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Na data em que se comemora o Dia Mundial de Luta contra a Aids, a infectologista Natacha Regina de Moraes Cerchiari faz um balanço dos avanços obtidos no controle da moléstia, cujas maiores vítimas ainda são os jovens

Por Jornal da USP.

Por Rádio USP.

Hoje se comemora o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, uma luta travada há 40 anos. A doença, que ainda não tem cura, já matou mais de 40 milhões de pessoas, sendo que, apenas em 2021, cerca de 650 mil vidas foram ceifadas. Dados do Ministério da Saúde revelam que 52% dos casos são de pessoas entre 20 e 34 anos, indicando que os jovens ainda são os mais afetados pela doença. 

A boa notícia é que avanços foram feitos e a doença pode ser controlada por meio de medicamentos e tratamentos contínuos. No Estado de São Paulo, desde 2017, há uma queda na taxa de novas infecções pelo vírus HIV e, desde 2016, no aumento de casos de aids. Dados da Fundação Seade indicam que, desde 1995, as infecções no Estado caíram 78%.

“Quando o paciente está bem controlado, ele não evolui para a aids. Então, essa é a primeira coisa que a gente conseguiu alcançar: [eles] Ficarem bem e não morrerem de aids, que é o que a gente via muito na década de 90”, explica Natacha Regina de Moraes Cerchiari, médica infectologista do Hospital das Clínicas da USP. 

Ela lembra que o controle começou em 1996 e, desde então, o nível de preocupação e cuidado, principalmente entre os jovens, diminuiu. Estes são os que acabam se expondo mais, o que explica a porcentagem de contaminação nessa faixa etária. 

Prevenção

preservativos
Imagem por Deon Black, disponível no Unsplash

Além do uso de preservativos, há várias estratégias para prevenir o HIV, sendo elas: rastreio de HIV em gestantes, já que a doença pode ser transmitida de mãe para filho – hoje, São Paulo é considerada uma área livre de infecções neonatais –; prevenção com medicação (PrEP e PEP); e tratamento como prevenção. 

O tratamento inicial consiste em dois comprimidos ao dia, durante toda a vida. No passado, o número de pílulas ingeridas poderia chegar a 30 (coquetel), o que diminuía a chance de um comprometimento a longo prazo dos pacientes. Esse avanço, que também traz melhorias em relação aos efeitos colaterais, amplia a adesão das pessoas aos tratamentos e é possível ter um maior controle da doença dessa forma, que não evolui para a aids.

Tem o HIV, que é o vírus e causa a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Quem toma o remédio todos os dias nunca evolui para a aids. Então, ele fica bem, vive igual uma pessoa que não tem o vírus”, diz Natacha. 

Não só é importante o foco nos tratamentos medicinais, como o próprio acesso à informação se torna indispensável no combate à doença. Quem tem informação consegue procurar e ter acesso aos tratamentos, enquanto aqueles que não têm acesso são os que mais sofrem: o HIV pode evoluir para a aids e levar o paciente à morte. De acordo com Natacha, “esses são os nossos novos desafios: conseguir que a informação chegue em todo mundo que precisa, para que a gente realmente consiga controlar esse epidemia”. 

A taxa de HIV e a evolução para a aids é mais forte em locais com menor acesso à saúde e à informação. Nas grandes metrópoles, como São Paulo, isso é evidente na diferença entre a cidade e a periferia, na qual há mais casos. “Menos acesso a serviços de saúde pela distância e, às vezes, por já terem passado por alguma situação de discriminação dentro do serviço de saúde. Então elas preferem não ir a serviços de saúde. Tudo isso a gente tem que rever e reavaliar para justamente conseguir chegar em todo mundo e levar o melhor tratamento para todas as pessoas”, salienta a médica.

PrEP e PEP

Esses são os dois tipos de prevenção existentes. A PEP consiste em uma profilaxia pós-exposição, que é liberada a todos sem diferenciação de sexualidade ou vulnerabilidade. Basta que a pessoa que teve contato com o vírus procure, dentro de 72 horas, uma estação de saúde que disponibilize o medicamento e o solicite. Natacha simplifica e explica que o PEP pode ser entendido como uma pílula do dia seguinte.

O PrEP, por outro lado, é uma profilaxia pré-exposição, o que significa que depende da sexualidade para poder receber o tratamento: “Esse sim é orientado para pessoas que têm maior vulnerabilidade”, explica a médica. Pessoas trans, travestis e que convivem com um parceiro (a) que tem HIV estão aptos a receber o tratamento por serem considerados mais vulneráveis à contração da doença. Porém, salienta-se aqui que esse diagnóstico é feito em consultórios, individualmente, e depende dos hábitos, rotina e comportamentos da pessoa. 

Mutirão Hospital das Clínicas

O Hospital das Clínicas está promovendo um mutirão de testagem rápida (cerca de 15 minutos) de sífilis, HIV e hepatite C no Largo da Batata. Aberta a todos, o único requerimento é chegar no local com documento de identificação oficial com foto. Caso seja necessário, o encaminhamento será feito.

Este texto foi originalmente publicado pelo Jornal da USP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.


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