Compostagem
Erradicação da Pobreza
Energia
Leon Frey,micologista de campo. disse que os livros contêm falhas graves, como referir-se a “cheiro e sabor” como características de identificação
Catadores de cogumelos foram aconselhados a evitar comprar livros digitais que parecem ter sido escritos por chatbots de inteligência artificial, de acordo com artigo publicado hoje no jornal The Guardian.
A Amazon se tornou um mercado para livros produzidos por IA que estão sendo considerados escritos por humanos, com livros de viagens entre as categorias populares de trabalhos falsos.
Agora, vários livros apareceram no site da varejista on-line oferecendo guias sobre coleta de cogumelos selvagens que também parecem ter sido escritos por chatbots. Os títulos incluem “Livro de receitas de cogumelos selvagens: da floresta ao prato gourmet, um guia completo para a culinária de cogumelos selvagens” e “Guia de campo dos livros supremos de cogumelos do sudoeste”.
Quatro amostras dos livros foram examinadas pelo Guardian e pela Originality.ai, uma empresa norte-americana que detecta conteúdo de IA. A empresa disse que cada amostra teve uma classificação de 100% em sua pontuação de detecção de IA, o que significa que seus sistemas estão altamente confiantes de que os livros foram escritos por um chatbot como o ChatGPT.
Exemplos incluem: “O cheiro doce de cogumelos recém-cozidos flutuava no ar, trazendo de volta boas lembranças de minha mãe” e “Procurar cogumelos selvagens é uma experiência profundamente gratificante que nos conecta com a abundância da natureza e a rica tapeçaria de flores que a Terra fornece.”
Os outros livros testados por Originality.ai foram “Livro de receitas de cogumelos selvagens: um guia para iniciantes para aprender o básico da culinária com cogumelos selvagens para obter saúde e sabor, completo com receitas fáceis de seguir!” e “Livro de receitas de cogumelos selvagens: desvende os deliciosos segredos dos fungos mais saborosos da natureza”. O Guardian tentou entrar em contato com os autores mencionados nos livros.
Leon Frey, guia de coleta de alimentos e micologista de campo da Family Foraging Kitchen, com sede na Cornualha, que organiza excursões de coleta de alimentos, disse que as amostras que viu continham falhas graves, como referir-se a “cheiro e sabor” como uma característica de identificação. “Isso parece incentivar a degustação como método de identificação. Isso absolutamente não deveria ser o caso”, disse ele.
Alguns cogumelos selvagens, como o altamente venenoso death cap , que pode ser confundido com variedades comestíveis, são tóxicos.
Frey disse que um livro se refere ao fungo juba de leão, que é comestível, mas é uma espécie protegida no Reino Unido e não deve ser colhido. “Eu recomendaria escolher livros de fontes confiáveis”, acrescentou.
O professor Myron Smith, especialista em fungos da Universidade Carleton, no Canadá, disse que os livros eram “totalmente irresponsáveis”. Ele disse: “Algumas das diferenças entre comestíveis e não comestíveis são muito sutis e é realmente necessário um olhar experiente e conhecimento para discriminá-las”.
Os livros de cogumelos foram relatados pela primeira vez pelo site 404 Media. Os trabalhos gerados pela IA também foram destacados pela Sociedade Micológica de Nova York, que postou no X, anteriormente conhecido como Twitter: “@Amazon e outros pontos de venda foram inundados com livros de identificação e coleta de alimentos de IA. Por favor, compre apenas livros de autores conhecidos e colecionadores, isso pode significar literalmente vida ou morte.”
A Amazon disse que estava revisando os livros trazidos à sua atenção pelo Guardian.
Um porta-voz da Amazon disse: “Levamos questões como esta a sério e estamos comprometidos em fornecer uma experiência segura de compra e leitura. Estamos investigando isso.
