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A rede de organizações, movimentos sociais e pesquisadores argumenta que a medida é um retrocesso

Por Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor | A Coalizão Mobilidade Triplo Zero divulgou nesta quarta-feira uma nota em que critica a iniciativa do governo federal de lançar um plano de incentivo à retomada do setor automotivo por meio da redução dos valores dos carros populares. A rede de organizações, movimentos sociais e pesquisadores argumenta que a medida é um retrocesso. Isso porque vai contra as ações para proteção do clima, da saúde, da qualidade de vida nas cidades e também da promoção da igualdade social. De acordo com o texto, uma política nacional precisa garantir financiamento ao transporte público coletivo, à mobilidade a pé e por bicicleta. Sem isso, a população pobre será a mais prejudicada.

Na nota, a coalizão enfatiza o aumento da poluição atmosférica e da emissão de CO², gás de efeito estufa, como impactos negativos que a medida do governo federal acarreta. Também destaca os congestionamentos e o aumento da violência no trânsito. Os números recentes do DataSUS do Ministério da Saúde mostram que as mortes no trânsito cresceram pelo segundo ano consecutivo, com 33.813 vítimas em 2021. Isso representa um crescimento de 3,5% em relação a 2020. A maioria dessas vítimas é de pessoas pobres e negras, assim como também são as que sofrem com as mudanças climáticas, com a poluição provocada pelo transporte individual e com a baixa qualidade do transporte coletivo.

“O Brasil já optou por soluções do tipo, e paga um alto preço até hoje, com o colapso do sistema de transporte público coletivo brasileiro, que culmina na crise urbana que enfrentamos diariamente em nossas cidades. É isso que o Brasil do século 21 quer?”, questiona o documento. A rede reivindica coerência por parte do governo federal, que assume um discurso internacional para barrar as mudanças climáticas, mas aplica políticas internas que caminham numa direção completamente díspar.

A Coalizão afirma que se o governo federal busca um futuro equitativo e verde, ele deve focar o transporte público, a mobilidade a pé e por bicicleta. “Para isso, é urgente garantir subsídio público para expansão, qualificação e integração dos sistemas de transporte público; implantação de infraestruturas seguras, bem conectadas e confortáveis para o pedestre e o ciclista; além de espaços públicos de qualidade e verdes nas cidades brasileiras. Se queremos fomentar a indústria e geração de empregos no Brasil, são esses setores industriais que devemos promover, os que envolvem o transporte coletivo e a produção de bicicletas”, aponta o documento.

Sobre a Coalizão Mobilidade Triplo Zero

Coalizão Mobilidade Triplo Zero: zero tarifa, zero emissões de poluentes e zero mortes no trânsito é uma rede de dezenas de organizações da sociedade civil, movimentos sociais e pesquisadores que se formou em 2023 com o objetivo de superar a crise da mobilidade no Brasil e lutar para que ela seja um meio de garantir mais democracia e acesso a direitos sociais.


Este texto foi originalmente publicado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.


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