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Pesquisa mostra que material é alternativa efetiva ao isopor, mas Alessandra Silva Batista diz que o projeto precisa de parceiros comerciais

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Uma pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP busca gerar painéis estruturais de isolamento térmico sustentáveis. Esses painéis vêm de um material natural que apresenta vantagens frente a isolantes térmicos convencionais, como o isopor: a bioespuma, feita a partir do buritizeiro (Mauritia flexuosa).

Segundo Alessandra Silva Batista, mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Recursos Florestais da Esalq e autora da pesquisa, o produto dessa bioespuma é encontrado no Estado do Pará. “O material que a gente usa é popularmente conhecido como miriti. Essa nomenclatura é atribuída pelas comunidades tradicionais e é basicamente a parte interna do pecíolo de uma folha de palmeira, que é o buritizeiro. A gente tem a folha e aquela parte que seria a haste da folha, o pecíolo, que possui em sua parte interna um material de extrema leveza que é muito utilizado pelas populações tradicionais para confecção de artesanato. Quando a gente se deparou com esse material nós percebemos o alto valor tecnológico dele.”

O miriti serve como substituto para isolantes térmicos sintéticos devido à sua baixa densidade e alto teor de celulose e pode substituir a camada central dos painéis estruturais de isolamento. Além de sustentável, esse é um produto importante para a região amazônica, e manter a sua preservação, mesmo com a execução do projeto, é um dos objetivos, como explica Alessandra: “Na Amazônia, a palmeira do buritizeiro em si é muito utilizada, ela é fonte de renda, fonte de alimento, pelo fruto, mas hoje é utilizada mais como fonte de renda para artesanato. Então, a gente quer gerar mais valor ao produto (…) ter o cuidado para um manejo dessa palmeira para justamente, já que estamos produzindo um material sustentável, é o nosso desejo que toda a cadeia produtiva desse produto seja feita de forma sustentável”.

Desafios

O produto é inédito e ainda está sendo patenteado. Por conta disso, os pesquisadores enfrentam alguns desafios: “A gente teve que partir de várias análises do zero, entender o comportamento do material. Quando nós desenvolvemos algumas análises, principalmente na nossa área de tecnologia da madeira, nós temos várias normas que precisamos seguir para fazer as análises, só que, para esse material, não existia uma norma”, diz Alessandra. “Já tivemos conversas com algumas empresas, mas ainda estamos procurando parceiros para fazer o financiamento desse trabalho, em conjunto com indústria. Porque isso é o grande diferencial, é fazer pesquisa dentro da Universidade, mas levar para a sociedade, fazer a junção da academia e indústria e também gerar mais valor para essas comunidades.”


Este texto foi originalmente publicado pelo Jornal da USP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.


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