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Estudo amplo com 121 espécies mostra que dominação masculina não é regra no mundo dos primatas

A ideia de que os machos sempre dominam as fêmeas entre os primatas acaba de ser questionada por uma pesquisa abrangente. Realizado por cientistas da Universidade de Montpellier, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva e do Centro Alemão de Primatas, o estudo analisou 253 populações de 121 espécies diferentes, revelando que relações de poder rígidas entre os sexos são menos comuns do que se imaginava. Os resultados, publicados na Proceedings of the National Academy of Sciences, mostram que a dominação clara — seja por machos ou fêmeas — é exceção, não regra.

Conflitos entre os sexos são frequentes no reino animal, mas a dinâmica de poder varia significativamente entre espécies. Enquanto em algumas, como os babuínos-chacma, os machos são fisicamente maiores e exercem controle sobre as fêmeas, em outras, como os lêmures-de-cauda-anelada, as fêmeas ocupam posições dominantes. O estudo identificou que fatores como tamanho corporal, organização social e estratégias de cooperação influenciam diretamente essas relações.

Um dos achados mais relevantes é que a dominação feminina surge em contextos específicos. Quando as fêmeas formam coalizões estáveis ou possuem maior influência na distribuição de recursos, elas frequentemente assumem o controle. Já em espécies onde os machos dependem do apoio das fêmeas para manter status social, a hierarquia tende a ser mais equilibrada.

A pesquisa também desmistifica a noção de que a agressividade masculina garante supremacia automática. Em muitas espécies, as fêmeas respondem com estratégias de resistência, evitando a submissão mesmo diante de machos maiores e mais agressivos. Essa flexibilidade comportamental sugere que a evolução dos primatas favoreceu múltiplas formas de organização social, longe de um modelo único baseado em dominação masculina.

Os resultados têm implicações além da biologia, oferecendo insights sobre a construção de hierarquias em sociedades humanas. Se entre nossos parentes mais próximos no reino animal a diversidade de estruturas de poder é a norma, por que insistir em narrativas simplistas sobre dominância inata de um sexo sobre outro? O estudo reforça que a complexidade social, tanto em primatas quanto em humanos, merece análises mais profundas e menos estereotipadas.


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