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Trabalho é conduzido por startup capixaba com apoio do PIPE-FAPESP e do MCTIC

Uma startup capixaba, a Vixsystem, está desenvolvendo o Lysa – um robô guiado por GPS para locomoção de pessoas com deficiência visual.

Já uma empresa de segurança da informação estabelecida em Campinas, a Kryptus, iniciou um projeto em parceria com o Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com o objetivo de aumentar a segurança das interfaces – chamadas gateways – que conectam máquinas e equipamentos à internet e à nuvem.

Os projetos das duas empresas foram selecionados na última chamada de propostas para pesquisa estratégica em internet.

Lançada pela FAPESP em colaboração com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o Ministério das Comunicações (MCom) e o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), os objetivos da iniciativa são desenvolver pesquisa em tecnologia de informação e comunicação, buscando criar conhecimento e inovação afinada com os grandes problemas na internet, e formar e fortalecer grupos de pesquisa excelentes em instituições acadêmicas de pesquisa e pequenas empresas de base tecnológica nos diversos temas atuais sobre aplicações e tecnologias para a internet.

Na última chamada, foram selecionados 25 projetos nos âmbitos dos programas Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) e Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), e nas modalidades Auxílio à Pesquisa – Regular e Auxílio à Pesquisa – Temático.

“É a primeira vez que startups de outros Estados têm projetos apoiados pelo PIPE e que uma instituição de pesquisa fora de São Paulo [a UFSC] participa de um projeto no âmbito do PITE”, diz à Agência FAPESP Fabio Kon, professor do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP) e membro da coordenação adjunta de ciências exatas e engenharia da FAPESP.

“Isso permite transferir o know-how desses dois programas, que são muito inovadores, para outras regiões do país”, avalia Kon.

Foram selecionados na chamada projetos de cinco pequenas empresas de base tecnológica no âmbito do PIPE, das quais três são de outros Estados – Rio Grande do Sul, Paraná e Espírito Santo.

As propostas foram analisadas em duas fases. Na pré-seleção, a FAPESP, com auxílio do comitê gestor da cooperação, fez a análise de enquadramento das propostas nos termos da chamada. O comitê gestor avaliou e recomendou o enquadramento ou não ao diretor científico da FAPESP.

Na segunda fase, de mérito científico, as propostas pré-selecionadas foram encaminhadas a assessores ad hoc e, em seguida, analisadas pelas coordenações de área e adjunta da Diretoria Científica da FAPESP. Com base nos pareceres e nas recomendações, o comitê gestor da cooperação encaminhou as propostas à Diretoria Científica da FAPESP com recomendação de aprovação ou denegação. “Tivemos bons projetos selecionados”, avalia Kon.

As empresas tiveram que demonstrar que já realizaram a prova de conceito com recursos próprios ou obtidos de outras fontes e apresentaram um plano de negócios consolidado, demonstrando os potenciais concorrentes e as vantagens competitivas, por exemplo, além de um quadro de modelo de negócio (Canvas).

Os projetos terão duração de até 24 meses e serão executados por pesquisadores com vínculo empregatício com a empresa.

Por meio do projeto aprovado na chamada, os pesquisadores da Vixsystem pretendem desenvolver um sistema de navegação outdoor do robô Lysa, que possibilite buscar as coordenadas de latitude e longitude de um local previamente selecionado, traçar uma trajetória e conduzir o usuário em segurança até o destino. Para isso, o robô deverá possuir um GPS acoplado à sua plataforma e ser capaz de acessar uma ferramenta de navegação, como o Google Maps, para definir uma trajetória e um plano de navegação para o usuário.

“O apoio ao projeto é fundamental para o aperfeiçoamento da robô Lysa, um equipamento inédito no mundo. O impacto dessa inovação contribuirá para a melhoria na mobilidade de pessoas com deficiência, que representam uma grande parcela da população”, diz Nedinalva de Araújo Sellin, diretora executiva da Vixsystem.

Novas chamadas

No início de abril foram lançados novos editais no âmbito do acordo de cooperação entre a FAPESP e o MCTIC.

Uma das chamadas está aberta a pesquisadores vinculados a instituição pública ou privada, sem fins lucrativos, de ensino superior ou de pesquisa nacional, que trabalhem em áreas relacionadas com o desenvolvimento da internet no Brasil.

As propostas devem ser elaboradas de acordo com os critérios da FAPESP para submissão nas modalidades Auxílio à Pesquisa – Regular, Auxílio à Pesquisa – Temático ou Auxílio à Pesquisa – Jovem Pesquisador.

Outra chamada, no âmbito do PIPE-FAPESP, está aberta a pesquisadores que tenham vínculo com empresas de até 250 funcionários sediadas no Brasil e que trabalhem em áreas de pesquisa para o desenvolvimento da internet.

Uma terceira chamada no âmbito do PITE-FAPESP está aberta a pesquisadores que tenham vínculo empregatício com instituição pública ou privada, sem fins lucrativos, de ensino superior ou de pesquisa nacional, que trabalhem também em áreas de pesquisa para o desenvolvimento da internet.

Podem ser apresentadas propostas de pesquisa nos seguintes temas: a) Tecnologias viabilizadoras da internet; b) Aplicações avançadas da internet; c) Comunicação em rede e cultura digital; d) Políticas relativas à internet; e) Software livre, dados abertos, formatos e padrões abertos; f) Aplicações sociais de tecnologia da informação e comunicações.

O valor total oferecido no edital para pesquisa acadêmica é de aproximadamente R$ 30 milhões, sendo R$ 5 milhões para projetos de Auxílios Regulares, R$ 20 milhões para Projetos Temáticos e R$ 5 milhões para projetos na modalidade Auxílio Jovem Pesquisador.

Já o valor total oferecido nos editais para seleção de projetos no âmbito do PIPE e PITE-FAPESP é de R$ 40 milhões.

As propostas devem ser apresentadas exclusivamente pelo Sistema de Apoio à Gestão (SAGe) da FAPESP.

A data-limite para submissão é 1º de julho de 2021. Haverá um evento on-line com a coordenação da chamada para resolução de dúvidas sobre a chamada para projetos acadêmicos no dia 27 de abril de 2021, às 16h. Também está previsto, para o início de maio, um evento on-line para tirar dúvidas sobre as chamadas para projetos realizados por pequenas empresas ou em parceria com universidades e instituições de pesquisa.

Origem dos recursos

Os recursos alocados nas chamadas de propostas para pesquisa estratégica em internet são oriundos de fundos remanescentes do período em que a FAPESP, por delegação do CGI.br, geriu as atividades de registro de domínio e alocação de endereços IP no Brasil, no início da internet no país.

Entre 1998 e dezembro de 2005, a FAPESP foi responsável por essa função, posteriormente atribuída pelo CGI.br ao Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

A fim de direcionar esses recursos para o avanço da pesquisa e desenvolvimento da internet no país, a FAPESP assinou, em dezembro de 2013, um acordo de cooperação com o MCTIC no valor de R$ 98 milhões.

Os recursos serão distribuídos entre projetos apresentados por pesquisadores de todo o país, proporcionalmente ao número de registros de domínios solicitados em cada Estado naquele período.

“Um pouco mais de 50% dos recursos desse fundo devem ser investidos em pesquisa em outros Estados brasileiros, uma vez que esse é o percentual estimado de valores arrecadados fora de São Paulo com o registro de domínios”, explica Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP. “Isso permite que a Fundação compartilhe sua expertise e contribua para a consolidação de startups em ouras regiões do país”, acrescenta.

O acordo já resultou no lançamento de outras chamadas de propostas voltadas a projetos de pesquisadores ligados a universidades e instituições de pesquisa, uma no âmbito do PITE e outra, mais recente, voltada à criação de oito Centros de Pesquisa em Engenharia em Inteligência Artificial.

Os quatro primeiros centros, dos quais dois serão estabelecidos em São Paulo e dois em outros Estados, terão foco em saúde, agricultura, indústria e cidades inteligentes.

Cada centro poderá receber até R$ 1 milhão por ano da FAPESP e mais R$ 1 milhão de empresas privadas parceiras. Os centros serão apoiados por cinco anos, renováveis por mais cinco, dependendo dos resultados alcançados (leia mais em agencia.fapesp.br/32196/).


Fonte: Elton Alisson em Agência FAPESP


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