Entenda tudo sobre a garrafa PET e conheça a melhor maneira de realizar seu descarte
A garrafa PET já faz parte do cotidiano, sendo utilizada para embalar praticamente todos os líquidos, de remédios a bebidas. Mas ela também pode ser encontrada em outros tipos de embalagens e em outros setores da indústria, como o têxtil, que usa o material como matéria-prima para a fabricação de tecidos.
Entretanto, apesar de ser um produto 100% reciclável e de baixo custo de produção, a fabricação e o descarte inadequados fazem com que a garrafa PET represente potenciais efeitos nocivos para o meio ambiente e para a saúde humana.
História da garrafa PET
O PET é um tipo de resina termoplástica da família dos poliésteres, que é utilizado como fibra sintética, matéria-prima de embalagens e resina para engenharia, em combinação com a fibra de vidro.
Patenteado em 1941 por trabalhadores da Calico Printer’s Association, na cidade de Manchester, na Inglaterra, o PET foi utilizado pela primeira vez pela DuPont americana, para fins têxteis, no início da década de 1950. Apenas no início da década de 1970 é que o composto químico começou a ser utilizado na fabricação de embalagens.
No Brasil, o PET chegou apenas em 1988, também para aplicações na indústria têxtil. A partir de 1993 começou a ser utilizado na fabricação de bebidas e, por conta dos baixos custos de produção, praticidade e leveza, rapidamente tomou o lugar da garrafa de vidro retornável, bastante comum na época.
O que a garrafa PET pode causar ao meio ambiente?
O plástico, incluindo o PET, é o principal poluente encontrado nos oceanos. Em algumas regiões conhecidas como giros oceânicos — grandes sistemas de correntes marítimas “circulares” que funcionam como vórtices e relacionadas aos grandes movimentos dos ventos —, a poluição é tão grande que alguns ambientalistas afirmam que o plástico já se tornou parte da composição do oceano.
Situações semelhantes já podem ser percebidas em outros lugares do mundo, como a região dos Grandes Lagos, na fronteira entre o Canadá e os EUA.
Outro grave problema são os microplásticos. Essas pequenas partículas, menores que cinco milímetros, possuem a capacidade de absorver compostos químicos tóxicos como os poluentes orgânicos persistentes (POPs). Ao ser ingerido por algum animal, o microplástico pode tanto matar por asfixia quanto por intoxicação pelos POPs.
A intoxicação causada pelos POPs é de caráter bioacumulativo e biomagnificado, o que significa que ao se alimentar de um animal intoxicado, o predador também passa a sofrer do mesmo problema. É um problema que pode afetar tanto pessoas, que podem se alimentar de peixes contaminados, quanto o meio ambiente, podendo causar um desequilíbrio na cadeia alimentar.
Reciclagem com garrafa PET
Existem no Brasil aproximadamente 500 empresas recicladoras que geram em torno de 11.500 de empregos e um faturamento anual de 1,22 bilhão de reais. O problema é que 80% dessas empresas se encontram apenas na região sudeste, o que aponta a fragilidade desse tipo de atividade no Brasil como um todo.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), são reciclados, anualmente, cerca de 50% do produto descartado. Um número baixo, em comparação com a reciclagem de latas de alumínio que, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas), já é superior a 90%. Esse índice é maior que o dos EUA, do Japão e da Europa.
A reciclagem é importante para que esse tipo de material plástico não escape para o ambiente. O PET pode ser reciclado porque pode ser refundido e moldado várias vezes. Para que a garrafa possa ser reciclada, é preciso remover a tampa, o lacre e o rótulo (que geralmente são feitos de outro tipo de plástico, o polipropileno).
As garrafas são amassadas e enviadas para companhias que cortam e moem o plástico. Todas as impurezas são retiradas e só então o plástico pode ser usado para fazer novas garrafas, carpetes, camisetas, panos de limpeza, entre outros.
Reduzir o consumo de garrafa PET é fundamental

O processo de reciclagem está relacionado a outros problemas, além dos citados anteriormente, como a emissão de gás carbônico e a utilização de água e energia. Mesmo assim, ele é essencial para a redução de resíduos. No entanto, a ideia mais importante é sempre reduzir o consumo de garrafa PET. Para isso, dê preferência a embalagens econômicas ou galões.
Todo tecido feito de poliéster possui um polímero do mesmo tipo do PET. Outros usos do PET reciclado incluem embalagens, potes e frascos para produtos não alimentícios e até mesmo outras garrafas de refrigerante, água, chá ou suco — quando os devidos cuidados de higiene são tomados.
Em alguns países como Alemanha e Holanda, uma garrafa mais espessa é muito utilizada, o que permite sua reutilização após limpeza e esterilização. Mas não tente reutilizar a garrafa PET brasileira. Entenda por que no vídeo abaixo:
Por que a cor da garrafa PET importa?
Um problema frequentemente apontado pelos fabricantes de embalagens é a falta de homogeneidade na cor do PET reciclado. Por isso, para não afetar o padrão de cor, as embalagens são fabricadas com apenas 10% de PET reciclado. Uma forma de resolver esse problema seria homogeneizar as cores das garrafas PET.
Entretanto, uma forma de mitigar esse problema, por parte do consumidor, é reduzir o consumo ou optar por cores de garrafas plásticas mais comuns, como a transparente e a verde.
Além disso, outra sugestão é a utilização de garrafinhas reutilizáveis de alumínio ou aço, sempre as enchendo com água filtrada antes de sair de casa.