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Entenda como as mudanças climáticas estão provocando eventos extremos como essa friaca no Centro-Sul do país

Uma massa de ar polar avança sobre o país fazendo a temperatura cair abaixo de 5ºC esta semana em algumas capitais como Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, São Paulo e Campo Grande. No Rio Grande do Sul, nevou em pelo menos 13 cidades. E então você pode estar se perguntando, se existe aquecimento global e o planeta já está mais quente, como pode fazer tanto frio?

O aumento da temperatura média do planeta, conhecido como aquecimento global, é um fenômeno que está sendo acelerado pelas ações humanas e que tem provocado alterações no clima mundial, ou seja, se tinha chuva ou sol em uma época do ano e em um determinado lugar, tudo isso está ficando mais intenso, desequilibrado. São os chamados eventos extremos.

Ainda que a chegada de massas de ar frio seja comum nesta época do ano, elas estão ainda mais frequentes. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), essa é a terceira massa polar que atinge o país somente em 2021.

Como o superaquecimento do planeta influenciou o frio que chegou ao Brasil?

Como já explicamos neste outro artigo, existe uma diferença entre o clima do planeta, que é um estudo feito no longo prazo, e a previsão do tempo para amanhã ou para a próxima semana, que é uma situação pontual e restrita a um determinado local.     

O processo de agravamento dos fenômenos naturais em decorrência da crise do clima é alertado há décadas pela ciência e se manifesta de diferentes formas. 

Em entrevista à BBC News Brasil, o geógrafo e climatologista Francisco Eliseu Aquino, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), explicou as origens do frio extremo que atinge o “país tropical” neste momento.

Segundo Aquino, o sul do Brasil recebe massas de ar frio vindas da Antártida, assim como envia massas de ar quente. Mas, com a alta variabilidade climática provocada pelo aquecimento global, o calor fora do comum no Brasil interfere neste sistema de trocas enviando mais ar quente para a Antártida e, como consequência, abrindo espaço para a chegada de ar frio. 

O especialista detalha ainda que esta onda de frio, em específico, será ainda mais severa por ter passado pelo Mar de Weddell,  uma das regiões mais geladas da Antártica.

Enquanto a seca e o frio avançam sobre o Centro-Sul do Brasil, alguns países do Hemisfério Norte registram recordes de calor e volume de chuvas. Como declarou o climatologista José Marengo em entrevista recente ao Greenpeace Brasil: “A atmosfera não reconhece fronteiras”. 

Isso significa que todos já sentimos e sentiremos ainda mais as consequências das mudanças climáticas se nada for feito. O Canadá, por exemplo, conhecido pelas paisagens com montanhas cobertas de gelo, chegou a registrar 50° em julho. A maior onda de calor dos últimos tempos causou a morte de centenas de pessoas e incêndios florestais em diversas cidades do país.

Poucas semanas depois, chuvas muito acima dos padrões inundaram cidades na Alemanha e na China. Os eventos extremos nos três países provocaram centenas de mortes.

“Este é um ano que está sendo marcado por eventos extremos, uma das graves consequências das mudanças climáticas. Salta aos olhos, mas também às casas e aos corpos, o potencial devastador dos impactos e da emergência que vivemos. Precisamos de medidas concretas para combater essa crise. No Brasil, isso significa o fim do desmatamento, o maior fator de emissões de gases de efeito estufa no país, e uma transição energética para fontes limpas e renováveis”, diz Marcelo Laterman, da campanha de Clima e Justiça do Greenpeace Brasil.

Veja alguns extremos do clima que já aconteceram no Brasil este ano:

Já existem soluções para a crise climática e que podem ajudar muito na resolução da crise econômica e social brasileira. Precisamos apenas ligar os pontos, contar com quem já está atuando junto e promover ações que contribuam para a construção de um mundo mais justo, inclusivo e considerando os limites da natureza. Assine a petição para se juntar ao movimento de pessoas que reconhecem a urgência da crise climática, dar voz às pessoas mais afetadas por este problema e manter-se informado para nos mobilizarmos pela causa e pressionarmos as autoridades.


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