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Entenda mais sobre a carne de caça e seus efeitos na saúde humana e na perda de biodiversidade

A carne de caça é qualquer carne derivada da caça (legal ou ilegal) de animais selvagens, ou seja, que não vivem em fazendas da agropecuária. Consideradas carnes exóticas, o mercado da carne de caça, mesmo ilegal em diversas partes do mundo, ainda prospera. 

No Brasil, a única caça esportiva que é legalizada é a do javali, uma espécie considerada invasora. Porém, a legislação impede qualquer tipo de material derivado da caça esportiva de ser comercializado, incluindo a carne de caça. Isso significa que nenhum tipo de comércio de carne de caça é legalizado no país. 

Em outros países existem regras similares. Nos Estados Unidos, por exemplo, embora a caça esportiva de diversas espécies seja legalizada, sua venda é proibida. Entre as carnes de caça mais famosas, estão jacaré, cervo, javali, búfalo e bisão. 

Enquanto grande parte da população que consome essa carne faz para garantir seu próprio sustento, ainda existe uma porcentagem que faz por prazer. De acordo com o Washington Post, grande parte das pessoas que consomem carne de caça na Tailândia tem entre 18 a 30 anos e uma renda mensal alta, ou seja, não utilizam da caça para se sustentar.  

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Impactos ambientais

Além da perda de biodiversidade, a carne de caça apresenta outros riscos para o meio ambiente. Um estudo publicado no Phys.org alega que o problema deveria ser tratado da mesma forma que o desmatamento por conta de seus impactos na sustentabilidade global. 

Isso acontece por conta da velocidade em que a caça vem sendo feita — caçadores abatem os animais mais rápido do que sua reprodução, o que afeta diretamente a cadeia alimentar. Além disso, até mesmo a caça de subsistência (onde a carne de caça é usada para o próprio sustento) apresenta consequências negativas para a conservação de biodiversidade em alguns países. 

A pegada de carbono da caça também é negligenciada quando o assunto são seus impactos ambientais. Como grande parte da caça não é de subsistência, e sim derivada do âmbito esportivo, muitos dos caçadores viajam para caçar, contribuindo para as emissões de carbono. 

Imagem de Fredrik Öhlander no Unsplash

Apesar de proibida em muitos países, a comercialização da carne de caça é legalizada em muitos locais, incluindo na Europa. Portanto, a sua exportação também contribui para essas emissões, aumentando mais ainda a pegada de carbono da caça. 

É estimado que cerca de 70% dos mamíferos protegidos pela Convenção sobre a Conservação de Espécies Migratórias de Animais Silvestres (CMS) sejam usados para o consumo de carne de caça

Impactos na saúde

De acordo com um relatório da ONU, a carne de caça e outras ações humanas são fortemente associadas aos surtos de doenças zoonóticas, como a Ebola, Sars (Síndrome respiratória aguda grave) e a varíola dos macacos. 

A própria Covid-19 tem duas possibilidades de causa, sendo elas o consumo ilegal de morcegos ou pangolins. Isso evidencia a capacidade de contágio dessas doenças, que podem se alastrar pelo mundo todo e criar uma pandemia onde milhões de vidas são perdidas. 

Ilegalidade

A carne de caça é um dos maiores motivos que contribuem para a popularidade da caça, tanto legal ou ilegal. Esse caso é comumente exemplificado pela população de primatas. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), mais de 22 mil espécies de primatas foram perdidos pelo comércio ilegal entre 2005 e 2011, sendo 64% deles chimpanzés.

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Já na Tailândia, onde parte do consumo de carne de caça é ilegal e não é de subsistência, muitas florestas carecem de animais selvagens. Por isso, a caça ilegal contribui diretamente para a perda de biodiversidade local. 

Esses animais são essenciais para o equilíbrio do ecossistema, seja para a polinização ou dispersão de sementes. Porém, mesmo com diversas campanhas para a conservação e não consumo da carne de caça, a atividade continua a crescer cada vez mais. 


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