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O filme de PVC é muito utilizado para acondicionamento de alimentos, porém seu uso pode trazer riscos. Entenda o porquê

Os filmes flexíveis de PVC são muito utilizados em acondicionamento de produtos alimentícios. Todos nós já utilizamos aquele plástico transparente e que “se estica” para guardar e proteger algum tipo de alimento. Por conta disso, é muito importante que seja um material seguro e inócuo à saúde. Contudo, algumas pesquisas apontam que certas substâncias presentes nos plásticos podem contaminar alimentos. Confira.

Para ter aquela flexibilidade e maleabilidade, o PVC necessita da adição de plastificantes. Os mais utilizados são o adipato de di-(2-etil-hexila) – DEHA e o fatalato di-(2-etil-hexila) – DEHP. Esses compostos não estão fortemente ligados ao polímero de PVC e podem, sob certas condições, migrarem do plástico para o alimento que está em contato com o filme de PVC. Os maiores problemas ocorrem quando o alimento envolvido no filme PVC possui grande quantidades de gordura ou se ele passa por um processo de aquecimento, ocasionando uma maior taxa de migração de plastificantes para o alimento.

Existem vários outros ftalatos presentes nos plásticos: ftalato de di-(n-butila) – DBP; ftalato de di-(etila) – DEP; ftalato de di-(hexila) – DHP; ftalato de di-(metila) – DMP; ftalato de di-(octila) – DOP; ftalato de butil benzila – BBP; ftalato de di-(isobutila) – DIBP; ftalato de di-(isononila) – DINP; ftalato de di-(isododecila) – DIDP; ftalato de mono-(2-etil hexila) – MEHP e ftalato de di-(isoheptila) – DIHP.

Entenda os riscos

Como esses compostos podem ser uma fonte de contaminação, eles oferecem riscos à saúde da população. Por conta disso, nas últimas décadas, intensas pesquisas foram feitas sobre os efeitos dessas substâncias, sendo que muitas delas revelaram que os ftalados têm potencial cancerígeno em ratos, além de provocarem danos ao sistema reprodutivo animal e humano, por sua atuação como disruptor endócrino.

Outros estudos ainda sugeriram que a exposição aos ftalatos DEHP e DBP, durante a gestação, poderia interferir no desenvolvimento do cérebro do bebê, bloqueando a ação do hormônio masculino testosterona.

A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) classifica os ftalatos como possivelmente carcinogênicos para humanos (grupo 2B).

Regulamentação

Reconhecendo o problema desses plastificantes, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos da América (EPA) fixou a concentração de DEHA em 6 µg/L (microgramas por litro) para águas armazenadas em garrafas plásticas e o uso de plastificantes tóxicos foi proibido em brinquedos para crianças.

No Brasil, a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da resolução nº 105 de 1999, estabelece para o material de PVC contendo DEHP como plastificante um teor máximo de 3% em massa na matéria plástica, se em contato com alimentos gordurosos. Porém, a mesma regulamentação não estabelece limite de restrição para DEHA.

Um estudo realizado no Rio de Janeiro verificou que todas as amostras de filme de PVC comercializadas no estado apresentaram teores de DEHP acima do limite estipulado pela legislação brasileira. O valor médio de migração do DEHP do plástico para o alimento encontrado foi de 156,34 mg/kg.

Os ftalatos ganharam espaço no mercado no mundo todo como plastificantes e continuam presentes até hoje, pois constituem as substâncias que oferecem a melhor relação custo/benefício associada a boas propriedades na área de embalagens de alimentos, principalmente na conservação e praticidade.

Em virtude disso, os ftalatos são muito encontrados em outros utensílios de plásticos como copos, aparatos médicos (bolsas de sangue e para aplicação de medicamentos como o soro), tubos para encanamento de água, brinquedos para crianças, cortinas, adesivos e qualquer outro plástico PVC (o que possui número de reciclagem 3).

Conheça os tipos de plásticos existentes

Prevenir-se é a melhor opção

Enquanto não há uma legislação e uma fiscalização mais rigorosa, o melhor é se prevenir. Evite embalar alimentos em filmes de PVC – em vez disso, utilize recipientes de vidro para armazenamento, eles são comprovadamente seguros para acondicionamento de alimentos e podem ser utilizados indefinidamente. Procure, sempre que possível, adquirir produtos sem ftalatos. Lembre-se que há vários nomes diferentes que aparecem nas embalagens (confira no início da matéria). A descrição nos produtos sem ftalatos normalmente aparecem da seguinte forma: sem DEHP ou DEHP free. Outra forma mais segura de embalar alimentos é com os plásticos de polietileno (PEBD/PELBD-4), eles comumente são usados para embalar pães de forma. Assim, quando o pão acabar, você pode continuar a utilizar a embalagem para armazenar outros alimentos. Mas ainda vale a dica, nunca aqueça os alimentos envolvidos com qualquer plástico, e nunca utilize a mesma embalagem várias vezes, descarte-a corretamente!

Saiba mais sobre onde são encontrados os ftalatos e seus efeitos e reciclagem do filme PVC.


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