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Experimento poderia nos deixar mais perto de compreender a consciência humana ou até aumentá-la

O que é a consciência? No mundo da ciência, há muito para se entusiasmar sobre esse tema. Especialmente após um conjunto de experimentos ter revelado que é possível aumentar a consciência humana.

O método é chamado de colaboração adversária. Tanto na ciência como na vida, as pessoas geralmente têm muitas teorias sobre as coisas. No entanto, muitas teorias vivem indefinidamente na segurança de suas “verdades absolutas” intelectuais. A solução é convidar os proponentes de narrativas conflitantes a identificar algum ponto de contradição que pode ser testado. Isso nos permitiria identificar as teorias erradas, o que é uma boa definição de progresso.

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Método não é inédito

Essa ideia não é totalmente nova. Em 1919, Arthur Eddington, um astrônomo britânico, usou um eclipse solar para testar duas teorias conflitantes — as noções de Isaac Newton sobre a gravidade e as de Albert Einstein sobre a relatividade geral (Einstein ganhou). Mas não houve nenhuma pesquisa em grande escala desse tipo com a participação ativa de cientistas em duelo.

A Templeton World Charity Foundation quer mudar isso. A organização sem fins lucrativos financia pesquisas sobre algumas das maiores questões da humanidade, especialmente aquelas na interseção da ciência e espiritualidade. Isso inclui a consciência.

Entendendo o processo

Por que os humanos geralmente têm consciência? O que acontece quando a perdemos, como em um coma ou sono sem sonhos, durante convulsões ou anestesia geral? Por que a lesão no cerebelo, que tem 69 dos 86 bilhões de neurônios em nossos cérebros, não causa perda de consciência, enquanto a lesão em outras regiões, sim?

Essas questões também têm significado moral. Os bebês recém-nascidos têm consciência? E quanto aos prematuros? Fetos? Macacos e outros primatas quase certamente sim, mas e os polvos? Abelhas? Moscas da fruta? O mais perturbador é que nossas máquinas e algoritmos — que já derrotam os humanos no xadrez e podem em breve ser melhores em dirigir nossos carros — um dia se tornarão conscientes?

Dawid Potgieter, um sul-africano que dirige o projeto Templeton, já afirmou que sua equipe identificou cerca de uma dúzia de teorias plausíveis sobre a consciência. Em seguida, eles os emparelharam de forma que os experimentos pudessem refutar um em cada casal. Eventualmente, ele quer disputar cerca de cinco ou seis confrontos diretos.

Esses experimentos contrapõem a chamada “teoria do espaço de trabalho global” (GWT na sigla em inglês), defendida por Stanislas Dehaene no College de France em Paris, contra a “teoria da informação integrada” (IIT na sigla em inglês), defendida por Giulio Tononi na Universidade de Wisconsin em Madison.

Ambas as teorias são tão complexas que, ao tentar entendê-las, é possível perder a consciência. Mas a pesquisadora Lucia Melloni, do Instituto Max Planck, em Frankfurt, fornece alguns atalhos mentais. Ela é a organizadora (neutra e independente) desta colaboração adversária.

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Para entender o GWT de Dehaene, ela pede que se imagine o sistema nervoso como um enorme teatro. No início, todos os neurônios ficam sentados no escuro, sussurrando e se cutucando — isto é, disparando e trocando informações — mas ainda sem consciência de nada. Mas então alguém, o “espaço de trabalho”, sobe no palco. Todas as luzes agora brilham nesta entidade, e ela tem a atenção de todos os neurônios na audiência. Este espaço de trabalho transmite uma mensagem para a exclusão da outra tagarelice. O que chamamos de consciência é simplesmente a sensação de perceber essa transmissão.

No IIT, em contraste, a consciência não é uma mensagem, mas uma estrutura causal, e muito complexa. Ela se baseia em uma grade de neurônios que, como um mapa bidimensional de Manhattan, sustenta a cidade tridimensional que se ergue a partir dela. Mas todos os neurônios na estrutura devem ser integrados para me dar a experiência de perceber esta cidade — onde ela começa e termina e assim por diante — então, eles devem ser capazes de causar efeitos uns nos outros.

Ganhar ou perder?

Seis laboratórios em todo o mundo decidiram fazer os mesmos testes e coletar os resultados de forma paralela. Os dados serão então disponibilizados on-line, para que qualquer pessoa no mundo possa baixá-los e testar suas próprias hipóteses sobre a origem da consciência.

Mas, para os pesquisadores, não importa quem vai ganhar ou vencer esse duelo. O que importa é poder usar os resultados para fazer progresso na ciência e testar outras teorias potenciais da mesma forma.


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