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Iniciativas da USP, como o Laboratório de Abelhas do Instituto de Biociências, mantêm meliponários para estudar como a degradação ambiental pode afetar o número de populações dessas espécies, além de promover a educação ambiental buscando a preservação

Por Maria Fernanda Barros em Jornal da USP | Um dos impactos do aumento dos índices de desmatamento ao redor do mundo é a redução do número de abelhas, aponta o professor Michael Hrncir, do Instituto de Biociências (IB) da USP. Segundo ele, a degradação do ambiente em que as abelhas constroem seus ninhos e se reproduzem é o principal fator responsável pelo declínio das populações. A fim de ampliar a compreensão desse processo e oferecer alternativas para evitá-lo, o Laboratório de Abelhas da USP, do qual Hrncir e outros professores e alunos participam, realiza pesquisas a partir da criação de abelhas sem ferrão em meliponários desde a década de 1960. 

O meliponário é o local onde é criada uma colônia de abelhas sem ferrão, geralmente no formato de caixas retangulares de madeira. O Laboratório de Abelhas da USP comporta meliponários com aproximadamente 15 espécies de abelhas nativas do Brasil, todos utilizados para fins científicos. No momento, estão sendo elaboradas pesquisas sobre como essas abelhas lidam com diferentes estressores ambientais, como o aquecimento global e contaminação por microplásticos ou metais pesados. “Por meio da pesquisa, podemos chamar a atenção das pessoas que fazem as políticas e dos agricultores para que as abelhas consigam permanecer no ambiente”, afirma o professor.

Michael Hrncir, professor do Instituto de Biociências da USP – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

As pesquisas são realizadas a partir de um treinamento feito com as abelhas, o qual possibilita que elas sejam levadas até o laboratório. “Usando um alimentador, treinamos as abelhas para um determinado ponto, neste ponto as pegamos e levamos para o laboratório”, explica Hrncir. Lá, as abelhas serão expostas aos estressores para que os pesquisadores meçam os efeitos fisiológicos e a capacidade de sobrevivência, e verifiquem o que acontece no nível celular desses insetos.

Mais iniciativas

Dentro da Universidade, também existem outras iniciativas de meliponicultura. O Centro de Práticas Esportivas da USP (Cepeusp), no campus Butantã, na capital paulista, é o local onde são realizadas as atividades do projeto USP Sustentabilidade, coordenado pelo Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, que cria abelhas nativas sem ferrão, buscando promover educação ambiental.

A Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP se envolve nesse mesmo propósito, com o podcast Melipocast, do professor Tiago Francoy, que divulga informações sobre as abelhas nativas e a meliponicultura. Além disso, Fabiana Pioker, educadora na EACH, foi uma das idealizadoras do evento de inauguração do Meliponário do Casarão no Parque do Carmo, em fevereiro deste ano. https://open.spotify.com/embed/episode/5HGGLmfzf0Y9dj48GOJ2Ek?utm_source=oembedhttps://open.spotify.com/embed/episode/4Ki9PmW3qKgku304b6cisE?utm_source=oembed

Nos campi da USP em Ribeirão Preto e Piracicaba, também são realizadas pesquisas com as abelhas sem ferrão. Em Ribeirão Preto, foram contabilizados mais de 1.300 ninhos, que apareceram na Universidade principalmente após uma política de reflorestamento implantada no espaço, em 1998. Hoje, o Departamento de Genética da USP Ribeirão estuda processos moleculares e celulares envolvidos na diferenciação de rainhas e operárias em abelhas sociais. Em Piracicaba, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) possui um meliponário com cerca de 35 colônias de abelhas sem ferrão, localizado no Departamento de Entomologia e Acarologia.

O Parque de Ciência e Tecnologia (CienTec) da USP está no processo de registrar e construir o seu próprio meliponário, para incentivar a proliferação das abelhas na Mata Atlântica. No momento, o parque possui uma caixa com enxame da espécie Mandaçaia, doada por uma professora da USP, e ninhos naturais da espécie Jataí, expostos para visitação. São realizadas atividades de educação ambiental, como a Trilha das Abelhas, que conscientiza e dissemina informações sobre a conservação das abelhas. “A mudança de crenças e atitudes é fator-chave para a real mitigação do problema crítico que vivemos, da diminuição de abelhas e insetos polinizadores em geral”, aponta Suzana Ursi, diretora do CienTec.

Este texto foi originalmente publicado pela Jornal da USP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.


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