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Você sabe o que é spirulina? Conheça essa cianobactéria comestível repleta de antioxidantes

A spirulina ou espirulina é uma cianobactéria (e não uma alga, como ficou mundialmente conhecida) utilizada há milênios pela humanidade. Devido à sua alta concentração de nutrientes e propriedades anti-inflamatórias – ela é um suplemento natural dos mais completos disponíveis na natureza.

A spirulina é alga ou bactéria?

Afinal, a spirulina é uma alga ou é uma bactéria? A resposta: nem uma coisa nem outra. Ela é uma cianobactéria.

Cianobactéria é um filo, pertencente ao domínio Bacteria. Nele, há organismos que não podem ser denominados nem como bactérias nem como algas. Afinal, não são nem uma coisa nem outra: são apenas cianobactérias.

A confusão com relação à spirulina se dá porque ela é popularmente conhecida como alga azul. É preciso lembrar que as algas crescem em ambiente marítimo, e a spirulina é cultivada em água doce.

Outra diferença fundamental reside na divisão celular: cianobactérias são procarióticas, enquanto a maioria das algas é eucariótica.

A ausência ou presença de carioteca ou cariomembrana (a parede que isola o núcleo celular, onde se encontra o DNA) é o que diferencia as duas classificações: eucariontes possuem carioteca, procariontes não possuem. Também não possuem mitocôndrias, plastídeos, complexo de Golgi, retículo endoplasmático. Além de todos aqueles termos exóticos que você era obrigado a decorar para as provas de biologia.

Mas calma, a confusão é baseada em estudos antigos, que classificavam a spirulina como alga (cianofícea), sim.

Ela possui características de células vegetais (presença de clorofila, fazem fotossíntese, parede celular com celulose) e de bactérias (material nuclear disperso no citoplasma).

Porém, estudiosos perceberam a falta de parentesco entre essa bonitinha e as algas eucarióticas. Elas são como aquele primo mais sofisticado, sempre viajando para o exterior. Por isso, a spirulina voltou ao seu posto de bactéria, o que não altera em nada seus benefícios nutricionais.

O que é spirulina para que serve?

Com forma espiral (daí o nome), pertence a um grupo de 1,5 mil espécies de plantas aquáticas microscópicas. Elas crescem em lagos tropicais e subtropicais, diferentemente das algas, que costumam ser marítimas.

As águas desses lagos precisam ter pH elevado (alcalino, de 7 a 8), além da presença de carbonato e bicarbonato. Ela se desenvolve plenamente em rios e lagos de pH entre 10 e 11. Sendo que no Brasil, por exemplo, o ambiente ideal é o Pantanal.

As variações mais comercializadas são a Arthrospira maxima (América Central) e a Arthrospira platensis (África, Ásia e América do Sul). Elas são bactérias que fazem fotossíntese, chamadas cianobactérias filamentosas flutuantes. Elas costumam viver em colônias com aparência de algas, por isso a confusão perdura até hoje. Outro fator para tal equívoco é que essas bactérias, atualmente do gênero Arthrospira, já foram classificadas oficialmente como do gênero Spirulina.

Sua cor azulada vem das ficocianinas; a clorofilina confere coloração verde; os carotenoides dão pigmentação laranja. Os astecas adicionavam spirulina às suas refeições, assim como algumas populações do Norte de África o fazem para suplementação alimentar. A spirulina foi introduzida e popularizada na alimentação ocidental por volta de 1980.

As bactérias foram as responsáveis por transformar a atmosfera do planeta de rica em dióxido de carbono em repleta de oxigênio. Assim, possibilitando assim que outras formas de vida evoluíssem. 

O documentário da BBC ” How to Grow a Planet” explica esse processo. Abaixo, disponibilizamos alguns trechos. O geólogo Iain Stewart apresenta diversos outros documentários da BBC sobre geologia, biologia e temas para os apaixonados pela complexidade do nosso planeta:

Composição e benefícios

Em sua composição, mesmo que com divergências de estudo para estudo, há, no mínimo, 60% de proteínas. O que chega a 95% na concepção de outros – sendo ambos os números ótimos em termos de nutrição. 

Ela contém todos os aminoácidos essenciais. Além de vitaminas, fitonutrientes, minerais, vitamina B12, antioxidante betacaroteno (que pode ser convertido em vitamina A), ácido gamalinoleico, ferro e clorofila.  A ficocianina e o ácido gálico são dois antioxidantes presentes na spirulina.

Além disso, a spirulina também atua como um anti-inflamatório que pode ajudar contra sintomas de rinite alérgica. Como a congestão nasal, espirros e coceira, e outras alergias.

Reduz a pressão arterial e auxilia na TPM

Fitonutrientes são aqueles que atuam no sistema imunológico; são doadores de energia, previnem acidentes vasculares, auxiliam sintomas menstruais e desintoxicam o organismo.

A fenilalanina (aminoácido necessário na formação de todas as proteínas do corpo humano) confere saciedade às pessoas obesas. Assim, ajudando na perda de peso e não apresentando o risco de perdas nutricionais. Quem sofre de males no aparelho digestivo também se beneficia.

Afinal, a fenilalanina é rica em fibras e tem o efeito de absorver água e “inchar” no estômago. Substâncias como o goma-guar e glucomanan (duas fibras alimentares) também têm essa propriedade.

O ácido linolênico é um ácido graxo essencial (presente nas células e vital para a boa saúde). Ou seja, o corpo precisa dele, mas não o produz – é preciso introduzi-lo na dieta. A partir dele é feito o ácido gama-linolênico (AGL) que, por sua vez, cria o hormônio prostaglandina E1 (PGE1). Ele previne ataques cardíacos e derrames, diminui a produção do colesterol e melhora a circulação.

O AGL também alivia sintomas de tensão pré-menstrual e pode ser encontrado não apenas na spirulina. Mas também no óleo de jabuticaba, de prímula noturna e de semente de borragem. Porém a concentração maior está na spirulina: cinco gramas contêm 50 miligramas da substância. Depois do leite materno, é a melhor fonte.

Boa para atletas e para combater a fome

O consumo de spirulina também pode estimular a produção de óxido nítrico no organismo, que pode ajudar na redução da pressão arterial.

Para os atletas, o alto teor proteico (20 vezes maior que a da soja e 200 vezes a da carne bovina) com ausência de gorduras ou hidratos de carbono faz dela um excelente aliado na melhora do desempenho físico. Enquanto a maioria das proteínas de origem animal possui gorduras, calorias e colesterol, a spirulina contém apenas 5% de gordura e cada grama possui menos de quatro calorias.

Por conta dessas características, a Organização Mundial da Saúde (OMS) entende que o cultivo de spirulina tem importância política e prática na erradicação da fome e para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Efeitos colaterais: quem não pode tomar a spirulina?

Podendo ser consumida em excesso, a espirulina pode causar alguns efeitos adversos. Quando colhida na natureza, a substância pode estar contaminada por metais pesados, que em grandes quantidades pode ser prejudicial para o fígado.

Por ser um componente rico em atividade nutritiva, consulte um médico ou nutricionista antes de consumir qualquer suplemento.

Produção

Seu cultivo é feito em lagoas artificiais em um formato que remete a pistas de circuitos de fórmula 1 ( raceway pond, em inglês) com pás giratórias que mantêm a água circulando. Os maiores produtores do mundo são Estados Unidos, Tailândia, Índia, Taiwan, China e Grécia.

Pode vir em forma de tabletes, flocos ou em pó. Além dos humanos, suplementa aves de corte, aquicultura e aquários. Segundo um estudo (Amha Belay, 2002), a spirulina possui grande potencial anticancerígeno, antiviral e redutor de colesterol.

Em agosto de 2012, com nova ênfase na comercialização da spirulina havaiana ( Arthrospira pacifica), voltou o destaque do suplemento nas prateleiras. Principalmente por causa da proibição de alguns medicamentos emagrecedores. 

Tal variação é proveniente da região de Kona, no Havaí, e é considerada a mais pura. Bem como livre de contaminantes das pinturas dos cascos de embarcações, e metais pesados como mercúrio e chumbo, altamente nocivos à saúde. Mas sua composição é a mesma das spirulinas “normais“.

Esse tipo de criatura aquática não é apenas útil para suplementos, mas também  como as plantas terrestres, existem inúmeras espécies. Algumas letais e outras milagrosas. Das mais de 30 mil espécies de “algas”, as verde-azuladas (como a spirulina) são as mais primitivas.

Não possuem núcleo e suas proteínas são facilmente digeridas e assimiladas. Enquanto outras algas e bactérias têm paredes de celulose bastante indigestas, o revestimento das células dessa alga consistem de mucopolissacarídeos (moléculas grandes formadas por açúcares e proteínas). Elas facilitam a absorção – isso é um fator essencial para o organismo de pessoas convalescentes, desnutridas e idosas.

Produção de spirulina no Brasil

Existem fazendas de cultivo aqui no Brasil, no semiárido do nordeste da Paraíba. Elas são feitas em tanques com capacidade para até 15 mil litros de água. O baixo custo, as altas temperaturas, fortes índices de insolação e as águas salinizadas do subsolo colaboram para o florescimento da cianobactéria.

Vegano, não se engane

Apesar da spirulina possuir grande quantidade de vitamina B12, seu tipo de B12 não é aproveitado pelo organismo humano. A vitamina B12 presente na spirulina “rouba” o lugar da vitamina B12 “de verdade” e ainda pode enganar exames de laboratório. Então se você é vegano ou vegetariano estrito, fique atento a essa questão.


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