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Estudo revela que preocupação de pais e responsáveis identifica risco em crianças antes de sinais vitais alarmantes

A percepção aguçada de pais e cuidadores pode ser mais eficaz do que alguns sistemas tradicionais de alerta precoce na identificação de crianças em risco de complicações graves. Pesquisa publicada na The Lancet Child & Adolescent Health demonstra que a preocupação de familiares com a piora do estado de saúde de pacientes pediátricos está fortemente associada a quadros críticos, mesmo quando os sinais vitais ainda não apresentam alterações significativas.

Em países de alta renda, doenças graves em crianças são incomuns e, muitas vezes, difíceis de distinguir de enfermidades leves até fases avançadas. A demora no reconhecimento da deterioração clínica é um dos fatores que mais contribuem para mortes evitáveis em hospitais. Nesse cenário, pais e cuidadores, por estarem em contato direto com os pequenos pacientes, conseguem detectar mudanças sutis que passariam despercebidas em exames de rotina.

O estudo, realizado ao longo de 26 meses, analisou 73.845 atendimentos de emergência pediátrica na Austrália. Em 24.239 casos, houve registro da preocupação dos cuidadores, obtida por meio da pergunta: Você está preocupado com a piora do estado do seu filho?. Entre os entrevistados, 8.937 (4,7%) expressaram temor em relação ao agravamento da criança.

Os resultados mostraram que pacientes cujos cuidadores manifestaram preocupação tiveram maior probabilidade de necessitar de internação em UTI (6,9% contra 1,8%) ou ventilação mecânica (1,1% contra 0,2%). A precisão diagnóstica da intuição parental superou, em diversos casos, a análise isolada de dados fisiológicos, como frequência cardíaca e respiratória.

Os pesquisadores defendem que a percepção dos cuidadores deve ser incorporada aos sistemas hospitalares de detecção precoce de deterioração clínica. A inclusão desse fator humano pode aprimorar a capacidade de identificar crianças em risco antes que os sintomas se tornem evidentes por meio de métricas tradicionais. O estudo reforça a necessidade de valorizar a experiência dos familiares, transformando-a em uma ferramenta ativa no cuidado pediátrico.

A pesquisa abre caminho para novas investigações sobre como integrar a avaliação subjetiva dos cuidadores aos protocolos médicos, potencializando a eficácia no monitoramento de pacientes infantis. Enquanto isso, hospitais podem começar a adotar medidas simples, como incluir perguntas diretas sobre a percepção dos pais durante a triagem.


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