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Valor registrado entre janeiro e julho é o maior dos últimos quatro anos para o período no Cerrado e o maior dos últimos seis anos na Amazônia

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Por WWF-Brasil | O Cerrado teve 4.091,6 km² desmatados entre o início de janeiro e o fim de julho, de acordo com o Sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. O valor representa um aumento de 28,2% em relação aos sete primeiros meses do ano passado e é o maior valor acumulado para o período nos últimos quatro anos. 

O desmatamento desde o início do ano até 31 de julho foi 50% maior que no mesmo período em 2020, quando atingiu 2.726,1 km² . Desde então, o valor acumulado nos sete primeiros meses do ano não parou de aumentar.
O fim de julho marca o fechamento do “ano Deter”, que vai de agosto de 2021 a julho de 2022. Nesse período, o desmatamento do Cerrado atingiu 5.426,4 km², um aumento de 11,5% em comparação ao mesmo período no ano passado (4.866,6 km²) e de 38,3% em relação ao ano anterior (3.921,6 km²).

O ano Deter de 2022 teve o segundo pior índice de desmatamento desde que o sistema foi lançado no Cerrado e o pior dos últimos três anos. Os estados que mais desmataram no período correspondem ao Matopiba – região que é considerada a principal fronteira de expansão agrícola no Brasil atualmente: Maranhão (1.255,5 km2), Bahia (1.232,0 km²), Tocantins (876,7 km²) e Piauí  (691,5 km²). Com mais de 4 mil km² desmatados, o Matopiba respondeu por três quartos de toda a devastação no bioma.

Entre os cinco municípios que mais desmataram, quatro são da Bahia. Formosa do Rio Preto (BA) lidera o ranking com 283 km² de vegetação nativa perdida, sendo 99% dessa superfície na APA (Área de Proteção Ambiental) do Rio Preto. O município baiano tem sido o campeão da devastação do Cerrado nos últimos anos. 

Entre 2020 e 2021, só no Condomínio Delfim, que integra o megacomplexo de fazendas Estrondo,em Formosa do Rio Preto, foram derrubados 247,3 km², com autorização do  Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos) – o que caracteriza o desmatamento como uma política de estado na Bahia.

Desmatamento na Amazônia

Na Amazônia, o acumulado de alertas de desmatamento nos sete primeiros meses do ano foi de 5.463,2 km². Isso representa um aumento de 7,1% em relação ao mesmo período em 2021. O valor é o maior acumulado entre janeiro e julho nos últimos seis anos. 

O desmatamento acumulado em 2022 foi três vezes maior que o registrado em 2017, quando foram destruídos 1.790 km². Desde então, o valor não parou de aumentar ano a ano.

Considerando o ano Deter, de agosto de 2021 a julho de 2022, o acumulado de alertas de desmatamento foi de  8.579,3 km². Apesar de representar uma redução de 2,3% em relação ao  mesmo período do ano anterior (8.780 km2), o valor continua no alto patamar dos dois anos anteriores – e é o terceiro pior ano desde o lançamento do Deter-B, em 2015. 

Os estados que mais tiveram registros de desmatamento foram o Pará (3.070 km2) e o Amazonas (2.288,7 km²), somando 62,5% do desmatamento total da Amazônia Legal. Os dois municípios que mais desmataram são do estado do Amazonas: Lábrea, com 571 km² e Apuí, com 566,4 km². 

Os cinco municípios que mais desmataram no período representam 28,4% do total desmatado na Amazônia Legal, com 2.440,2 km² de vegetação nativa destruídos. As duas áreas de proteção com maior desmatamento registrado são do Pará: a Floresta Nacional do Jamanxim (87,4 km²) e a Área de Proteção Ambiental do Tapajós (85,3 km²).

“A Amazônia é patrimônio de todos os brasileiros: é ela que garante as chuvas que regam 90% das lavouras, abastecem os reservatórios de água potável e os que geram hidroeletricidade no Brasil e em outros países da América do Sul. Ela já está sob pressão do aquecimento global e perigosamente perto do ponto a partir do qual ela entra em processo de degradação sem volta. Quando isso acontecer, todo o país ficará mais seco e mais exposto às crises hídricas, energética e até alimentar, com inflação de alimentos, como já começamos a ver. Cada hectare desmatado nos coloca mais perto desse cenário e é por isso que não podemos admitir que números como estes, que o Deter acaba de divulgar, se repitam”, avalia Edegar de Oliveira, diretor de conservação e restauração do WWF-Brasil.

Este texto foi originalmente publicado por WWF Brasil de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.


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