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A Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que cerca de 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico (aí inclusos computadores, celulares, impressoras, etc.) são produzidas todos os anos. A perspectiva é que essa quantidade aumente ainda mais com o passar do tempo, já que constantemente surgem aparelhos eletrônicos com funções novas e designs mais atraentes, estimulando novas aquisições por parte do consumidor, sem que o produto antigo esteja defasado. Mas é preciso ficar atento ao descarte dado ao item antigo, pois os equipamentos eletrônicos possuem substâncias nocivas à saúde e, quando descartados de modo incorreto, podem causar danos graves ao meio ambiente.

Tire suas dúvidas sobre a reciclagem de lixo eletrônico

As placas de circuito impresso, também conhecidas como PCIs, por exemplo, estão presentes em todos os equipamentos eletrônicos ou de tecnologia, como computadores, smartphones, carros, brinquedos, entre outros.

As PCIs são formadas por uma placa feita com materiais plásticos e fibrosos (como polímeros plásticos) e por uma fina película de substância metálica (cobre, prata, ouro ou níquel). Essas películas formam “trilhas” ou “caminhos” que serão responsáveis pela condução elétrica feita pelos componentes eletrônicos. Esses impulsos elétricos são transmitidos para os componentes, permitindo o funcionamento de cada peça e do sistema como um todo.

Como são feitas as placas eletrônicas

Devido a diversas pesquisas nessa área, as placas de circuito estão em constante evolução e há muitas formas para produzi-las. A partir dos anos 1960, começaram a ser usadas placas de fibra de vidro (FV), que são feitas de resina epóxi e têm uma fina manta de tecido de fibra de vidro no seu interior. O uso da resina epóxi faz com que as placas FV sejam totalmente inertes à água, mas produz uma placa extremamente difícil de cortar e furar – a dureza do epóxi é semelhante ao do granito, sendo necessário o uso de ferramentas especiais para cortar ou furar as placas FV.

Outros materiais para a confecção de placas também são usados, como o poliéster, o politetrafluoroetileno (PTFE), mas, por causa de suas propriedades ou custos elevados, são usados de forma mais restrita.

No material condutor das PCIs, é aplicado, normalmente, o cobre, devido a sua excelente condutividade elétrica e suas características mecânicas, que permitem a produção de folhas de pequenas espessuras.

Como reciclar as placas de circuito?

A reciclagem do lixo eletrônico é muito necessária devido aos componentes químicos de sua composição, que são tóxicos – podem causar problemas se forem descartados incorretamente. Existem muitos métodos para a reciclagem de computadores e, consequentemente, das placas, que compõem grande parte do aparelho.

É necessário um delicado processo de separação para dar início à reciclagem de um computador. As partes plásticas e metálicas das carcaças são as mais fáceis de serem removidas e recicladas. Por outro lado, as placas de circuitos são muito mais complicadas para serem recicladas devido à composição complexa e à presença de diversos metais pesados e tóxicos, como chumbo, cobre, cádmio e níquel. Mas também estão presentes metais preciosos, como ouro, prata e a platina, além de haver terras raras (elementos raros na crosta terrestre e de difícil extração e refino, como o neodímio usado em HDs e em imãs).

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Os métodos de reciclagem de placas de computadores envolvem:

Processos mecânicos

Um sistema de pré-tratamento que tem como objetivo separar previamente metais, materiais poliméricos e cerâmicos. Após esta etapa, os metais são encaminhados para o processo metalúrgico de refinação. As técnicas que compõem esse processo são: cominuição, classificação e separação.

A cominuição é a técnica utilizada para reduzir o tamanho das partículas e liberar metais para futuras concentrações. Na etapa de classificação, as partículas de material obtidas pelo processo anterior devem ser separadas ou classificadas de acordo com seu tamanho. Após as etapas de cominuição e de classificação, o enriquecimento do material acontece por meio de técnicas de separação: separam-se as partes que interessam para o processo de refino do metal, descartando-se eventuais impurezas.

No caso das placas de circuito, a diferença de condutividade elétrica entre os metais e os não metais é condição fundamental para o bom resultado da técnica. É possível separar os materiais não condutores (polímeros e materiais cerâmicos) dos condutores (metais). Algumas técnicas empregadas para essa finalidade são:

Processo de pirometalurgia

É um processo metalúrgico que utiliza altas temperaturas para produzir metais puros, ligas ou compostos intermediários. A pirometalurgia requer elevado consumo de energia para atingir a temperaturas adequadas para cada etapa do processo. Existem diversas etapas no processo, que vão desde a secagem da matéria-prima até o refino do produto final. A etapa de transformação química a ser utilizada vai depender do material em questão. As mais conhecidas são calcinação (decomposição pelo calor na presença de oxigênio), ustulação (calcinação aplicado a sulfetos) e pirólise (decomposição pela ação do calor em um ambiente com pouco ou nenhum oxigênio). Alguns dos maiores problemas da utilização de processos pirometalúrgicos são a possibilidade de emissão de compostos tóxicos como as dioxinas, e o alto consumo de energia;

Processo de hidrometalurgia

Consiste na separação de metais. Algumas das vantagens deste método são a economia de energia e a menor poluição do meio ambiente;

Processo de eletrometalurgia

É um processo de refino de metais através da eletrólise. Durante a eletrólise, os metais sem as impurezas sofrem eletrodeposição, em que metais como cobre, zinco, cádmio, alumínio, metais preciosos, entre outros, podem ser recuperados com um elevado grau de pureza;

Processo de biometalurgia

Este processo utiliza a ação de micro-organismos e minerais para recuperar metais valiosos. Infelizmente, esse processo requer muito tempo e o metal precisa ficar exposto à ação microbiana.

Onde reciclar?

Se o seu computador e a placa inserida nele não estão quebrados, mas apenas defasados tecnologicamente, procure locais que aceitem doações com itens em funcionamento. É possível também revender a placa na internet. Mas, nos casos citados, sempre tenha certeza de como se dará a destinação final após o término da vida útil do produto.

Para fazer a reciclagem de placas eletrônicas, procure recicladores e postos especializados.

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