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O grupo que adotou uma dieta reduzida em trigo por três meses relatou menos dor e mostrou menor presença de células imunes inflamatórias no sangue

Uma recente investigação liderada pelo Centro Médico Universitário de Mainz destaca uma possível relação entre a dieta contendo trigo e agravamento da esclerose múltipla (EM). A descoberta, baseada nos efeitos dos inibidores da amilase tripsina (ATI), aponta para uma nova perspectiva no entendimento das influências alimentares em doenças inflamatórias crônicas.

O estudo, publicado nas renomadas revistas Gut e Therapeutic Advances in Neurological Disorders, sugere que a dieta e a saúde intestinal desempenham papéis cruciais no curso de doenças inflamatórias, incluindo a EM. Surpreendentemente, os ATI, proteínas naturais do trigo, emergiram como protagonistas nesse contexto.

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A esclerose múltipla, caracterizada pela agressão do sistema imunológico a células nervosas saudáveis, afeta mais de 2,8 milhões de pessoas globalmente, sendo mais de 250.000 casos registrados na Alemanha. O aumento da prevalência, especialmente entre adultos jovens e mulheres, é atribuído a diversos fatores, incluindo a influência da dieta.

O Prof. Dr. Detlef Schuppan, Diretor do Instituto de Imunologia Translacional do Centro Médico Universitário de Mainz e Professor de Medicina na Harvard Medical School, destaca a relação conhecida entre certas proteínas do trigo e reações inflamatórias, como na doença celíaca. No entanto, o estudo inova ao evidenciar que as proteínas ATI do trigo podem contribuir para inflamações no sistema nervoso central.

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Os ATI, inibidores da amilase tripsina, são proteínas presentes em cereais como trigo, cevada e centeio. Difíceis de digerir, essas proteínas desencadeiam reações inflamatórias leves no intestino, mas o estudo revela que elas não se limitam a esse órgão. Via corrente sanguínea, células inflamatórias e mediadores inflamatórios solúveis, ativados pelos ATI, podem alcançar outros órgãos, incluindo o sistema nervoso central.

Os resultados iniciais do estudo, conduzidos em modelo animal, indicam que uma dieta contendo 25% de trigo intensifica os sintomas da EM, ao passo que uma dieta idêntica, mas sem trigo, não apresenta tal agravamento. A mesma tendência foi observada com uma quantidade mínima de proteínas ATI (0,15% do peso da porção), mas não com uma elevada quantidade de proteínas do glúten (5% do peso da porção).

Os pesquisadores validaram esses achados em um estudo piloto clínico, envolvendo pacientes com EM moderadamente grave e levemente ativa. O grupo que adotou uma dieta reduzida em trigo por três meses relatou menos dor e mostrou menor presença de células imunes inflamatórias no sangue.

O Prof. Schuppan enfatiza: “Nossos estudos destacam a importância da dieta, suas interações com o microbioma intestinal e o sistema imunológico para a saúde. Uma dieta sem trigo pode reduzir a gravidade da EM e de outras doenças inflamatórias. Estamos planejando mais estudos combinando essa abordagem com outras terapias medicamentosas”.


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