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A reciclagem de painel solar já é realidade em muitos países. Entenda como ela é feita

A reciclagem de painel solar é um tema abrangente, que envolve esferas políticas, tecnológicas e sociais. Existem diversas dificuldades e desafios para sua implantação em larga escala. Muitos desses desafios assemelham-se aos encontrados no gerenciamento de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos (REEE): coleta, rotas de processamentos economicamente viáveis, volume atual de resíduos e falta de legislação específica na maior parte do mundo.

À medida que a tecnologia solar se torna mais robusta, os modelos mais antigos de placas fotovoltaicas correm o risco de se tornarem obsoletos ou danificados. O que acontece quando os painéis fotovoltaicos chegam ao fim de sua vida útil? Os painéis solares são recicláveis? E eles são tão sustentáveis ​​quanto fomos levados a acreditar?

Sim, eles podem ser reciclados. Os painéis solares são feitos de uma combinação de diversos materiais, como vidro, alumínio, plástico, cobre, prata, chumbo e silício. Embora muitos deles tenham provado ser altamente recicláveis, o problema está na separação dos materiais misturados, que muitas vezes dificulta o processo de reciclagem e acaba por inviabilizá-lo.

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Orçamento para energia solar: como solicitar?

O que é energia fotovoltaica?

A energia fotovoltaica é a energia obtida por meio da conversão direta da luz solar em eletricidade. O efeito fotovoltaico, relatado pelo físico Edmond Becquerel em 1839, pode ser entendido como o aparecimento de uma tensão elétrica nas extremidades da estrutura de um material semicondutor, produzida pela absorção da luz. A célula solar ou fotovoltaica é a unidade fundamental desse processo de conversão da luz solar em energia elétrica.

A energia fotovoltaica é considerada um tipo de energia renovável e limpa, que pode ser gerada para autoconsumo em instalações pequenas ou para abastecer estabelecimentos e indústrias em grandes usinas fotovoltaicas. Dessa maneira, além de poderem ser instaladas em residências, as células solares podem ser conectadas à rede de energia, auxiliando na diminuição de custos. Há casos em que os painéis produzem mais energia do que necessário, possibilitando sua venda para a rede elétrica.

O que é célula fotovoltaica?

Célula fotovoltaica, ou célula solar, é um dispositivo capaz de converter a radiação solar diretamente em energia elétrica por meio do efeito fotovoltaico. Existem diversos tipos de células solares, que são classificadas de acordo com os materiais utilizados em seu processo de fabricação.

Os principais tipos de células fotovoltaicas são produzidos em silício, podendo ser cristalino, monocristalino (mono-Si), policristalino (multi-Si) e silício amorfo (a-Si). No geral, são usadas 36, 60 ou 72 células fotovoltaicas interligadas em série para montar uma placa solar fotovoltaica (também chamada de painel solar ou módulo fotovoltaico), equipamento responsável pela geração de energia fotovoltaica.

Quais são os principais tipos de painéis solares?

Como dito anteriormente, um painel solar é formado por um conjunto de células fotovoltaicas. Assim, pode-se dizer que eles possuem o mesmo princípio de funcionamento. Um painel solar tem vida útil de aproximadamente 25 anos.

Após esse período, é recomendado que ele passe por um processo de reciclagem para recuperar materiais valiosos e evitar que os materiais tóxicos contaminem o meio ambiente.

Painel solar monocristalino

Apresenta alto rendimento e é feito de células de silício monocristalino, ou seja, cada célula é formada por um único cristal desse elemento. O processo de fabricação do painel solar monocristalino é complexo, pois exige a produção de cristais de silício únicos de alta pureza para cada célula fotovoltaica.

Painel solar policristalino

Menos eficiente que o painel anterior; no silício policristalino, as células são formadas por diversos cristais, e não somente por um. O resultado final do painel solar policristalino é uma célula fotovoltaica com aparência de vidro quebrado.

Painel de filme fino

O material fotovoltaico de silício é depositado diretamente sobre uma superfície, podendo ser de metal ou de vidro, para formar o painel. Apesar de serem mais baratos, possuem uma eficiência energética muito menor do que as outras placas, fazendo com que seja necessária uma área maior para compensar.

Como o painel solar é reciclado?

Um distribuidor de equipamentos solares com sede na América do Norte, chamado de CED Greentech, descreveu as quatro etapas envolvidas no processo de reciclagem de painéis solares feitos de silício cristalino:

  1. A moldura de alumínio é removida do painel. Ela pode ser considerada 100% reutilizável;
  2. O vidro é separado enquanto segue ao longo de uma correia transportadora. Ele pode ser considerado 95% reutilizável;
  3. O painel reciclado passa por um tipo de processamento térmico, que eleva a moldura até 932 graus Fahrenheit. Essa parte do processo permite a evaporação de pequenos componentes de plástico ainda não retirados do painel. Isso também permite que as células sejam separadas mais facilmente;
  4. Os wafers de silício são decapados antes de serem fundidos em placas reutilizáveis. Ele pode ser considerado 85% reutilizável.

Quando o painel solar precisa ser reciclado?

O painel solar tem uma vida útil de cerca de 25 anos. Levando em consideração o fenômeno de obsolescência programada da maior parte da tecnologia na era moderna, isso não é tão ruim. No entanto, como a energia solar está se tornando cada vez mais popular, os avanços tecnológicos resultarão em um grau maior de verdadeira obsolescência entre os painéis “mais antigos”, o que aumentará o número de painéis que precisam ser trocados, descartados ou reciclados.

Por que o painel solar precisa ser reciclado?

A principal razão para se reciclar um painel solar é diminuir a quantidade de alumínio, vidro e outros materiais valiosos em aterros sanitários. Além disso, para fazer novos painéis, as matérias-primas precisam ser reaproveitadas e reutilizadas. Com isso, a reciclagem de painel solar torna um recurso já renovável em um muito mais sustentável.

Dados da Agência Internacional de Energia Renovável mostram que a utilização de painéis solares está crescendo desenfreadamente em todo o mundo. Por isso, a reciclagem desses equipamentos é extremamente importante e necessária.

O que diz a legislação sobre a reciclagem de painel solar?

A presença de elementos como chumbo, selênio e cádmio nos painéis solares e o crescente aumento desse tipo de resíduo têm levado governos a elaborarem legislações e diretivas para o seu gerenciamento.

Na União Europeia, a partir de 2012, os painéis solares foram formalmente classificados como resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos (REEE) na Diretiva Europeia de REEE 2012/19/EU e a logística reversa foi imposta a fornecedores, fabricantes, importadores e revendedores de painéis solares. As empresas do ramo são obrigadas a coletar e reciclar os painéis que atingem seu fim de vida útil.

No Brasil, não há legislação específica para a reciclagem de painel solar. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS, instituída em 2010 pela Lei n°12.305/10) incentivou a logística reversa de REEE e estabeleceu metas para evitar a destinação desses resíduos aos lixões. A Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) 16156 de 2013, intitulada “Resíduos de equipamentos eletroeletrônicos – Requisitos para atividade de manufatura reversa” determina condições para minimizar impactos ao meio ambiente ao realizar-se a manufatura reversa de resíduos eletroeletrônicos.

Resíduos são classificados pela ABNT segundo a Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) 10004, indicando a periculosidade e o destinamento correto de acordo com as classes: I (perigoso), IIA (não perigoso e não inerte) e IIB (não perigoso e inerte). Os resíduos fotovoltaicos, em particular, por não serem contemplados na NBR 10004, são submetidos a ensaios de lixiviação similares aos praticados pela EPA nos EUA, regulados pela norma “NBR 10005:2004 – Procedimento para obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólidos”, analisando-se a concentração de metais no lixiviado. Em especial destaca-se a prata, o cobre e o chumbo.

Em particular no estado de São Paulo, a lei 13576, de 6 de julho de 2009, estabelece que importadores, fabricantes e distribuidores são responsáveis pela disposição dos resíduos relacionados aos seus produtos.

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