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Dados revelam que apenas 9,5% do material plástico fabricado em 2022 veio de fontes recicladas, enquanto descarte por incineração cresce
A produção global de plástico atingiu 400 milhões de toneladas em 2022, mas apenas 9,5% desse volume foi fabricado a partir de materiais reciclados. Os números, divulgados em um estudo publicado na Communications Earth & Environment, mostram um cenário preocupante: a indústria ainda depende majoritariamente de combustíveis fósseis, com 98% da produção vinda de carvão e petróleo. Enquanto isso, o descarte inadequado persiste, com 40% dos resíduos plásticos indo parar em aterros sanitários.
A pesquisa, conduzida por Quanyin Tan e colaboradores, analisou dados de estatísticas nacionais, relatórios setoriais e bancos de dados internacionais para traçar um panorama detalhado do ciclo do plástico. O estudo revela que, apesar da queda no envio de resíduos para aterros — que chegou a 79% entre 1950 e 2015 —, a incineração ganhou espaço, respondendo por 22,2% do descarte em 2022.
Outro dado alarmante é o consumo desigual entre países. Enquanto os Estados Unidos lideram o consumo per capita, com 216 kg de plástico por pessoa ao ano, a China aparece como o maior consumidor absoluto, utilizando 80 milhões de toneladas anualmente. A projeção para 2050 indica que a produção global pode dobrar, chegando a 800 milhões de toneladas, o que agravaria os impactos ambientais e na saúde pública.
A reciclagem, embora essencial, ainda enfrenta obstáculos. Do total de plástico descartado em 2022, apenas 27,9% foi encaminhado para triagem, e metade desse volume foi efetivamente reciclado. O restante foi incinerado ou depositado em aterros. Os autores destacam que a análise fornece subsídios para políticas públicas mais eficientes, capazes de reduzir a dependência de matérias-primas virgens e melhorar as taxas de reaproveitamento.
