Loja
Apoio: Roche

Saiba onde descartar seus resíduos

Verifique o campo
Inserir um CEP válido
Verifique o campo

Entenda a relação entre a indústria da moda e a poluição ambiental por ela gerada

Em suma, a indústria da moda é responsável pelo design, fabricação, distribuição, marketing, varejo, publicidade e promoção de todos os tipos de vestuário. 

O mercado têxtil é um caso raro de sucesso econômico na última década, tendo crescido em torno de 5,5% a cada ano. São 2,4 trilhões de dólares anuais movimentados no mundo todo, o que colocaria a indústria da moda como a 7ª maior economia do planeta se ela fosse um país. Tanto lucro, infelizmente, vem acompanhando por um enorme desperdício de matéria-prima (tecidos que poderiam ser reutilizados) e altas emissões de carbono e, em geral, um grande impacto ambiental.

O relatório “A new textiles economy: Redesigning fashion’s future”, lançado em novembro pela Ellen MacArthur Foundation, com o apoio da estilista Stella McCartney, traz dados assustadores: a cada segundo, o equivalente a um caminhão de lixo cheio de sobras de tecido é queimado ou descartado em aterros sanitários. Por ano, 500 bilhões de dólares são jogados fora com roupas que foram pouquíssimo usadas e que quase nunca são recicladas.

A pesquisa convida os fabricantes de roupa a reverem a maneira como a moda é produzida, começando por mudar a ideia de que roupas são descartáveis. A produção em escala global, com roupas sendo desenhadas em um país, produzidas em outro e comercializada no mundo inteiro, também faz com que a indústria da moda seja responsável por 1,2 bilhão de toneladas de gases de efeito estufa por ano, valor que supera a aviação comercial e a indústria naval juntas.

O impacto negativo de indústria têxtil 

No total, acredita-se que a indústra da moda seja responsável por 10% de todas as emissões de carbono da humanidade. No entanto, ela também possui outros impactos negativos no meio ambiente, como a poluição e escassez de água. 

Parte desses impactos foram acelerados devido ao avanço da fast fashion. As empresas que trabalham no modelo fast fashion observam o que as pessoas estão consumindo das marcas renomadas. Logo, fabricam em larga escala modelos parecidos, porém com qualidade inferior. Desse modo, há uma maior garantia de que as peças serão consumidas.

Porém, peças fast fashion são utilizadas menos de cinco vezes e geram 400% mais emissões de carbono do que peças comuns. Essas são utilizadas 50 vezes. Além disso, a produção de roupas não polui apenas com a emissão de carbono.

Para produzir fibras têxteis é preciso desmatar, utilizar fertilizantes, agrotóxicos, extrair petróleo e transportar, entre outras formas de poluição. 

Além disso, a produção em larga escala feita pelo modelo fast fashion incentiva o trabalho escravo, em especial nos países da Ásia.

Adicionalmente, 85% de todos os têxteis vão para o lixo todos os anos, segundo dados da UNECE. O aumento de lixo nos aterros sanitários apenas contribui para os iminentes problemas do planeta terra. O impacto físico dos aterros sanitários deriva da produção de uma quantidade significativa de chorume e biogás, rico em metano.

Propostas

Muita coisa precisa mudar para que o setor não seja, até 2050, responsável por ¼ das emissões de carbono do planeta todo. O estudo traz algumas propostas para que o setor se repense, tais como: desenvolver roupas que durem mais tempo e possam ser recicladas, alugadas ou revendidas; eliminar o uso de substâncias tóxicas e fibras plásticas nos tecidos; fazer da durabilidade um conceito mais atraente; melhorar radicalmente a reciclagem através da transformação do design, coleta e reprocessamento do vestuário; e fazer uso efetivo dos recursos e insumos renováveis.

O estudo defende que a indústria da moda deveria se aproximar da economia circular, em que o reaproveitamento é um grande valor.

Fast fashion
Fast fashion: o que é, impactos e alternativas

A ideia de que os tecidos não liberem toxinas ou fibras poluentes é uma questão forte ao relatório, já que 500 mil toneladas de microfibras plásticas são liberadas na lavagem de roupas. Esse número é 16 vezes maior do que as micropartículas plásticas contidas em cosméticos, que já têm o uso proibido em diversos países. Para piorar, se nada for feito, a previsão é de que até 2050 sejam liberadas 22 milhões de toneladas de microfibras plásticas nos oceanos.

As fibras plásticas afetam o ecossistema oceânico e já estão entrando para a cadeira alimentar, uma vez que são comidas pelos animais marítimos. Empresas como H&M, Nike, Lenzing e C&A foram algumas das parceiras na iniciativa de divulgar o estudo e se comprometeram a rever suas linhas de produção.

Como a indústria da moda pode agir?

Um relatório realizado pela parceria entre McKinsey & Company e Global Fashion Agenda avaliou os esforços necessários da indústria da moda no combate à poluição ambiental. A conclusão mostrou que as principais contribuições que as marcas podem fazer para o meio ambiente são: melhorar a mistura de materiais; aumentar o uso de transporte sustentável; melhorar as embalagens; descarbonizar as operações de varejo e reduzir a superprodução.

A União Europeia estipulou, em 2022, uma regulamentação de eco-design para diminuir os impactos da indústria da moda. Porém, a regulamentação não é exclusiva para a indústria têxtil. Qualquer outra produção, de acordo com oficiais da UE, deverá seguir os padrões estabelecidos pela comissão para garantir produtos de melhor qualidade e vida útil. 

Uma das propostas para a implementação dessas leis é que os fabricantes devam usar uma certa quantidade de materiais recicláveis em seus produtos, ou coibir o uso de outros materiais difíceis de serem reciclados. Além de impulsionar a reciclagem, essa proposta, por exemplo, faz parte de uma tática da economia circular — onde não há desperdício e tudo que possa ser reaproveitado, é utilizado.

Como o consumidor pode fazer sua parte?

Indústria da moda
Imagem de Rio Lecatompessy no Unsplash

O relatório também mostrou que os consumidores podem contribuir com a redução da poluição ambiental adotando práticas como aluguel; revenda; reparo e reforma ; redução na lavagem e secagem; aumento na reciclagem e coleta.

Similarmente, evitar a fast fashion também pode ser uma das contribuições do consumidor contra os impactos da indústria da moda. Quer saber mais sobre como evitar a fast fashion e adotar um modo de consumo mais sustentável? Confira a nossa matéria sobre o assunto e veja o que você pode fazer para contribuir com o caso: 

Cinco dicas de como evitar fast fashion

Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos. Saiba mais