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Análise da Organização Meteorológica Mundial, OMM, menciona ciclone tropical em Moçambique e inundações no Brasil; agência destaca frio extremo nos Estados Unidos e recordes de calor na Austrália

Clima no sul da Europa afeta comunidades vulneráveis, como migrantes e refugiados. Imagem: ONU/Divulgação

O mês de janeiro foi marcado por clima de alto impacto em muitas partes do mundo, incluindo frio extremo na América do Norte, calor e incêndios na Austrália, altas temperaturas e chuvas na América do Sul e neve forte nos Alpes e Himalaias.

A análise é da Organização Meteorológica Mundial, OMM, que publicou esta sexta-feira um resumo dos principais acontecimentos climáticos do primeiro mês de janeiro.

Causas

Falando de Curitiba, no Brasil, o especialista do Sistema Meteorológico do Paraná Reinaldo Silveira disse à ONU News que “é muito difícil prever” se estes recordes de temperaturas, baixas e altas, continuaram a acontecer.

“Ainda está se investigando essa relação entre o tempo e o clima. Existem mecanismos que podem acionar essas variações, mas não necessariamente devido a uma frequência grande desse tipo de fenômenos. Eles ocorrem, têm acontecido, mas também podem acontecer associados com muita chuva, o que na verdade vai esfriar em vez de aquecer a região.”

O meteorologista também explicou a relação que estes eventos extremos podem ter com as mudanças climáticas.

“As mudanças climáticas vêm acontecendo e já têm se observado esses padrões com maiores frequências, tanto de eventos severos quanto eventos relacionados a desastres naturais. Agora, é importante distinguir o que seria o padrão de tempo, curto e médio prazo, com padrões de muitos e muitos anos, ao redor de 100 anos. Essa ligação ainda não é descrita com muita clareza.”

Frio na América

Nos últimos dias, grandes partes da América do Norte foram dominadas por um influxo de ar do Ártico chamado Vórtice Polar. Este não é um fenômeno novo, mas cada vez mais pesquisas mostram como ele é afetado pelas mudanças climáticas.

O Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos anunciou que as temperaturas continuarão bem abaixo da média para esta altura do ano. No sul de Minnesota, por exemplo, estavam -53,9 ° C em 30 de janeiro.

Em nota, o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, disse que “o tempo frio no leste dos Estados Unidos certamente não refuta a mudança climática.”

O responsável explicou que temperaturas frias e neve continuarão a fazer parte dos padrões climáticos típicos no inverno do hemisfério norte. Segundo o representante, é preciso “distinguir entre clima diário de curto prazo e clima de longo prazo.”

Taalas lembrou que “o Ártico enfrentou um aquecimento que é o dobro da média global” e que essas mudanças estão afetando os padrões climáticos fora da região. O chefe da OMM diz que “o que acontece nos polos não fica nos polos, mas influencia as condições climáticas e climáticas em latitudes mais baixas, onde vivem centenas de milhões de pessoas.”

Canadá e Europa

Além do leste dos EUA, partes do Canadá estão marcando recordes de baixas temperaturas e neve. O aeroporto de Ottawa, por exemplo, recebeu um recorde de 97 cm de neve em 29 de janeiro, superando o recorde de 1999.

Partes dos Alpes europeus registraram recordes. Em Hochfilzen, na região do Tirol, na Áustria, mais de 451 centímetros de neve caíram nos primeiros 15 dias de janeiro, um evento que apenas deve acontecer uma vez por século. A Suíça oriental recebeu o dobro da neve esperada.

O serviço meteorológico alemão também emitiu uma série de alertas sobre neve. Fortes tempestades de inverno atingiram o leste do Mediterrâneo e partes do Oriente Médio, com impactos severos em populações vulneráveis, incluindo refugiados.

Na terceira semana de janeiro, uma frente fria varreu a Península Arábica, trazendo uma grande tempestade de areia do Egito para a Arábia Saudita, Bahrein, Qatar, Irã e Emirados Árabes Unidos.

O Departamento Meteorológico da Índia emitiu avisos em 21 de janeiro sobre chuva e neve pesadas ou muito pesadas para Jammu, Caxemira e Himachal Pradesh, alertando avalanches em meio a uma intensa onda de frio.

Calor e fogos

A Austrália teve o primeiro mês do ano mais quente alguma vez registrado, com uma nova série de ondas de calor sem precedentes em escala e duração. A cidade de Adelaide atingiu um novo recorde de 46,6ºC em 24 de janeiro.

Em todo o país, a precipitação total foi 38% abaixo da média e a Tasmânia teve o mês de janeiro mais seco alguma vez registrado.

Neste estado, o mais ao sul da Austrália, condições extremamente secas e quentes têm alimentado grandes incêndios. Em 28 de janeiro, o Serviço de Bombeiros da Tasmânia registrou 44 incêndios. Muitos incêndios estão em uma área patrimônio mundial, atingindo ecossistemas raros de floresta Gondwana, encontrados apenas na Tasmânia e que. Historicamente, não queimam.

No final do ano passado, a Austrália já tinha tido o seu mês de dezembro mais quente, registrando também, no dia 27, o seu dia mais quente de dezembro.

Segundo a OMM, as ondas de calor estão se tornando mais intensas, longas e frequentes, como resultado das mudanças climáticas. Espera-se que esta tendência continue.

Américas

Em outros lugares do Hemisfério Sul, novos registros de calor foram feitos no Chile. Uma estação meteorológica na capital, Santiago, estabeleceu um novo recorde de 38,3 ° C em 26 de janeiro. Em outras partes do centro do Chile, as temperaturas chegaram a 40 °C.

A Argentina também foi atingida por uma onda de calor, provocando uma série de alertas. O nordeste do país e as partes adjacentes do Paraguai, Uruguai e Brasil foram atingidas por inundações extensas, bem acima da precipitação média esperada. Em 8 de janeiro, a cidade argentina de Resistência registrou 224mm de chuva, um novo recorde de chuvas de 24 horas, muito superior ao recorde anterior de 206 mm, registrado em janeiro de 1994.

Em África, o ciclone tropical Desmond atingiu Moçambique no dia 22 de janeiro, provocando fortes ventos e causando inundações na cidade central da Beira, seguindo depois para Madagáscar e Malaui.



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