Maria Tereza Pepe Razzolini também reforça que, no caso de ir em restaurantes, “devemos procurar lugares onde a higiene é contemplada de maneira eficaz”
Por Letícia Naome em Jornal da USP
As bactérias do gênero salmonella estão entre as principais causadoras das doenças transmitidas pelos alimentos. Essas bactérias se proliferam em alimentos com alto teor de umidade e podem causar febre entérica (febre e dor abdominal), tifóide e salmoneloses.
A professora Maria Tereza Pepe Razzolini, da Faculdade de Saúde Pública da USP, explica que as salmonellas estão distribuídas no ambiente em diversos reservatórios como aves, suínos, bovinos, animais de estimação e no esgoto doméstico. “É por isso que temos alguns tipos de exposição e cuidados são necessários para que essa expansão seja minimizada ou, então, eliminada.”
Contaminação por salmonella e tratamento
A contaminação, para além da ingestão de alimentos que contêm as bactérias, pode ocorrer em hospitais ou por animais contaminados — por isso os animais de estimação devem estar vacinados e ter os cuidados com a higiene em dia.
Após a contaminação, os sintomas aparecem em até dois dias, sendo uma doença que dura até sete dias, podendo causar diarreia e vômitos. A professora destaca que “há casos em que pode ser um pouco mais grave. Devemos tomar muito cuidado com as crianças, especialmente as menores de cinco anos, com idosos e pessoas que têm algum quadro de imunodepressão”.
Em relação ao tratamento, nos casos menos severos, normalmente é necessário apenas repouso e uma alimentação mais leve. Já nos mais graves são prescritos antibióticos, mas ela alerta para algumas precauções que precisam ser tomadas, explicando que se vive um momento delicado em termos de resistência antimicrobiana e algumas salmonellas também são. Então, “se a prescrição puder ser evitada, é melhor”.
Precauções
É importante higienizar os objetos corretamente para preparo de refeições, para evitar a concentração de bactérias, inclusive salmonellas. “Usar materiais que possamos realmente desinfetar, como as [tábuas] de vidro acrílico” e evitar as de plástico ou madeira, as quais, com o uso, formam-se fissuras, “onde pode acontecer o acúmulo de alimentos” e a proliferação de bactérias, ressalta Maria.
Além disso, é necessário o cuidado com os alimentos, de modo a cozinhá-los bem, principalmente carne de frango. A professora prossegue explicando que os alimentos consumidos crus, especialmente as hortaliças, devem passar por uma boa lavagem. “O uso do cloro, por exemplo, é importante para lavar alface, rúcula.” Um modo eficaz de eliminar possíveis agentes infecciosos, conforme a professora, é colocar uma colher de sopa de sanitizante à base de cloro em um litro de água, deixar a hortaliça por 20 minutos e depois enxaguar.
Para o caso de idas em restaurantes, “devemos procurar lugares onde a higiene é contemplada de maneira eficaz”, reforça Maria. Nesse sentido, é recomendável observarmos se o alimento está fresco, se o local está limpo, como o alimento é manipulado — de modo a aguçar nosso sentido sobre o que e onde estamos consumindo.
Este texto foi originalmente publicado por Jornal da USP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não representa necessariamente a opinião do Portal eCycle.