorismo de Alta Tecnologia

Uma startup situada em Araraquara, no interior paulista, está desenvolvendo nanopartículas que prometem aumentar a validade de frutos e flores.

O produto está sendo elaborado por meio de um projeto apoiado pelo programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).

“Já existem no mercado produtos que retardam o amadurecimento de frutos por meio de inibidores de etileno [responsável pela maturação das frutas] ou são fungicidas. A solução que estamos desenvolvendo combina a ação antifúngica com a do etileno, reduzindo custos e etapas no processo de beneficiamento de frutos. Além disso, trata-se de uma nanotecnologia sustentável e biodegradável”, diz Ana Carolina Nazaré, uma das fundadoras da N&P Smart e coordenadora do projeto.

“As nanopartículas são à base de um polímero natural biodegradável extraído da carapaça de crustáceos como camarão, lagosta e caranguejo, que confere maior proteção contra microrganismos como fungos – conjugada com produtos naturais.”

A solução começou a ser desenvolvida a partir de uma demanda de um exportador brasileiro de limão Tahiti (Citrus latifolia Tanaka), que relatou aos pesquisadores fundadores da empresa os prejuízos que tem com a deterioração de parte do carregamento do produto durante o transporte por navio para a Europa.

“A conversa com esse citricultor nos deu várias ideias. Com base nisso, elaboramos um primeiro modelo de negócio voltado a aplicar as nanopartículas para promover o aumento do shelf life [vida útil] de limões”, afirma Nazaré.

Ao participar da última edição do Treinamento PIPE em Empreendedorismo de Alta Tecnologia, cujo encerramento da 17ª turma aconteceu entre os dias 13 e 14 de maio, os pesquisadores identificaram por meio de entrevistas com citricultores o potencial de aplicação do produto em outros citros, frutas e no segmento de flores ornamentais.

“Identificamos por meio das entrevistas com os produtores de flores, por exemplo, que eles também enfrentam problemas com a infestação de fungos durante a conservação de flores já cortadas em câmaras frias”, relata Nazaré.

Os pesquisadores pretendem desenvolver um produto específico para esse segmento e fazer novos experimentos para avaliar o aumento da conservação de frutos proporcionado pela solução que estão elaborando em comparação com as existentes no mercado.

“Nessa primeira fase do projeto vamos manter o foco da aplicação do produto em limão, com o qual já obtivemos resultados promissores. Mas vamos olhar também para novas oportunidades de mercado, iniciando pelo segmento de flores, cuja legislação para aplicação de soluções para conservação é mais branda em relação à de frutos”, compara Nazaré.

Vitrine para investimento

O casamento do produto com o mercado – o chamado product market fit no jargão do empreendedorismo – é um dos principais objetivos do curso oferecido pelo PIPE-FAPESP desde 2016.

Foram treinados ao longo dos cinco anos de existência do curso representantes de mais de 350 startups apoiadas pelo PIPE-FAPESP, em diversas áreas de atuação e com alto potencial de crescimento.

A última edição reuniu pesquisadores fundadores de startups nos segmentos de agritech, novos materiais e processos, tecnologia da informação (TI), data science, edtech, healthtech, foodtech, biotech e beautytech.

“O programa é chamado de treinamento ou capacitação, mas é muito mais do que isso, porque permite que pesquisadores com projetos apoiados pelo PIPE-FAPESP, nas fases 1 e 2, tenham contato e possam estabelecer um relacionamento muito forte com o mercado”, diz Marcelo Nakagawa, membro da Coordenação da Área de Pesquisa para Inovação da FAPESP e um dos coordenadores do programa.

Os participantes são estimulados durante o treinamento a entrevistar cem potenciais clientes, parceiros e usuários da tecnologia que estão desenvolvendo para evoluir seus modelos de negócios.

“O grande objetivo do PIPE Empreendedor é possibilitar que as tecnologias desenvolvidas por meio dos projetos apoiados pelo programa PIPE-FAPESP cheguem ao mercado e se desenvolvam de forma sustentável”, diz Marcelo Caldeira Pedroso, membro da Coordenação da Área de Pesquisa para Inovação da FAPESP e um dos coordenadores do programa.

Além de participantes do treinamento, a audiência da sessão de encerramento da última turma contou com a participação de interessados em empreender e submeter projetos ao PIPE-FAPESP, além de representantes de empresas em busca de parcerias e potenciais investidores.

“O Brasil está vivendo um momento muito bom do ponto de vista de investimento em startups. Em 2020 foi registrado o recorde de captação de recursos e este ano os investimentos continuam bastante acelerados. E há muitos investidores olhando essas oportunidades de negócios [derivados de projetos apoiados pelo PIPE]”, avalia Nakagawa.

O evento pode ser acessado na íntegra em https://fapesp.br/14903.


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