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Aumento da concentração de CO2 na atmosfera empobrece composição nutricional dos alimentos, deixando milhões de pessoas suscetíveis à desnutrição

Imagem: Phil Hearing no Unsplash

As alterações provocadas pela ação humana na atmosfera podem afetar a saúde de bilhões de pessoas. O aumento de CO2 afeta o desenvolvimento das plantas, reduzindo sua qualidade nutricional. O tema tem sido estudado há algum tempo e essa semana foram publicados na revista acadêmica Nature Climate Change os resultados de um estudo sobre o impacto do CO2 antropogênico na alimentação humana.

Segundo os pesquisadores da Escola de Saúde Pública T.H. Chan, de Harvard, a menos que as emissões de carbono sejam drasticamente reduzidas nas próximas décadas, 175 milhões de pessoas podem adquirir deficiência de zinco e 122 milhões de proteína até 2050.

Também é estimado que 1,4 bilhão de mulheres em idade fértil e crianças menores de cinco anos podem perder 4% de sua ingestão de ferro, o que eleva o risco de anemia.

O estudo soma-se a um crescente número de artigos que mostram que mudanças ambientais, como a escassez de água e o aumento de temperaturas e de níveis de dióxido de carbono, estão afetando a qualidade nutricional e a produção de legumes, verduras e cereais. O arroz e o trigo são os alimentos que mais preocupam, já que são a base da alimentação de mais de 3 bilhões de pessoas em todo o mundo.

Pesquisas mostraram que as concentrações de proteína, ferro e zinco são significativamente menores em culturas mantidas em ambientes onde os níveis de CO2 são maiores que os de culturas cultivadas sob as condições atmosféricas atuais. Cientistas do clima preveem que, se não restringirmos nossas emissões, a concentração de CO2 pode mais que dobrar até 2100.

A pesquisa publicada agora usou como base o banco de dados GENuS (Global Expanded Nutrient Supply), que estima o impacto de uma menor ingestão de nutrientes na saúde de habitantes de 151 países diferentes. Os autores do estudo examinaram quais regiões do mundo sofrerão mais com a perda de nutrientes em culturas básicas, como arroz, trigo e batatas.

Assim como na maior parte dos aspectos das mudanças climáticas, os países de baixa renda serão os mais prejudicados, afirma Samuel Myers, coautor do estudo e diretor da Planetary Health Alliance, em Harvard. É nessas regiões que a diversidade alimentar é menor e onde se come menos verduras e comida de origem animal (que em geral são mais ricas em zinco, ferro e proteína do que os cereais).

A Índia é o país que deve arcar com o maior fardo. Segundo os pesquisadores, ela terá um adicional de 50 milhões de pessoas com deficiência de zinco, 38 milhões com falta de proteínas e 502 milhões de mulheres e crianças vulneráveis a doenças associadas à deficiência de ferro até meados do século.



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