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Pesquisa da Universidade de Toronto quantifica a poluição por microplásticos e aponta sacolas e lenços umedecidos como principais vilões, sugerindo caminhos para reverter o cenário

Um caudal invisível de poluição avança silenciosamente pelo Rio Don, em Toronto, desembocando no Lago Ontário. Pesquisadores da Universidade de Toronto calcularam que o curso d’água despeja anualmente no lago cerca de 36.000 quilogramas de microplásticos, um montante que equivale ao peso de 18 automóveis. A carga poluente é composta por mais de 500 bilhões de partículas sintetas minúsculas, originárias do ambiente urbano.

O estudo, divulgado na revista Philosophial Transactions of the Royal Society A, identificou que a maior parte desses detritos são microplásticos, fragmentos com menos de cinco milímetros que se desprendem de produtos descartáveis, pneus, poeira de rua e esgoto. Tempestades têm um papel agravante, carregando grandes quantidades desse material das ruas para o sistema hídrico. A pesquisa mediu concentrações de plástico em quatro pontos do rio, antes, durante e após eventos de chuva, revelando que o aumento do fluxo d’água transporta para o lago a mesma quantidade de resíduos que entra no rio.

Entre os itens maiores, classificados como macroplásticos, foram contabilizadas mais de 20.700 unidades, somando aproximadamente 160 kg. Sacolas plásticas de supermercado e lenços umedecidos lideram o ranking, representando 20% e 22% do total, respectivamente. A descoberta sinaliza que políticas públicas focadas na restrição desses dois itens poderiam reduzir significativamente o lixo plástico nos corpos d’água. A pesquisa também registrou objetos incomuns, como cofres de metal, provavelmente atirados de pontes.

A bacia hidrográfica do Rio Don, a mais urbanizada do Canadá, serve como um estudo de caso elucidativo sobre como os centros urbanos alimentam a poluição plástica em ecossistemas maiores. Rios funcionam como habitats vitais para peixes, mamíferos e insetos, que ficam diretamente expostos aos resíduos. Essa exposição pode comprometer funções essenciais como alimentação e crescimento, gerando efeitos em cascata sobre recursos dos quais a sociedade depende, incluindo água potável, alimentos e áreas de lazer.

Estratégias para conter o problema passam por múltiplas frentes. Especialistas recomendam a instalação de dispositivos de retenção em bueiros, medidas para impedir vazamentos de lixo de caminhões de coleta e uma aplicação mais rigorosa das leis contra descarte irregular. A participação da população em mutirões de limpeza e o descarte correto de resíduos, como jogar lenços no lixo e nunca na privada, são ações individuais com impacto coletivo. O caminho para mitigar a poluição plástica exige compreender suas fontes e trajetórias, unindo escolhas conscientes a políticas locais efetivas.


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