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Diesel S50 será substituído pelo S10 que é menos poluente e melhora a ignição do automóvel. Ainda assim substância é comprovadamente cancerígena e tecnologia precisa melhorar muito

As cidades estão em pleno crescimento demográfico e progresso econômico. No entanto, são esses os motivos que estão agravando ainda mais a poluição do ar. Cidades como Pequim, na China, e Nova Deli, na Índia, estão sofrendo, na saúde de cada habitante, as consequências da falta de planejamento sobre o crescimento controlado da cidade.

A cidade de São Paulo, por exemplo, enfrenta um grave problema de mobilidade urbana em que não consegue dispor de transporte público suficiente para atender a demanda da população, por conta da falta de políticas públicas voltadas para isso. E o incentivo econômico para compra de automóveis, como as sucessivas reduções do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a publicidade também não ajudam a solucionar o problema (veja mais sobre as megacidades e o aumento da poluição). Peça central na questão da poluição do ar, o carro emite uma quantidade elevada de gás carbônico que, considerando uma frota nacional superior a 42 milhões de automóveis, resulta em emissões de proporções enormes. Em sua grande maioria, eles são movidos a gasolina. Mas existem também opções como o diesel, um derivado da destilação do petróleo muito utilizado.

Diesel

O diesel, usado principalmente no segmento de veículos pesados, orientado ao transporte público e de cargas, possui uma série de problemas. As emissões dos óxidos de nitrogênio (NOx) e de material particulado estão preponderantemente relacionadas a esses modelos. o NOx é também precursor na formação de ozônio e o material particulado apresenta altas concentrações em várias áreas urbanas. A tecnologia defasada, intensidade de uso e idade média alta contribuem para o aumento dos impactos dos veículos a diesel. Ônibus urbanos, caminhões de entrega urbana, veículos que circulam por rodovias que atravessam áreas urbanas e veículos leves particulares são, portanto, determinantes para a degradação da qualidade do ar nas cidades. Além disso, um dos principais problemas associados à utilização do óleo diesel como óleo combustível é o teor de enxofre (S) nele contido. O diesel é constituído pela mistura de gasóleos, querosene e nafta, entre outros elementos químicos. Por isso, contém hidrocarbonetos, nitrogênio e enxofre.

O enxofre é elemento químico indesejável tanto para para o meio ambiente como também para os próprios motores a diesel, pois durante a combustão, o trióxido de enxofre, ao se juntar à água, forma o ácido sulfúrico, que corrói partes metálicas do motor. Se a concentração desse elemento for elevada, as emissões de material particulado também serão elevadas, assim como as emissões de poluentes primários como SO2 e SO3. Esta mistura de materiais particulados e óxidos de enxofre, produzidos no processo de queima do enxofre, como no caso da combustão dos veículos a diesel, se apresentam como substâncias essencialmente nocivas aos seres humanos. O alto teor de enxofre no combustível brasileiro determina grandes gastos ao governo com o sistema de saúde pública, sobretudo nos grandes centros onde se concentra a maior poluição atmosférica. Crianças, idosos e portadores de doenças respiratórias formam um grupo de pessoas mais sensível aos efeitos da poluição. Na cidade de São Paulo, por exemplo, estima-se que para cada aumento de 10µg/m3 na concentração de material particulado inalável no ar (fumaça, fuligem, etc.), existe um aumento de 1,5% nas internações por doença isquêmica do coração em idosos e mais de 4% por doenças pulmonares em crianças e idosos. E o problema não para por aí. O dióxido de enxofre, em contato com a umidade atmosférica, gera o ácido sulfúrico que contribui consideravelmente para a chuva ácida. A chuva ácida pode acidificar o solo e á água, fazendo com que larvas, pequenas algas e insetos não se desenvolvam. Além disso, pode provocar um arraste de metais pesados do solo para lagos e rios, intoxicando toda a vida aquática e contaminando os que dependem dela para sobreviver.

Perigo do câncer

Mesmo com todos os problemas já citados, é importante lembrar do principal: o diesel é uma substância comprovadamente cancerígena de acordo com a Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer, em tradução livre – (IARC), ligada à ONU (veja mais aqui). Ou seja, o ideal é a substituição completa do combustível por outros tipos que utilizem fontes renováveis e não causem danos à saúde e ao meio ambiente.

Segundo estudo do coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica, Paulo Saldiva, a poluição atmosférica causa doenças que matam cerca de quatro mil pessoas por ano em São Paulo e o diesel é responsável por 40% disso. Ele disse também que a poluição é um problema de saúde pública e que falta o Ministério da Saúde e o do Meio Ambiente se juntarem para solucionar a questão (confira o vídeo com a declaração de Saldiva).

Resolução

Ciente disso, o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) fez uma resolução afirmando que, a partir de janeiro de 2009, deveria ser distribuído um diesel menos nocivo. No entanto, por pressão de montadoras e da Petrobrás, essa resolução não foi cumprida e ainda foi atrasada por três anos. Assim, somente em 2012, com o Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), que obrigou os veículos produzidos a partir desse ano a utilizarem um diesel menos nocivo, chegou ao mercado o S50 (50 partes de enxofre por milhão de partículas – ppm) um diesel menos nocivo, mas que ainda não tinha preenchido as expectativas.

No começo do ano de 2013, surgiu o diesel S10, com teor mais baixo de enxofre e que vai substituir o S50 nos postos do país. Ele é considerado menos poluente do que os outros e atende ao Proconve, que obriga os veículos a utilizarem motores com tecnologia para reduzir as emissões veiculares. Além do baixo teor de enxofre, o S10 apresenta um índice de cetano (mede a qualidade de combustão dos combustíveis diesel) de 48, enquanto que o S50 tem 46. Sem contar que o cetano tem relação com a velocidade de ignição do carro e, por isso, quanto mais alto o número, melhor a qualidade na ignição e na partida a frio. Para o meio ambiente, ele reduz a emissão de material particulado e de fumaça branca. No entanto, o S10 só será menos danoso ao meio ambiente se a tecnologia da combustão da frota de veículos também se alterar, caso contrário, pode causar danos ao motor ou ter redução de poluição ínfima (veja mais aqui).

Problemas

A demora para implementar esse novo diesel no país originou dois problemas. O primeiro foi na renovação da frota, que só vai ser concluída em 2040, porque muitos carros vendidos entre 2009 e dezembro de 2011 ainda possuem motores com tecnologia antiga e alta emissão de poluentes. O segundo problema foi descoberto por pesquisadores do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da USP, que estimaram, com base em um estudo publicado na revista científica Clinics, o tamanho do impacto desse atraso em quase 14 mil mortes até o ano de 2040.

A medida, apesar de importante, está longe de ser suficiente devido aos imensos problemas que o diesel pode causar à saúde humana e ao meio ambiente.

Aproveite então para calcular a sua pegada de carbono nessa calculadora e pensar duas vezes antes de usar seu carro.

Assista abaixo ao vídeo da Campanha Diesel Limpo:


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