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A mais nova edição examina, especificamente, como a redução de custos comerciais pode ajudar a impulsionar o desenvolvimento sustentável ao redor do mundo

Por Nações Unidas Brasil | Já está disponível online “O Estado de Mercados de Commodities Agrícolas 2022” (SOCO 2022), um dos principais relatórios da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), já está disponível para download. 

Publicado a cada dois anos, o documento apresenta questões do mercado de commodities de forma objetiva e acessível aos formuladores de políticas, observadores e interessados na evolução do mercado de commodities agrícolas e nos seus impactos em diferentes países.

Lançada na terça-feira (28), a mais nova edição do documento examina os desafios de desenvolvimento sustentável, tendo em vista os mercados agroalimentares globais. O relatório discute, ainda, como esforços multilaterais e regionais podem ajudar a superar alguns desafios sociais e ambientais, a partir de políticas comerciais, quando orquestradas junto de medidas complementares. 

“O comércio eficiente pode promover a segurança alimentar mundial e uma melhor nutrição”, destacou o diretor-geral da FAO, QU Dongyu, no evento de lançamento da publicação. “O comércio também pode ajudar os sistemas agroalimentares globais a usar recursos naturais escassos, como terra e água, de forma mais eficaz e sustentável e difundir tecnologias modernas em todo o mundo.”

O novo relatório chega em um momento delicado, devido à guerra em curso na Ucrânia, que afeta uma região de grande importância para a segurança alimentar mundial. O conflito está aumentando o risco de fragmentação dos mercados agroalimentares globais e ampliando as ameaças de fome, de conflitos e de crises humanitárias em todo o mundo.

Cenário comercial – Há tempos a globalização dos mercados agroalimentares gera preocupações sobre os efeitos do comércio no meio ambiente e na sociedade.

Atualmente, o ambiente de política comercial é caracterizado pelo lento progresso nas negociações multilaterais de comércio no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) e pela proliferação de acordos comerciais regionais mais profundos que buscam promover, além do acesso ao mercado, a convergência de políticas nacionais e regulamentações domésticas entre seus signatários.

O relatório visa orientar os formuladores de políticas a encontrar maneiras de garantir que as políticas comerciais protejam a segurança alimentar e nutrição globais, respeitem o meio ambiente e fortaleçam a resiliência a choques como conflitos, pandemias e eventos climáticos extremos.

Hoje, mais países estão negociando entre si e o mercado agroalimentar global está mais equilibrado do que era em 1995. Ainda assim, a geografia do comércio mapeada no SOCO 2022 mostra que, embora a riqueza global tenha crescido, a proporção em países de renda quase não mudou e as diferenças entre os países na produtividade agrícola podem ser enormes.

Integração regional – À medida que o processo de globalização perdeu força desde 2008, a integração regional do comércio agroalimentar tornou-se maior, muitas vezes devido a acordos comerciais e promovido por fatores como proximidade geográfica e preferências semelhantes. No entanto, até recentemente, isso acontecia em menor grau na África Subsaariana. 

Um dos motivos é que os custos comerciais mais altos — relacionados a tarifas, seguros, procedimentos de exportação e importação, atrasos nas fronteiras e a necessidade de cumprir inúmeras regulamentações e medidas não tarifárias — podem dificultar a integração e afetar a transformação estrutural das economias. Em países de baixa renda, a soma dos custos comerciais pode somar até 400% sobre o preço final de um produto, percentual muito maior do que para itens comercializados por países de alta renda. 

Neste contexto, a criação da Zona de Comércio Livre Continental Africana será importante para o crescimento e desenvolvimento econômico na região. No entanto, devem ser estabelecidas políticas complementares que permitam a concretização de vantagens comparativas sem marginalizar os pequenos agricultores, muitas vezes limitados em sua capacidade de aumentar a eficiência e competir em mercados mais abertos.

Diversificação – Outra conclusão do relatório é o valor — em termos de redução da vulnerabilidade a potenciais choques — de diversificar os parceiros comerciais, especialmente para países com alta dependência de importações de alimentos.

Em geral, o comércio agroalimentar pode melhorar a eficiência do uso da terra e da água, mas também pode ter efeitos ambientais negativos. As regras comerciais multilaterais e o número crescente de acordos comerciais regionais permitem disposições relacionadas ao meio ambiente que, quando juridicamente vinculadas, podem ajudar a combater os impactos ambientais do comércio.

No entanto, o relatório argumenta que as externalidades ambientais globais, como as emissões de gases de efeito estufa e as mudanças climáticas, são tratadas de forma mais eficaz por meio de abordagens multilaterais, com regras comerciais ajudando a ampliar o escopo de políticas que consideram os custos totais desses efeitos.

A FAO desenvolveu o SOCO 2022 a partir de modelos próprios de detecção de padrões entre fluxos comerciais bilaterais, preços relativos e barreiras geográficas, para identificar os principais impulsionadores do comércio, a vantagem comparativa e os custos comerciais. As conclusões do relatório serão consideradas na 75ª Sessão do Comitê de Problemas de Commodities, o mais antigo comitê técnico da FAO, previsto para julho de 2022.

Este texto foi originalmente publicado por Nações Unidas Brasil de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.


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