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Tocantins, Maranhão e Goiás foram os mais desmatados; agropecuária ocupa lugar de 98,8% das áreas naturais suprimidas

O Cerrado perdeu quase 6 milhões de hectares de vegetação nativa entre 2010 e 2020: dos 13 estados ocupados pelo Cerrado, 11 tiveram perda de vegetação nativa no período, e quase toda essa área (98,8%) foi destinada à atividade agropecuária. Os dados são da nova coleção da iniciativa MapBiomas, que cobre o período de 1985 a 2020, e foram apresentados em evento específico para o bioma nesta sexta-feira (10), a partir das 10h30, no canal do MapBiomas Brasil no YouTube.

Tocantins sofreu a maior perda de vegetação nativa na década (1,11 milhão de hectares), seguido de Maranhão (890 mil ha) e Goiás (810 mil ha). Dois estados, Paraná e Rondônia, permaneceram com área de vegetação nativa estável. Além dos números, as imagens de satélite mostram a intensificação do desmatamento e da atividade agropecuária na região conhecida como Matopiba, que cobre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

“Os dados mostram claramente que há um processo acelerado de conversão de áreas naturais no Matopiba, tal como foi observado anteriormente em outros estados do Cerrado”, explica a coordenadora científica do MapBiomas, Julia Shimbo, pesquisadora do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). Se considerada a perda total de vegetação nativa desde 1985, Mato Grosso é o campeão, com 6,8 milhões de ha, seguido por Goiás, com 4 milhões ha, e Mato Grosso do Sul, com 3,4 milhões de ha.

No Matopiba, região que cobre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a área de agropecuária mais que dobrou entre 1985 e 2020. No mesmo período, a Bahia quintuplicou a área de agricultura.

De 1985 a 2020 o Cerrado perdeu 19,8% de sua vegetação nativa, ou 26,5 milhões de ha, que equivalem a uma área maior que a do Piauí. A expansão da agropecuária no bioma no mesmo período é quase complementar: foram 26,2 milhões de hectares destinados à atividade. Atualmente, a agropecuária ocupa 44,2% do Cerrado.

Bioma em crise

O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil, com 198 milhões de hectares, e apresenta diferentes tipos de vegetação nativa. Como hotspot de biodiversidade, é a savana mais biodiversa do mundo e está sob elevado grau de ameaça. Quase metade já foi desmatada: 54,5% de seu território ainda é coberto por vegetação nativa, sendo que formações dos tipos savana (30,3%) e floresta (14,3%) são predominantes. A formação campestre representa 7,3% do bioma.

Uma das novidades da Coleção 6 do MapBiomas é a inclusão da nova classe de áreas úmidas do Cerrado, como campos úmidos, veredas, savanas parques e brejos. Também esses ambientes têm sofrido transformações: foram 582 mil hectares suprimidos desde 1985, ou 10,3% de perda das áreas alagadas. Dessa área convertida, 61% foram destinados à agropecuária, especialmente pastagem, e 32% viraram outro tipo de vegetação, como campo, savana e até floresta.

“Essas mudanças são importantes indicadores de alterações do ponto de vista ecológico, além da questão da perda da biodiversidade, apontam que está havendo perda de água em algumas partes de áreas úmidas, hoje tão importantes no contexto da crise hídrica que estamos passando”, explica Shimbo.


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