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Novos dados publicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam amplas diferenças no consumo de antibióticos em diversos países

Imagem: Zach Bulick/Flickr/CC

Novos dados publicados nesta segunda-feira (12) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam amplas diferenças no consumo de antibióticos em diversos países. Pela primeira vez, o organismo internacional coletou dados sobre o consumo desses medicamentos para a saúde humana em 65 países e territórios.

O relatório aponta grandes discrepâncias nas taxas de consumo entre os países, variando de aproximadamente quatro doses diárias definidas por cada mil habitantes para mais de 64 doses diárias definidas por cada mil habitantes.

A grande diferença no uso de antibióticos em todo o mundo indica que alguns países provavelmente estão usando antibióticos excessivamente, enquanto outros podem não ter acesso suficiente a esses medicamentos que salvam vidas.

A Região Europeia da OMS, que forneceu os dados mais completos para o relatório, teve um consumo médio de 17,9 doses diárias definidas para cada mil habitantes por dia, com uma diferença de quase quatro vezes entre os países de menor e maior consumo na região.

“O uso excessivo e inadequado de antibióticos é a principal causa de resistência antimicrobiana. Sem antibióticos eficazes e outros antimicrobianos, perderemos nossa capacidade de tratar infecções comuns, como a pneumonia”, diz Suzanne Hill, diretora do Departamento de Medicamentos Essenciais e Produtos de Saúde da OMS.

“Os resultados deste relatório confirmam a necessidade de tomar medidas urgentes, como a aplicação de políticas de prescrição, para reduzir o uso desnecessário de antibióticos.”

Tipos de antibióticos utilizados

O relatório conclui que a amoxicilina e a amoxicilina/ácido clavulânico são os antibióticos mais utilizados em todo o mundo.

Esses medicamentos são recomendados pela OMS como tratamento de primeira ou segunda linha para infecções comuns e pertencem à categoria “acesso” da Lista de Medicamentos Essenciais da OMS. Em 49 países, essa categoria representa mais de 50% do consumo de antibióticos.

Os antibióticos considerados de mais amplo espectro, como as cefalosporinas de terceira geração, as quinolonas e os carbapenêmicos, são categorizados como antibióticos de “alerta”, que devem ser utilizados com cautela devido ao seu alto potencial de causar resistência antimicrobiana e/ou seus efeitos colaterais.

Este relatório mostra uma ampla gama de consumo de antibióticos na categoria “alerta”, de menos de 20% do consumo total de antibióticos em alguns países a mais de 50% em outros.

Os antibióticos do grupo “restrição”, que devem ser usados com indicação adequada para o tratamento de infecções específicas causadas por bactérias multirresistentes, representam menos de 2% do consumo total de antibióticos na maioria dos países de alta renda; os dados não foram relatados pela maioria dos de baixa e média renda.

Isso pode indicar que alguns deles podem não ter acesso a esses medicamentos, necessários para o tratamento de infecções complicadas multirresistentes.

Dados essenciais para países

Dados confiáveis sobre o consumo de antibióticos são essenciais para ajudar os países a aumentarem a conscientização sobre o uso apropriado de antimicrobianos, informarem mudanças políticas e regulatórias para otimizar o uso, identificarem áreas para melhorias e monitorarem o impacto das intervenções, bem como melhorarem a aquisição e fornecimento de medicamentos.

Na coleta de dados para o relatório, a autoridade de saúde da Costa do Marfim detectou deficiências na gestão do fornecimento de medicamentos. Como resultado, introduziu um sistema para atribuir códigos exclusivos a produtos médicos autorizados para melhorar o rastreamento de medicamentos e também ajudou a acelerar o desenvolvimento de um plano de ação nacional para combater a resistência antimicrobiana.

Outros países, como Bangladesh, planejam usar dados de consumo para melhorar a garantia de qualidade de medicamentos, priorizando controles de qualidade para os produtos e pacotes mais vendidos. Alguns países, como Burkina Faso, expandiram seus sistemas de vigilância para incluir dados de estruturas de serviços de saúde.

Aprimorando os dados sobre o uso de antibióticos

Os dados apresentados neste primeiro relatório variam amplamente em termos de qualidade e integralidade. Embora a Região Europeia e alguns países com bons recursos já coletam dados sobre o uso de antibióticos há muitos anos, muitos outros enfrentam grandes desafios, entre eles, a falta de recursos e profissionais capacitados para a coleta de dados confiáveis.

Desde 2016, a OMS tem apoiado 57 países de baixa e média renda a criar sistemas padronizados para monitorar o consumo de antibióticos. Dezesseis países contribuíram para este primeiro relatório e a expectativa é que muitos mais contribuam para os dados globais nos próximos anos.

A partir de 2019, os dados de consumo de antimicrobianos serão integrados à plataforma do sistema global de vigilância da resistência antimicrobiana (GLASS) da OMS para fornecer um local único para dados sobre consumo e resistência a esses medicamentos.

A metodologia da OMS foi desenvolvida para se alinhar ao banco de dados global da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) sobre o uso de antimicrobianos em animais. Esse alinhamento permitirá a comparação do uso de antibióticos entre o setor humano e animal no futuro.

Acesso limitado a antibióticos

As infecções resistentes a medicamentos também podem resultar do acesso deficiente a antimicrobianos. Muitos países de baixa e média renda têm altas taxas de mortalidade por doenças infecciosas e baixas taxas de uso de antibióticos.

A resistência pode ocorrer quando as pessoas não podem pagar o tratamento completo ou têm acesso apenas a medicamentos abaixo do padrão de qualidade ou falsificados.

Os baixos níveis de consumo em alguns países podem indicar que as pessoas têm acesso limitado a esses medicamentos, mas também podem mostrar sistemas insuficientes para o fornecimento de antibióticos.

Em muitos países, a falta de acesso a antibióticos de qualidade garantida leva as pessoas a comprarem esses medicamentos sem receita médica no mercado informal, que atualmente não é capturado pelo sistema de vigilância. As vendas não regulamentadas de antibióticos contribuem para seu uso excessivo e indevido.

Semana Mundial de Conscientização sobre Antibióticos

De 12 a 18 de novembro, celebra-se a Semana Mundial de Conscientização sobre Antibióticos, uma campanha global que visa aumentar a conscientização sobre a resistência aos antibióticos e encorajar as melhores práticas entre o público em geral, trabalhadores da saúde e formuladores de políticas para evitar o surgimento e disseminação da resistência a esses medicamentos.

Acesse o relatório.


Fonte: ONU Brasil

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