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No entanto, país também vê avanço da exploração da areia betuminosa

O Canadá não é só um lugar bonito, que proporciona ótimas paisagens nas fotos de viagem, com suas florestas densas, grandes costas e a neve que grande parte do pessoal aqui do hemisfério sul quer tanto ver. No meio de tudo isso é possível encontrar os diversos meios necessários para a produção de energia sustentável.

A diversa geografia do país permite que um variado leque desses meios sejam usados para as mais diferentes formas de produção energética. Meios, nesse caso, significam desde a água do mar e dos rios, até a biomassa e os ventos. Mais de 60% da matriz energética do Canadá é oriunda de fontes renováveis, sendo 59% desse montante só de usinas hidrelétricas, tornando o país o terceiro maior produtor de energia dessa fonte no mundo todo. Vamos dar uma olhada em todos os principais meios de obtenção de eletricidade de forma mais sustentável em terras canadenses:

Energia hidroelétrica

Para nós brasileiros, essa fonte dispensa apresentações, já que nosso país é totalmente dependente dela. Na terra do hockey, não é muito diferente. O número de rios correndo das montanhas canadenses em direção aos três oceanos que banham o país é enorme. O Canadá possui nada menos que 529 estações hidroelétricas, sendo 379 delas pequenas instalações, capazes de gerar 50 megawatts (MW). Todas elas juntas ajudam a gerar muito mais que 75 mil MW. A província com maior capacidade de geração de energia hidroelétrica é Quebec, com 40 mil MW. É previsto que, até 2020, 158 novas hidroelétricas serão construídas, aumentando em mais 29 MW a potência total instalada.

Energia eólica

A energia cinética dos ventos convertida em eletricidade requer uma topografia muito específica, que proporcione às turbinas o máximo possível de qualidade na captação do seu recurso único e exclusivo. As terras canadenses são fartas em regiões propícias para captação de energia pelos ventos, apesar de muitas dessas regiões se encontrarem de tal forma isoladas que a rede de distribuição elétrica sequer as alcança. Apesar disso, há aumento do uso desse tipo de tecnologia. Em menos de 20 anos, o número de turbinas eólicas pulou de 60, lá em 1997, para 3.094 em 2011. O país fechou 2014 gerando cerca de 9,7 mil MW só de energia eólica. Isso corresponde a 4% de toda a matriz canadense. Clicando neste “O que é energia eólica?“, você entende melhor sobre esse tipo de energia e ainda descobre o tanto de potencial que o Brasil tem; mas que, por algum motivo, não recebe investimentos.

Energia solar

Você entrou nesse artigo já esperando por esse momento. É, com toda essa coisa de neve e inverno e dias eternamente escuros em determinadas épocas do ano, não parece muito praticável a aplicação da tecnologia de geração de energia por meio da luz solar, mas pode crer que ainda há espaço. Grande parte do uso da energia solar vai para painéis responsáveis por aquecer água e ar em prédios. O potencial desse tipo de energia varia muito no Canadá; áreas de costa são menos propícias que as do interior, porém o uso de células fotovoltaicas para produção direta de energia elétrica (veja aqui nossa explicação mais aprofundada entre esses dois tipos de usos para energia solar) ainda é caseiro e não tem uma representatividade muito grande em toda a matriz solar do país. Mesmo assim, a implantação dessa tecnologia cresce cerca de 25% por ano e, pelo seu caráter mais doméstico, sem dúvida, esse número aumentará. Ainda mais depois que a Universidade de Alberta desenvolveu uma inovação a partir dos nossos conhecidos painéis fotovoltaicos.

Energia dos oceanos

Passamos a trindade das energias renováveis mais conhecidas e chegamos só na metade do nosso passeio pelas fontes energéticas canadenses. Acontece que a energia proveniente das marés e ondas também pode ser aproveitada. E acontece também que o Canadá é cercado por oceanos, veja só que beleza. A tecnologia ainda é muito nova, portanto existem só duas plantas geradoras operando, uma na Nova Escócia – sobre a qual já falamos aqui – e outra na Colúmbia Britânica. Esse tipo de captação ainda sofre muitas críticas, mas é natural que as barreiras uma hora sejam superadas e a adoção dessa fonte – que é totalmente, sem dúvida, 100% inesgotável (exceto se o mundo acabar) – torne-se ainda maior.

Bio-energia

Usar madeira para cozinhar e se aquecer ainda é muito importante para uma parcela da população canadense. Pior que isso, ainda é o desperdício causado pela indústria de móveis e papéis. O menos pior dos destinos para os resíduos desse tipo de indústria vai para a produção de bioenergia. Cerca de 1,5 mil MW da matriz energética canadense sai de produtoras de bioenergia, fora o que é vendido para a rede por produtores independentes. Tanto para cocô de vaquinha e para restos de madeira, o processo de transformação da biomassa em energia elétrica é o mesmo: a digestão anaeróbica (bactérias digerem a matéria orgânica num ambiente sem oxigênio) produz gás natural e outros produtos para agricultura. A biomassa também é responsável pela produção de etanol, que cresce exponencialmente no país.

Energia geotermal

Energia geotermal (ou geotérmica) é aquela que pode ser retirada do calor armazenado debaixo da superfície da Terra ou pelo calor absorvido na atmosfera e nos oceanos. No primeiro caso, a energia geotérmica é capturada pelo aquecimento natural nos subterrâneos, disponíveis graças a fonte quase eterna de calor no centro do nosso planeta, e aí é transformada em energia elétrica. Já no segundo caso, aquecimento e refrigeração são alcançados tirando vantagem do diferencial de temperatura entre o ar exterior e águas ou solo subterrâneo. A costa oeste do Canadá é a que tem mais capacidade para produção desse tipo de energia. Apesar disso, é o único país do Círculo de Fogo do Pacífico que ainda não tem nenhuma estação de captação de energia em funcionamento. Estima-se que a capacidade instalada de energia nessa região chegue a 1.045 MW.

O outro lado da moeda

Mas, claro, que nem tudo é um mar de rosas. Apesar do país ser um modelo nesses avanços acima, continua sendo refém da indústria do petróleo, agora proveniente da exploração da areia betuminosa. Os efeitos colaterais desse tipo de fonte servem para anular quase todas as vantagens que o uso das outras fontes proporcionam. A prática é 12% mais poluente do que a extração comum de petróleo, e só estamos falando das emissões de gás carbônico. Além disso, dezenas de hectares de floresta são dizimados para expandir a área de mineração e refino, fora a contaminação do solo e da água graças ao uso de metais pesados. Você pode saber mais sobre o quão ruim é a areia betuminosa clicando aqui e também conferindo esta matéria que fizemos sobre o problema no Canadá. Abaixo, um vídeo para introduzir você ao assunto e ajudá-lo a discutir sobre.


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