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A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza lançaram, de maneira conjunta, um edital para chamada de pesquisadores do Estado de São Paulo, a fim de avaliarem os efeitos das mudanças climáticas sobre o trecho remanescente de Mata Atlântica que abrange o Parque Lagamar, presente nos litorais de São Paulo e do Paraná.

A pesquisa vai trabalhar com a visualização dos possíveis cenários de alterações no clima e avaliação do impacto causado sobre a biota, ou seja, sobre todos os seres vivos que compõe esse ecossistema, com o monitoramento dos habitats e das espécies do Lagamar, procurando entender o modo de vida dos animais terrestres e aquáticos, além de alterações de níveis do mar, ocorrências de situações climáticas extremas, entre outras.

O Lagamar abrange o complexo Estuarino-Lagunar de Iguape-Cananéia-Paranaguá, maior trecho contínuo de Mata Atlântica do país, com 40.758,64 hectares. A quantidade de rios no parque é muito grande, e como está numa faixa litorânea, o encontro entre a água doce e a salgada gera um ambiente ideal para a procriação de muitos animais marinhos, colocando o complexo como um dos maiores criadouros de espécies marinhas do Atlântico Sul.

Sob o complexo Lagamar existem diversas reservas naturais, áreas de preservação ambiental, estações ecológicas, parques estaduais e RPPNs (Reserva Particular de Patrimônio Nacional). As pesquisas vão englobar 19 áreas em São Paulo e 26 no Paraná, dentre os já citados tipos de unidades de conservação ambiental.

Uma das mais destacadas áreas do projeto é a reserva natural Salto Morato, uma RPPN gerida pela própria Fundação Grupo Boticário desde 1994. Ela se estende por 2.253 hectares do litoral norte do Paraná, dentro do município de Guaraqueçaba, e foi reconhecida pela UNESCO, em 1999, como Sítio do Patrimônio Natural da Humanidade dado seu enorme bioma.

O estudo deve procurar preencher uma lacuna na academia, pois “embora haja um corpo substancial de conhecimento em torno dos impactos das mudanças climáticas sobre as formações florestais brasileiras, sobretudo as amazônicas, estudos dos impactos sobre elementos da biodiversidade do país são praticamente inexistentes.” apontou o edital.

Foram destinados, no total, R$ 5 milhões para a pesquisa. O edital indica que faltam conhecimentos sobre o impacto das alterações climáticas do planeta sobre a Mata Atlântica, o que impede a criação de estratégias para a manutenção da biodiversidade da mata.

Os pesquisadores que ingressarem com suas propostas de pesquisas devem ser do Estado de São Paulo, ou vinculados às entidades do mesmo. As propostas selecionadas só serão divulgadas a partir de setembro pela FAPESP.

Os riscos à Mata Atlântica

A mata Atlântica, originalmente, ocupava quase toda a costa brasileira, indo do Rio Grande do Sul até o Rio Grande do Norte, passando também por Minas Gerais e Goiás, chegando até o Piauí. Hoje, restam somente 7% de seu tamanho original, e a maior preocupação para sua conservação é o alto crescimento urbano de São Paulo e Rio de Janeiro. Ainda assim, ela possui 20 mil espécies de plantas, 40% endêmicas, ou seja, que só podem sobreviver em seu ambiente original.

Hoje, no Brasil, existem cerca de 390 espécies que correm risco de extinção, sendo que 350 delas vivem na Mata Atlântica. Pior: 65% da fauna e 50% da flora brasileira ameaçada de extinção estão concentradas na Mata Atlântica, além de 88 aves endêmicas da floresta também completarem a lista.

Um dos animais muito conhecido que corre risco de sumir do mapa é a onça pintada, residente da Mata Atlântica. Segundo pesquisadores da revista Science, existem somente 250 animais adultos dessa espécie vivendo em todo o território, sendo que somente 50 deles estão realmente procriando, um parâmetro crítico para a manutenção da diversidade genética. Não se sabe ainda o que a extinção desse animal viria a provocar no ecossistema, porém se prevê que será muito negativo, dado a alcunha de estar no topo da cadeia alimentar.

Com o objetivo de fazer as pessoas conhecerem um pouco mais da mata, a Fundação Grupo Boticário lançou um pequeno jogo para a internet, chamado “Conheça a Mata Atlântica”. Nele você “tira fotos” da floresta e recebe informações sobre os animais fotografados ou plantas. Além disso, ela criou o projeto Oásis, onde premia financeiramente proprietários de terras que conservam suas áreas naturais e mananciais.

No Brasil, tornou-se mais comum nos últimos anos a criação de RPPNs, propriedades privadas que se tornam áreas de preservação, a fim de cultivar a natureza. Só nos últimos 10 anos, as RPPNs cresceram 80% nas unidades de conservação da Mata Atlântica. Existem, no total, 726 no bioma, somando de 146 mil hectares de área preservada.


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