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Cenário se deve às mudanças climáticas impulsionadas pela queima de combustíveis fósseis

Uma análise da organização sem fins lucrativos Climate Central, divulgada narevista Scientific American, revelou que o fim de outubro marcou o período mais quente dos últimos 12 meses já registrado na história da humanidade, impulsionado pelas mudanças climáticas decorrentes da queima de combustíveis fósseis.

Este feito notável é apenas o mais recente de uma série de extremos que permearam o ano, evidenciando o impacto do aumento das emissões de carbono na temperatura global e destacando a urgência de ações concretas. A análise da Climate Central, abrangendo de novembro de 2022 a outubro de 2023, indica que a temperatura média global ultrapassou os níveis pré-industriais em 1,3 graus Celsius, aproximando-nos perigosamente da meta crítica do Acordo de Paris de limitar o aquecimento a 1,5 graus Celsius.

“Esta é a temperatura mais elevada que nosso planeta experimentou em aproximadamente 125 mil anos”, alertou Andrew Pershing, vice-presidente de ciência da Climate Central, enfatizando a anormalidade e a severidade do cenário. Durante uma coletiva de imprensa, ele ressaltou que tais condições extremas não são normais e só estão ocorrendo devido à elevada concentração de dióxido de carbono na atmosfera.

Além do recorde de temperatura média nos últimos 12 meses, julho deste ano foi o mês mais quente de todos os tempos, enquanto setembro se destacou como o mês mais anormalmente quente, indicando uma tendência alarmante de aquecimento acelerado.

Pershing enfatizou que, apesar de falarmos sobre médias globais, as pessoas experimentam as mudanças climáticas no dia a dia. Para ilustrar essa ligação, os pesquisadores da Climate Central analisaram as pegadas das alterações climáticas nas temperaturas diárias em todo o mundo. Calcularam que 5,8 bilhões de pessoas experimentaram pelo menos 30 dias de temperaturas acima da média, tornando-se três vezes mais provável devido às mudanças climáticas.

Além disso, cerca de 500 milhões de pessoas em 200 grandes cidades vivenciaram pelo menos cinco dias de calor que se classificaram entre as 1% temperaturas mais altas registradas em cada cidade. O aumento desses eventos extremos é cinco vezes mais provável devido ao aquecimento global.

Estudos de atribuição conduzidos por outros cientistas revelam que ondas de calor recentes, como as que afetaram o sudoeste dos EUA e a Europa, seriam “virtualmente impossíveis” sem as alterações climáticas. O mesmo se aplica às temperaturas fora de época registradas na América do Sul durante o inverno do Hemisfério Sul.

O calor extremo representa uma ameaça significativa à saúde humana, especialmente entre os mais vulneráveis. Mesmo países desenvolvidos, como os EUA e nações europeias, enfrentaram impactos substanciais neste ano, com a Europa testemunhando um estresse semelhante ao enfrentado durante a era COVID nos hospitais.

Enquanto as alterações climáticas são responsáveis pela maior parte do aumento de calor global, um pequeno incremento é atribuído ao fenômeno El Niño. No entanto, as projeções indicam que 2023 pode se tornar o ano mais quente já registrado, ultrapassando 2016 e 2020. Pershing alerta que, mesmo se atingirmos esse limiar, há uma janela de tempo limitada para alcançar as metas do Acordo de Paris, destacando a necessidade urgente de eliminar progressivamente os combustíveis fósseis.


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