Irisina é um hormônio produzido pelos músculos durante a atividade física e pode melhorar as funções cognitivas
A irisina, um hormônio produzido pelo corpo durante o exercício físico contínuo, é conhecida pela função de modificação metabólica do tecido adiposo branco, tendo função similar no tecido adiposo marrom.
Esse processo favorece o gasto energético, o que torna a irisina um agente terapêutico para doenças metabólicas, como a obesidade. Mas novos estudos mostraram que a irisina atua no cérebro e melhora a saúde e a função dos neurônios, aprimorando a cognição e a memória em casos de Alzheimer.
Rastreando a jornada feita pela irisina na corrente sanguínea, cientistas descobriram que esse hormônio se concentra nas células de gordura. Esse processo desencadeia uma cascata de reações bioquímicas que contribuem para transformar a gordura branca em gordura marrom.
Esta última é muito mais metabolicamente ativa e comum. Portanto, a irisina, ao ajudar a criá-la, auxilia no aumento do metabolismo. Além disso, um outro estudo mostrou que a irisina reduz os riscos de demência.
Irisina e demência
O estudo, que foi realizado em ratos, revelou que animais incapazes de produzir irisina tinham menos sinapses, as junções onde as células cerebrais enviam e recebem sinais, e dendritos, que permitem que os neurônios se conectem ao sistema de comunicação neural.
Porém, quando os cientistas usaram produtos químicos para aumentar os níveis de irisina no sangue de animais incapazes de produzir seus próprios hormônios, a situação em seus cérebros mudou notavelmente.
Camundongos jovens, idosos e até mesmo aqueles com casos avançados de doença de Alzheimer começaram a ter um desempenho melhor em testes de memória e capacidade de aprendizado.
Os pesquisadores também encontraram sinais de redução da inflamação no cérebro dos animais com demência, o que é importante, já que se acredita que a neuroinflamação acelera a progressão da perda de memória.
Além disso, depois de ser injetado na corrente sanguínea dos camundongos geneticamente modificados, o hormônio apareceu em seus cérebros, embora seus órgãos não pudessem tê-lo produzido.
“Tomados como um todo, esses novos experimentos sugerem fortemente que a irisina é um elemento-chave para vincular o exercício à cognição”, concluíram os pesquisadores.
Usos na medicina contra o mal de Alzheimer
É possível ainda que medicamentos sejam produzidos com base na irisina. Os pesquisadores esperam testar se as versões farmacêuticas podem retardar o declínio cognitivo ou mesmo aumentar as habilidades de raciocínio em pessoas com Alzheimer.