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Tráfico de espécies como formigas e besouros movimenta redes criminosas e coloca ecossistemas em risco

O contrabando de insetos vivos, como formigas e besouros, tem ganhado espaço no mercado ilegal de vida selvagem, alimentado pela demanda por animais de estimação exóticos e colecionadores. Recentemente, quatro homens foram flagrados tentando transportar mais de 5.000 formigas do Quênia em tubos de ensaio e seringas, um exemplo da sofisticação desse crime. O caso expõe uma faceta pouco discutida do tráfico de espécies, que vai além dos animais mais icônicos, como elefantes e rinocerontes.

Apesar de menos visíveis, os insetos são alvo constante do comércio ilícito. Besouros-rinocerontes no Japão, ovos de louva-a-deus nos EUA e borboletas no Sri Lanka já foram apreendidos em operações policiais. A falta de fiscalização adequada e a facilidade de ocultação desses animais — como no caso de 37 besouros encontrados em embalagens de snacks no Aeroporto de Los Angeles — dificultam o combate a essa atividade.

Além de pressionar espécies já ameaçadas por mudanças climáticas, pesticidas e perda de habitat, o tráfico de insetos pode introduzir espécies invasoras em novos ecossistemas. Esses organismos competem com a fauna local, alteram habitats e até disseminam doenças. Na Europa, as vespas asiáticas já causam estragos, enquanto o Havaí gasta milhões anualmente para conter besouros-dos-coqueiros.

A legislação de proteção varia entre países, e muitos insetos sequer constam em listas de conservação. Enquanto algumas formigas, como a espécie anátema, recebem proteção máxima da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), outras são negligenciadas. A desorganização nas leis internacionais facilita a ação de traficantes, que muitas vezes migram de crimes como narcotráfico para o comércio de vida selvagem, atraídos pelo baixo risco e alto retorno.

A escassez de denúncias e a priorização de outros crimes pelas autoridades mascaram a dimensão do problema. Sem uma ação coordenada globalmente, o tráfico de insetos seguirá minando a biodiversidade e colocando em risco ecossistemas e populações humanas.


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