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Relatório inédito divulgado pelo MapBiomas revelou que mais de 99% dos desmatamentos registrados em 2020 foram ilegais

O Relatório Anual do Desmatamento no Brasil 2020, divulgado na sexta-feira (11) pelo projeto MapBiomas, revelou que o desmatamento nos seis biomas brasileiros aumentou 13,6% no ano passado, atingindo 13.853 km2 – uma área nove vezes maior do que a cidade de São Paulo.

O documento também apresenta um cálculo inédito da velocidade do desmatamento: pela primeira vez, foi possível estimar a perda de cobertura vegetal nativa por dia ao longo do ano. Os dados preocupam. Segundo o MapBiomas, em média 3.795 hectares foram desmatados por dia, o que corresponde a uma perda de 24 árvores por segundo.

Isso significa que 2 milhões de árvores, ou ou 3.795 hectares de vegetação nativa e toda a sua biodiversidade associada, foram perdidas para o desmatamento diariamente em 2020.

Amazônia é a maior vítima de desmatamento

Do total de 1.385.300 hectares desmatados longo do ano, 61% se concentram na Amazônia. No entanto, outros biomas apresentaram índices de crescimento ainda maiores na perda de vegetação.

Foi o caso do Pantanal, que registrou aumento de 43% no desmatamento, em relação ao ano anterior; do Pampa, que registrou 99%; e da Mata Atlântica, onde foi detectado o alarmante aumento de 125% da área desmatada em 2020. Na Amazônia, o desmatamento cresceu 9% e, no Cerrado, 6%.

Na Caatinga, o crescimento foi de 405%, mas o relatório aponta que o índice se deve ao fato de que esse bioma conta, atualmente, com um novo sistema de detecção de desmate por satélite, exclusivo para ele.

Os dados, obtidos pelo sistema MapBiomas Alerta, cruzam informações de cinco sistemas de detecção do desmatamento em tempo real por satélite, que são validados por imagens de alta resolução com o auxílio de inteligência artificial.

Mais de 99% dos desmatamentos no Brasil em 2020 foram ilegais

O cruzamento dos dados revela que a quase totalidade dos alertas de desmate emitidos no ano passado têm um ou mais indícios de ilegalidade: 99,8% deles, o que equivale a 95% da área desmatada, não têm autorização, se sobrepõem a áreas protegidas ou desrespeitam o Código Florestal. Apesar disso, apenas 2% dos alertas ou 5% das áreas desmatadas sofreram multas ou embargos pelo Ibama, revelando a baixa capacidade de resposta do governo federal diante do problema.

Em evento on-line, Márcio Astrini, coordenador do Observatório do Clima, classificou como “constrangedores” os dados divulgados pelo relatório. “Temos cerca de 200 alertas por dia, em grande parte na Amazônia, revelando que grande parte deles é ilegal. Os dados são oficiais, então sabemos onde os problemas estão acontecendo. Os prejuízos para o Brasil são imensos. Embora tenhamos dinheiro e informação, nos falta vontade política e governo, principalmente no âmbito federal”, apontou.

Tasso Azevedo, coordenador geral do MapBiomas, explica que o desmatamento cresceu em todos os biomas brasileiros. “As áreas de grandes desmatamentos aumentaram, e os maiores desmatamentos em termos de área estão ocorrendo no Pantanal, mas a maior área desmatada ocorreu em Altamira (PA), numa gleba pública federal. É uma área integralmente de grilagem de terra”. 

O Estado do Pará lidera o ranking do desmatamento no país, com 33% dos alertas e 26% da área desmatada total (366 mil hectares), seguido do Mato Grosso, com 13%, e do Maranhão, com 12%. 

“Infelizmente o desmatamento cresceu em todos os biomas e o grau de ilegalidade continua muito alto. Para enfrentar o desmatamento é necessário que a sensação de impunidade seja desfeita. Para isso, é preciso garantir que o desmatamento seja detectado e reportado e que os responsáveis sejam devidamente penalizados e não consigam aferir benefícios das áreas desmatadas”, afirma Tasso Azevedo. 

“Em mais de dois terços dos casos, também é possível saber quem é o responsável. É preciso que os órgãos de controle autuem e embarguem as áreas desmatadas ilegalmente e as empresas eliminem essas áreas de suas cadeias de produção”, conclui.

Acesse o “Relatório Anual do Desmatamento no Brasil 2020“.


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