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Informações sobre posologia, contraindicações, interações medicamentosas e efeitos colaterais estão incluídas e fazem parte do aplicativo Plantacura

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Por Isabella Lopes – Jornal da USP | A fitoterapia é uma técnica terapêutica que consiste no uso de plantas medicinais — organismos vegetais com ação no tratamento de doenças — e medicamentos obtidos das espécies citadas, os fitoterápicos. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), esse uso apresenta aspectos culturais e sociais, perpetuado através de gerações. 

Nesse sentido, o aplicativo Plantacura, desenvolvido por pesquisadores e alunos da USP, tem o objetivo de facilitar a prescrição segura dessas práticas. A ferramenta pode ser usada por médicos com formação em fitoterapia e compila informações sobre enfermidades e sintomas, aponta quais plantas são mais indicadas, posologias (dosagem recomendada), formas de administração e interações medicamentosas. As indicações foram obtidas por meio da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) e da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde (Renisus). 

Ana Flávia Marçal, pesquisadora colaboradora do Laboratório de Plantas Medicinais, Nanocarregadores e Nutrição da Faculdade de Medicina da USP e coordenadora da especialização em Fitoterapia Avançada na mesma instituição, conta que a ideia surgiu pela confusão no uso de espécies vegetais na saúde. “Uma vez eu ouvi uma pessoa falando que era natural e não faz mal”, afirma. Entretanto, assim como remédios sintéticos, aqueles feitos com plantas medicinais precisam seguir critérios de segurança, qualidade e eficácia. 

Uso do Plantacura 

Ana Flávia explica que, no momento, apenas alunos e ex-alunos habilitados na especialização em Fitoterapia fazem uso do Plantacura, o qual é destinado a profissionais da saúde. Essa escolha, segundo ela, surge com a função de evitar a automedicação pela população: “Hoje a gente quer validar que essa planta seja um adjuvante, mas você tem que saber manejar”.  

De acordo com a pesquisadora, o aplicativo conta com 67 espécies para consulta, que é feita pela busca do sistema do qual o órgão envolvido faz parte. Ana Flávia exemplifica: “No sistema nervoso central, por exemplo, a gente encontra a depressão e, quando você clica na aba, vai ver que tem o Hypericum perforatum, que é a erva-de-são-joão”. Também é possível verificar a possibilidade de o paciente adquirir o medicamento em uma farmácia de manipulação ou a existência de marcas industrializadas como alternativa, por exemplo.  Além da facilidade para o prescritor ter acesso às plantas medicinais, a colaboradora destaca a premissa da ferramenta funcionar mesmo sem o acesso à internet. 

Inovação

Atualmente a patente se encontra na fase 5 do nível de maturidade tecnológica, ou seja, em testes com protótipo cujas configurações físicas estão próximas da versão final. Segundo Ana Flávia, o Plantacura está pronto para uso, mas é limitado a dispositivos que usam o sistema operacional Android. Para ela, a existência de uma parceria público-privada ajudaria na ampliação do aplicativo, bem como na adição de outros aprimoramentos, como o registro dos médicos participantes e a localização de farmácias de manipulação próximas. 

Além dessa contribuição, a inovação já recebeu uma menção honrosa no 30° Simpósio Internacional de Iniciação Científica e Tecnológica da USP (SIICUSP), ocorrido em 2022. Évila Bento Mapurunga, na época estudante, foi quem apresentou o trabalho, cujo título era Construção de um Banco de Dados (PlantaMed.impress) com Fitoterápicos e Plantas Medicinais: Guia de Prescrição a Partir de Dados Rename e Renisus, com Foco na Atenção Primária à Saúde.

Este texto foi originalmente publicado pelo Jornal da USP, de acordo com a licença CC BY-SA 4.0. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.


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