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Quase metade dos focos registrados pelo Inpe neste ano no bioma foram detectados nos primeiros 20 dias de agosto

Queimada perto de Corumbá, Mato Grosso do Sul, registrada no dia 31/07/2020 © Silas Ismael / WWF-Brasil

À medida que os dias quentes e secos avançam, o Pantanal e a Amazônia são mais pressionados pelo fogo. Nem a presença das Forças Armadas em alguns pontos dos biomas e o decreto presidencial proibindo queimadas durante 120 dias no país têm sido capazes de interromper o ciclo de destruição. De 1º de janeiro a 20 de agosto de 2020, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectou 8.058 focos de queimadas no Pantanal, alta de 205% ante o mesmo período de 2019.

Os municípios de Poconé, em Mato Grosso, e Corumbá, em Mato Grosso do Sul, são os campeões em focos no mês: 1.397 e 1.310, respectivamente. O site do Inpe disponibiliza dados sobre focos de queimadas para os biomas a partir de 1998. Desde então, o Pantanal nunca viveu uma tragédia como a deste ano. “Choveu pouco em 2020. O Pantanal vive uma das piores secas dos últimos 47 anos”, explica Júlio Cesar Sampaio, líder da Iniciativa Pantanal do WWF.

De todos os focos de queimadas registrados no Pantanal em 2020, 47,6% foram detectados pelo Inpe no período de 1º a 20 de agosto. De acordo com Sampaio, apesar de agosto ser período de estiagem, muitas áreas do bioma ainda deveriam estar inundadas por conta das chuvas dos meses anteriores. Mas, em vez disso, elas secaram, deixando mais vegetação exposta ao fogo. O rio Paraguai, um dos mais importantes do bioma, apresenta níveis críticos em seu volume de água.

Sampaio salienta que, além da questão climática, ações humanas têm contribuído para o processo de degradação do Pantanal. Muitos incêndios ocorridos nas últimas semanas tiveram início em queimadas feitas para a limpeza de roçados ou pastagens. O bioma está bastante pressionado pelas atividades de agricultura e pecuária extensiva. “Com a seca severa que estamos vivendo, esse problema se intensifica”, diz ele.

Com uma área de 150 mil km2, o Pantanal ultrapassa a fronteira brasileira e se estende pela Bolívia e pelo Paraguai. “É o grande tesouro da América do Sul, único no Planeta. O Pantanal é a maior área úmida continental do mundo. Rico em biodiversidade e em serviços ecossistêmicos, seja pela produção de água ou pela captura de CO2. Mas, a má gestão e o descaso, sem dúvida, trazem perdas enormes para as comunidades tanto do Brasil quanto dos países que compartilham o bioma”, acrescenta Sampaio.

Situação na Amazônia

Em paralelo, foram detectados 35.308 focos de queimadas na Amazônia entre 1º de janeiro e 20 de agosto. Embora tenha havido recuo de 9% na comparação com o mesmo período do ano anterior, não há motivos para comemoração. Cerca de 58% dos focos registrados pelo Inpe ao longo de 2020 no bioma foram captados nos primeiros 20 dias de agosto. “O desmatamento na Amazônia saltou 35% nos últimos doze meses. Há muitas áreas de florestas já derrubadas que ainda podem ser queimadas”, alerta Mariana Napolitano, gerente de Ciências do WWF-Brasil.

Além da perda de biodiversidade, o fogo é devastador também para a população, que sofre com o aumento de doenças respiratórias decorrentes da fumaça em um momento no qual o sistema de saúde encontra-se no limite por conta da pandemia da Covid-19.

O que o WWF-Brasil tem feito

O WWF-Brasil tem fornecido apoio imediato para combate a incêndios e continuamente contra o desmatamento. O principal objetivo da organização é fortalecer os guardiões florestais locais, para que tenham condições e treinamento para monitorar ameaças, como desmatamento e invasões de territórios que levam ao aumento de queimadas.

Em parceria com a Rede WWF, desde agosto de 2019 estamos reforçando nossas ações na Amazônia. Nossos projetos já atingiram 55,8 milhões de hectares ou cerca de 14% da Amazônia brasileira, uma área maior que a soma dos territórios da Espanha e da Suíça.

Vinte e seis organizações da sociedade civil e nove agências governamentais estão se beneficiando dos projetos. A iniciativa também chegou a 77 terras indígenas e unidades de conservação e a mais de 117 mil pessoas. Além disso, foram doados mais de 6.000 equipamentos e cerca de 50 treinamentos, oficinas e assembleias foram realizados com mais de 2,8 mil participantes.

No contexto específico da Covid-19, mais de 32 mil pessoas – indígenas e agroextrativistas – receberam alimentos, produtos de higiene e equipamentos na Amazônia e no Cerrado.


Fonte: WWF-Brasil

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