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Disruptores endócrinos podem ser altamente nocivos para a saúde e para o meio ambiente

Você já ouviu falar em disruptores endócrinos? O nome parece ser difícil, mas todos nós estamos em contato com eles durante o dia a dia. Essas substâncias nocivas vêm ganhando cada vez mais destaque em pesquisas. A preocupação tende a aumentar, pois a cada dia vemos mais estudos apontarem os danos que afetam a saúde e o meio ambiente que esses compostos xenobióticos (estranhos ao nosso organismo) podem causar.

Os disruptores endócrinos (DEs) (endocrine disruptors chemicals, em inglês) são uma gama de substâncias químicas que interferem no sistema hormonal. Assim, alterando a forma natural de comunicação do sistema endócrino. E, logo, causando distúrbios na vida selvagem e também na saúde do próprio ser humano.

Como agem os disruptores endócrinos no organismo humano

Os DEs atuam no organismo humano por meio da imitação dos hormônios naturais (como o estrogênio). Dessa forma, ocorre um bloqueio da ação hormonal natural e uma alteração dos níveis de hormônios endógenos.

Apesar de já existirem na natureza muitas substâncias similares, como os fitoestrógenos presentes na soja, os artificiais supõem um perigo muito maior que os compostos naturais. Isso porque eles persistem no corpo durante anos, enquanto os estrógenos naturais podem ser eliminados em poucos dias.

Nosso organismo é capaz de eliminar os estrógenos naturais por já estarmos adaptados a eles. Mas muitos dos compostos artificiais resistem aos processos de excreção e se acumulam no organismo, submetendo animais e humanos a uma contaminação de baixo nível, mas de longa duração. Essa forma de exposição crônica por substâncias hormonais sintéticas não tem precedentes em nossa história evolutiva.

Em que produtos podemos encontrar disruptores endócrinos?

Os primeiros relatos de substâncias químicas que agiam como disruptores endócrinos apontavam para o dietilestilbestrol. Esse é um medicamento usado por mulheres entre os anos 50 e 70, o qual apresentou resultados desastrosos, como câncer de vagina e infertilidade nas filhas nascidas de mães que o usaram, além de deformações irreversíveis do útero.

Os filhos também podem ser afetados através da exposição aos desreguladores endócrinos no leite materno. Experimentos em animais já mostraram que a exposição a disruptores endócrinos influência no desenvolvimento do sistema reprodutor masculino.

Um estudo publicado na revista Human Reproduction constatou que fetos expostos a produtos desreguladores endócrinos possuem duas vezes mais probabilidade de ter volume de sêmen abaixo dos valores de referências estabelecidos pela OMS (2 ml de sêmen e 40 milhões de espermatozóides). Isso explica, em parte, a baixa qualidade do sêmen de alguns jovens suíços. Nesse estudo, os produtos mais associados foram pesticidas, ftalatos e metais pesados.

Outros inúmeros prejuízos foram causados por pesticidas como o DDT, inicialmente considerado como “milagroso” pelo controle de pragas na lavoura. Ele provocou vários problemas na saúde da população no mundo todo, inclusive no Brasil, principalmente na região de Cubatão.

Esses compostos sintéticos são originários de diferentes tipos de indústrias, destacadamente a química. Considerando que anualmente são lançadas novas substâncias no mercado sem o devido estudo prévio em relação aos efeitos nos organismos e no meio ambiente, estamos constantemente entrando em contato com novas substâncias que podem atuar como desreguladores hormonais.

Além disso, outros produtos encontrados em casa também são fontes de disruptores endócrinos, como os produtos de higiene pessoal, cosméticos, aditivos alimentares, embalagens, recipientes de plástico e contaminantes. Para entendermos melhor, devemos conhecer alguns grupos de disruptores endócrinos mais comuns e com os quais entramos em contato todos os dias.

Exemplos de disruptores endócrinos a serem evitados

Confira algumas matérias especiais do Portal eCycle que explicam de forma mais detalhada como agem, onde são encontrados e como evitar alguns disruptores endócrinos:

Além desses compostos, um relatório demonstrou que diversos tipos de plástico se comportam como disruptores endócrinos, podendo causar esterilização, problemas comportamentais, diminuição da população e outros danos à saúde.

Perigo em baixa doses

Ainda não se sabe qual a quantidade necessária de disruptores endócrinos para causar danos à saúde humana. Entretanto, estudos apontam que quantidades ínfimas já teriam a capacidade de serem perigosas, oferecendo efeitos adversos ao funcionamento do sistema endócrino.

Os disruptores endócrinos podem interagir e produzir efeitos significativos, mesmo quando combinados em baixas doses, as quais individualmente não produziram efeitos observáveis​​.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há indícios de que a exposição aos disruptores endócrinos ao longo do tempo aumentam algumas doenças, como:

  • Reprodutivas/endócrinas: câncer de mama, câncer de próstata, endometriose, infertilidade, obesidade, diabetes;
  • Imunes/autoimunes: suscetibilidade a infecções, doenças autoimunes;
  • Cardiopulmonares: asma, doenças cardíacas, hipertensão, infarto;
  • Cerebrais/nervosas: mal de Parkinson, mal de Alzheimer, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), dificuldades de aprendizado e outras condições que afetam o sistema nervoso.

Outro problema relacionado aos disruptores endócrinos é a obesidade. Acredita-se que a principal ação dos disruptores endócrinos relacione-se à interferência na diferenciação do adipócito e nos mecanismos de homeostase do peso. No Brasil, as maiores prevalências de obesidade são encontradas nas regiões mais industrializadas do país, portanto, onde potencialmente ocorre maior exposição da população aos disruptores endócrinos.

Embora haja alguns esforços no sentido de barrar os disruptores endócrinos, existe uma infinidade de produtos químicos sintéticos que ainda não foram avaliados quanto à atividade de desregulação hormonal e muitos não são identificados pelo fabricante no produtos. 

Por conta disso, estamos olhando apenas a ponta do iceberg, ainda há perguntas a serem respondidas, como: 

  • Quantos disruptores endócrinos existem? 
  • De onde eles vêm? 
  • Quais os seus efeitos a longo prazo? 
  • Quais seus mecanismos de ação?

 Todas essas perguntas precisam de respostas.

Enquanto isso, temos que nos precaver e buscar novas informações para sabermos como evitar os disruptores endócrinos e outras substâncias nocivas.


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