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Novo estudo redefine áreas prioritárias para reflorestamento com base em benefícios climáticos e sociais

Pesquisadores da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul, desenvolveram os mapas mais precisos até o momento sobre os melhores locais para reflorestamento com impacto real no combate às mudanças climáticas. O estudo, publicado na Nature Communications, analisou dados de 89 pesquisas anteriores e identificou 195 milhões de hectares globalmente onde o plantio de árvores pode maximizar a absorção de carbono sem prejudicar comunidades ou biodiversidade.

A área mapeada equivale ao território combinado da África do Sul, Namíbia, Botsuana e Zimbábue, mas representa uma redução de 71% a 92% em comparação com estimativas anteriores. A diferença se deve a critérios mais rigorosos, como o efeito albedo – fenômeno em que o aumento de cobertura vegetal pode, em certas regiões, aquecer a Terra em vez de resfriá-la, dependendo da reflexão da luz solar. Além disso, foram excluídos ecossistemas como pastagens naturais e savanas, onde a introdução de árvores ameaçaria a biodiversidade e aumentaria riscos de incêndios.

Desafios para a África e direitos das comunidades

O continente africano, responsável por menos de 5% das emissões globais de carbono, é um dos mais afetados pelas mudanças climáticas, mas também tem grande potencial para soluções baseadas na natureza. No entanto, o estudo alerta que políticas de reflorestamento mal planejadas já causaram danos, como a conversão inadequada de savanas em florestas.

A pesquisa reforça a necessidade de considerar os direitos territoriais de comunidades locais, especialmente em regiões onde populações dependem de recursos naturais para subsistência. Segundo os autores, projetos que ignoram essa dimensão podem agravar desigualdades e prejudicar ecossistemas.

Caminhos para uma restauração eficiente

O estudo integra o Roadmap for Just Systems Transformations for Africa’s People and Nature, uma iniciativa continental que busca alinhar metas climáticas com desenvolvimento local. Para os pesquisadores, é essencial que cientistas africanos liderem a definição de estratégias de restauração, garantindo que ações respeitem a história natural de cada bioma.

Enquanto líderes globais se preparam para novas negociações climáticas da ONU, o trabalho serve como um alerta: o plantio de árvores, sozinho, não resolverá a crise climática. É preciso combinar reflorestamento inteligente com a redução drástica de emissões industriais para alcançar resultados significativos.

Referências
Fesenmyer, K.A. et al. Addressing critiques refines global estimates of reflorestation potential for climate change mitigation. Nature Communications (2025). DOI: 10.1038/s41467-025-59799-8.


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