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Estudo da Universidade de Stanford mostra que os incêndios florestais podem transformar um elemento natural dos solos em cromo hexavalente

Uma pesquisa publicada na terça-feira (12), realizada pela Universidade de Stanford, comprovou que os incêndios florestais podem transformar um metal benigno presente em solos e plantas em partículas tóxicas. A descoberta foi feita através da análise do solo de locais que sofreram com incêndios florestais na cordilheira norte da Califórnia, incluindo o incêndio Kincade em 2019 e o incêndio Hennessey em 2020. 

A pesquisa documenta altos níveis de uma forma perigosa do metal cromo em locais de incêndios florestais com solos ricos em cromo. 

Na natureza, o cromo ocorre, principalmente, como cromo trivalente (Cr3+) — um nutriente essencial, usado no organismo humano para a quebra da glicose. No entanto, seguido de incêndios florestais, a substância liberada é o cromo hexavalente, ou cromo VI — um composto resultante de processos industriais e com alto potencial cancerígeno. 

Embora seja majoritariamente uma consequência de processos industriais, pesquisas anteriores comprovaram que o cromo VI também pode se formar a partir do cromo trivalente em solos superficiais aquecidos por incêndios florestais.

O que são metais pesados e quais são os riscos?

Foi a partir dessa descoberta que os pesquisadores de Stanford tornaram a analisar áreas atingidas por incêndios florestais ao redor da Califórnia. 

Foram analisadas amostras do solo de quatro reservas naturais que foram atingidas por queimadas. Os pesquisadores coletaram o solo e separaram as menores partículas. As concentrações de cromo hexavalente foram medidas e dados sobre a gravidade do incêndio local e o solo predominante, a geologia subjacente e os tipos de ecossistemas, foram coletados.

Foi comprovado que todos esses fatores influenciam os níveis de cromo hexavalente no solo. Em áreas onde a vegetação permitia que os incêndios ocorressem em altas temperaturas por longos períodos, as concentrações tóxicas de cromo foram cerca de sete vezes maiores do que em áreas não queimadas, sugerindo que quantidades significativas de cromo VI podem ser transportadas pelo ar.

Segundo Scott Fendorf, co-autor do estudo e professor na Escola de Sustentabilidade Stanford Doerr, grande parte do risco da exposição humana ao cromo hexavalente pode diminuir depois que a primeira grande chuva levar o metal para o subsolo. No entanto, devido a imprevisibilidade das chuvas, principalmente em consequência das mudanças climáticas, os riscos de exposição seriam iminentes para as pessoas que trabalham na revegetação ou reconstrução de áreas queimadas e residentes próximos aos locais afetados.

“Nosso estudo sugere que muito mais atenção deveria ser dada ao cromo modificado pelos incêndios florestais, e presumimos também metais adicionais, para caracterizar mais detalhadamente as ameaças gerais que os incêndios florestais representam para a saúde humana”, disse a principal autora do estudo, Alandra Lopez.

“Embora o cromo seja um dos metais que mais preocupam, temos certeza de que não é o único. Esperamos que estudos subsequentes comprovem riscos adicionais de exposição à inalação de metais decorrentes de incêndios florestais”, completou Fendorf. 


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