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 Cientistas desenvolvem nova maneira de avaliar como os países usam matéria prima globalmente

A pegada de matéria-prima usada por países desenvolvidos é maior do que os indicadores atuais anunciam, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Sidney e da Universidade da Califórnia. Os métodos de medição utilizados atualmente apontavam que nações ricas estavam conseguindo crescer suas economias enquanto utilizavam menos materiais de seu meio ambiente. Mas, após examinar os dados de 186 países, entre os anos de 1990 a 2008, os cientistas concluíram que a “dissociação”, ou seja, a diferença encontrada entre o crescimento econômico e o consumo de recursos naturais em decréscimo, diminui muito ou praticamente desaparece. De acordo com os autores do estudo, esses resultados foram obtidos em função do uso de novas técnicas de modelagem mais abrangentes para examinar o comércio global. Os resultados foram publicados no periódico acadêmico Proceedings of the National Academy of Sciences.

Desassociar o consumo de matéria-prima do crescimento econômico é visto como um dos principais pilares para se atingir uma economia sustentável, daí a importância e o impacto que esse estudo pode ter na maneira como governos monitoram o consumo de recursos naturais.

Com o objetivo de medir mais precisamente a utilização de matéria-prima na produção de bens em escala global, os pesquisadores levaram em consideração todo o material usado na exportação e na importação de produtos. Ou seja, os estudiosos não mediram apenas os materiais do bem de consumo final, mas também os recursos e a energia utilizados nas redes de trocas internacionais.

Os pesquisadores adotaram princípios similares às técnicas usadas para medir a pegada de carbono de diversas nações e, com isso, criaram um índice de “pegada de material” com os países que mais utilizam os recursos materiais do mundo. A China aparece em primeiro lugar, isso se deve à rápida expansão urbana e ao ritmo acelerado de construção civil que o país está atravessando. O Brasil ocupa a quinta colocação.

Causas da diferença

Países ricos estão comprando recursos naturais de outras nações na rede de comércio exterior internacional. Mas, a matéria-prima negociada é apenas uma fração da matéria real utilizada para permitir que essas trocas aconteçam. Das 70 bilhões de toneladas de matéria-prima extraídas em 2008, 10 bilhões foram comercializadas e 29 bilhões foram usadas em processos que viabilizam as trocas comerciais. De acordo com os cientistas, as métricas atuais contam os recursos comprados, mas não contabilizam adequadamente os  recursos usados nos processos de manutenção do comércio em si. Depois que fatores não computados entram nas medições, a dissociação entre crescimento econômico e utilização de recursos diminui ou desaparece.

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