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Organização completou 33 anos de atuação no país neste 26 de abril, com campanha em defesa do respeito à Amazônia e seus povos

Por Lu Sudré – Greenpeace | A proteção da Amazônia é um chamado que costura os capítulos da história do Greenpeace Brasil. Tão conectadas como as raízes das florestas ou o encontro das águas nos rios, as campanhas da organização sempre tiveram centralidade na defesa do bioma, lar de uma imensa biodiversidade e de milhares de comunidades indígenas e populações tradicionais.

Não teria como ser de outra forma. Afinal, a maior floresta tropical contínua do mundo ocupa cerca de 59% do território brasileiro com uma imensidão que cobre nove estados, além de abrigar uma biodiversidade única e desempenhar um papel crucial na regulação do clima global. 

No entanto, tão grande quanto sua importância, são as ameaças que a afetam. É justamente por isso que, desde sua origem, na década de 90, os ativistas do Greenpeace Brasil enfrentam projetos, pessoas e empresas que lucram com a destruição do bioma. 

Conheça o movimento “Respeitem a Amazônia”.

Ao longo desses 33 anos de história, celebrados em 26 de abril, foram muitas as denúncias e manifestações contra o comércio ilegal de madeira, o desmatamento e o garimpo ilegal, que cresceu exponencialmente em Terras Indígenas nos últimos anos.

O Greenpeace Brasil atua junto a comunidades amazônidas, fortalecendo a luta por seus direitos e apoiando iniciativas que mostram concretamente como a convivência equilibrada e saudável com a floresta é possível. 

São mais de três décadas de mobilizações em defesa da Amazônia e de tudo o que ela significa.

Confira alguns desses momentos marcantes e conheça mais da história da organização:

1) Protestos contra o comércio de mogno

Logo em 1992, ano de fundação do Greenpeace Brasil, os ativistas da organização denunciaram o crescimento da extração destrutiva de mogno, uma das madeiras mais nobres da Amazônia e espécie ameaçada de extinção.

Em novembro daquele ano, foi realizada uma ação de bloqueio em frente à serraria de mogno Maginco em Rio Maria, no Pará, que na época era a maior empresa de comércio de mogno do Brasil. Esse foi o primeiro de muitos protestos e ações de uma intensa campanha que seguiu pelos anos seguintes.

Paulo Adario, um dos fundadores do Greenpeace Brasil e especialista em Amazônia, medindo troncos de mogno ilegal encontrados em uma fazenda próximo ao Rio Iriri, em Altamira, sudoeste do Pará | Foto: Daniel Beltrá/Reprodução Greenpeace

No início dos anos 2000, as vitórias chegaram: a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas inseriu o mogno brasileiro em sua lista e passou a exigir controle rígido e comprovação de origem legal para qualquer comércio internacional.

Antes mesmo dessa decisão, diante da grande mobilização pública, o governo brasileiro já havia suspendido a exploração e o comércio de mogno em 2001 por meio de uma instrução normativa do Ibama, proibindo a extração de mogno de florestas nativas.

O mogno se tornou um símbolo da luta contra o desmatamento ilegal e a atuação do Greenpeace Brasil nesse tema segue sendo uma referência.

2) 100% crime

A maior contribuição do Brasil na emissão de gases do efeito estufa vem da  produção agropecuária, sendo o setor também um dos grandes responsáveis pelo desmatamento ilegal.

Em 2006, ativistas do Greenpeace ocupam uma área de 1.645 hectares da Amazônia que foi desmatada ilegalmente. Um enorme banner de 2.500 metros quadrados com a mensagem “100% crime” foi aberto para chamar a atenção para a questão. 

Ativistas do Greenpeace ocupam área de desmatamento ilegal para denunciar o crime em 2006 | Foto Daniel Beltrá/Reprodução Greenpeace

O responsável pelo crime, o então presidente da Associação de Produtores Agropecuários de Santarém, já havia sido responsabilizado pelo Ibama por esse desmatamento ilegal, o maior da região de Santarém naquela época.

A sequência de imagens mostra a recepção hostil de nossa ação, com o banner sendo destruído por uma caminhonete.

3) 400 mil vidas

Em abril de 2021, em meio à pandemia da Covid-19, o Brasil atingiu a marca de 400 mil mortos. Em homenagem às vítimas e suas famílias, os ativistas do Greenpeace realizam uma ação pacífica no Encontro das Águas – o ponto em que os rios Negro e Solimões se encontram para formar o rio Amazonas – em Manaus, uma das cidades que mais sofreu com a crise causada pela pandemia.

A ação foi feita em homenagem e solidariedade às vítimas da Covid-19 no Brasil e suas famílias, ao mesmo tempo em que cobrou do poder público sua responsabilidade no combate à doença | Foto: Christian Braga/Reprodução Greenpeace

Diante da situação de calamidade pública, a ação também cobrou responsabilidade do poder público no combate ao vírus. Para formar a mensagem “400 mil vidas”, de 14 x 92 metros, foram utilizadas 18 toneladas de alimentos, itens de higiene, máscaras e cilindros de oxigênio, que foram doados para instituições de atendimentos assistenciais na região de Manaus.

Sendo a solidariedade também um pilar da organização, seus ativistas também se dedicaram ao projeto Asas da Emergência, que em 2020 e 2012 transportou toneladas de equipamentos e insumos de saúde para populações indígenas e outras comunidades tradicionais da região Norte – confira o que foi feito. 

 4) Expedição “Amazônia que precisamos”

Em 2022, realizamos uma expedição fluvial no sul do Amazonas, em apoio à ciência e à luta de comunidades do Rio Manicoré, onde comunidades que vivem às margens do rio lutam por sua existência e pela preservação da floresta e de seu território.

Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), foram convidados pelo Greenpeace Brasil para realizar um inventário rápido de biodiversidade no Rio Manicoré | Foto: Tuane Fernandes/Reprodução Greenpeace

Durante a Expedição “Amazônia que precisamos”, centenas de espécies de fauna e flora do rio Manicoré foram identificada pelos pesquisadores que nos acompanharam, algumas delas ainda não descritas pela ciência.

O projeto também foi importante para fortalecer a luta das famílias associadas à Central das Associações Agroextrativistas do rio Manicoré (CAARIM em defesa da criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do rio Manicoré – uma área protegida que não só decretaria, por lei, a conservação daquela região, como também permitiria a elas que continuassem manejando os recursos da área de maneira sustentável.

5) Cadê o rio que passava aqui?

Ano passado, uma estiagem sem precedentes atingiu a Amazônia. Com o intuito de evidenciar os impactos da crise climática, ativistas do Greenpeace Brasil foram até o leito seco do Rio Solimões com um imenso banner, questionando: “Cadê o rio que passava aqui?”.

Ativistas do Greenpeace realizaram um protesto no leito seco do Rio Solimões, na cidade de Manacapuru, Amazonas. Os ativistas abriram uma faixa de 45mx18m em uma paisagem árida, onde antes passava um dos maiores rios da bacia Amazônica, para denunciar os impactos da crise climática na Amazônia, e como isso afeta a vida de comunidades ribeirinhas que dependem inteiramente do rio para manter seu modo de vida | Foto: Nilmar Lage/Reprodução Greenpeace

Ações como essa são uma potente ferramenta de conscientização das pessoas, já que por meio delas é possível registrar e denunciar a gravidade da situação.

No mesmo local, a organização também colocou um outro banner com a frase “Who pays?”, em inglês, trazendo uma reflexão sobre quem realmente está pagando o preço da crise climática.

Enquanto os países ricos e grandes produtores de petróleo seguem emitindo CO2 e agravando as mudanças climáticas, são as populações em situação de vulnerabilidade que mais sentem na pele as consequências.

Este texto foi originalmente publicado pelo Greenpeace, de acordo com a licença CC BY-SA 4.0. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.


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