Documento assinado pela CNI e a Mobilização Empresarial pela Inovação foi apresentado no evento de abertura do 9º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria
Por Agência FAPESP – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) lançaram ontem (09/03), na abertura do 9º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, o manifesto Inovação como Propósito, sobre a centralidade da ciência e da tecnologia para o desenvolvimento do país.
Apresentado por Pedro Wongtschowski, presidente do Conselho de Administração do grupo Ultra, líder da MEI e membro do Conselho Superior da FAPESP, o manifesto exorta empresas e empresários a seguir a trilha da inovação guiados por um “propósito maior”: o de construir uma sociedade melhor.
“De tanto errarmos, aprendemos que uma economia saudável pressupõe um ambiente propício aos negócios e sólidas políticas monetárias e fiscais. Mas hoje também sabemos – como o mundo sabe há décadas – que a principal mola impulsionadora da produtividade e do crescimento econômico é a inovação. No mundo em que vivemos e no mundo em que vamos viver dentro em breve é dela que depende a criação de novos e bons empregos. É dela que depende a chance de criar oportunidades para incluir milhões de brasileiros. Sem inovação estaremos – como país – destinados ao fracasso”, afirmou Wongtschowski.
Na trilha da inovação, sublinhou, o Brasil precisa deixar de andar para trás ou de lado e fazer escolhas sobre seu futuro. “Falo em propósito porque nossa agenda é de competitividade, mas é também uma agenda de inclusão social e de sustentabilidade. Não haverá futuro para o país sem reduzir drasticamente as desigualdades e sem se comprometer com a saúde do planeta, de nossas florestas, de nossos campos e cidades”, disse.
O Brasil poderia ser “um exemplo para o mundo em termos de sustentabilidade”, afirmou o líder da MEI, citando a importância global do ecossistema da Amazônia e o desempenho da agricultura brasileira. “Mas, para sermos um exemplo, também temos de fazer o dever de casa: estancar e retroceder o desmatamento ilegal, coibir a exploração clandestina de minérios, dar um fim à ocupação à margem da lei de reservas ambientais e indígenas. E devemos parar de destruir a imagem do Brasil no mundo, deixando de patrocinar agendas retrógradas, que afrontam a opinião pública mundial e que vão na contramão do interesse da sociedade e do setor privado brasileiro.”
E continuou: “Somos cobrados hoje por nossos stakeholders, por nossos clientes, pela sociedade em geral, acerca de nossos compromissos. Mas sejamos claros. Somos especialmente cobrados por nós mesmos, pelas nossas próprias convicções. Aprendemos que não há negócio que prospere sem um propósito. Propósito num sentido amplo. Algo que motive as pessoas, as direções das empresas, seus colaboradores, seus investidores. Algo que melhore o mundo em que vivemos”.
Ele enfatizou que a pandemia deixou a todos um legado: “Podemos fazer mais do que normalmente fazemos”. Lembrou que grandes empresas, startups, instituições de pesquisa, hospitais, serviços de saúde, entre outros, se mobilizaram para produzir vacinas, respiradores, novos fármacos, procedimentos e protocolos. “Fomos muito além do que podíamos imaginar.”
“Quero aqui convocar a todos para fazer o que agora sabemos que somos capazes de fazer quando temos um propósito. Quando nos movemos para melhorar o mundo e nosso país. É isso que queremos e o que vamos fazer daqui em diante. A inovação é nosso mote. O que nos engaja nesta agenda é nosso propósito de melhorar o mundo e o Brasil. Como dizia nosso poeta: Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, concluiu Wongtschowski .
A íntegra do manifesto está disponível na página da CNI.
Este texto foi originalmente publicado por Agência Fapesp de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original.